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sábado, 31 de agosto de 2013

O que está por trás das vaias aos médicos cubanos?

Foto: www.tijolaco.com.br


(*)  Antonio Lopes Cordeiro (Toni)

O triste episódio dos médicos brasileiros, vaiando seus colegas cubanos, chamando-os de “escravos” e “incompetentes”, revela apenas o lado cruel e desumano, preconceituoso e racista, dessa turma de jaleco branco, que se formaram, muitos delas com o dinheiro do povo brasileiro e que se recusam a trabalhar nas cidades pequenas e periferias, mostrando claramente a opção elitista, onde pobre não tem vez.

É importante ressaltar que essas atitudes não são ações isoladas e sim fazem parte do pensamento de quem não se conforma de um metalúrgico governar o país, de uma mulher está à frente da nação e da população pobre está conquistando direitos, que os presidentes, representantes desses médicos suprimiram por mais de 500 anos.

Bem disse Marilena Chauí, quando do lançamento do Livro: Lula e Dilma: 10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil, que não repetíssemos que existe uma “nova classe média” no Brasil, que é o que afirma a imprensa golpista e a elite brasileira e sim disséssemos da existência de uma Nova Classe Trabalhadora, que conquistou direitos e que hoje desfruta de pequenas regalias que representavam verdadeiras fantasias nos governos que antecederam Lula e Dilma. Além disso, ela descreve com detalhes, que os maiores preconceitos estão escondidos e apropriados pela classe média, capaz de nutrir com ódio todas as atitudes que mantém parte da violência contida na sociedade.

Porém algo pior que a vaia veio da frase de uma jornalista, descrita a seguir na introdução da matéria da Revista Isto É dessa semana, escrita por Wilson Aquino e Michel Alecrim:

“Atrás da tela de um computador, a jornalista potiguar Micheline Borges não mostrava seu rosto, mas mirava o dos outros. “Essas médicas cubanas tem (sic) uma cara de empregada doméstica”, escreveu ela em uma rede social, auscultando o que, em sua xenófoba opinião, seria um grave problema dos 400 profissionais de saúde cubanos que desembarcam no Brasil para ocupar vagas rejeitadas por brasileiros em municípios sem glamour, mas cheios de gente que ainda morre por diarreia”.

Ah se todos os médicos brasileiros se parecessem com empregados domésticos. Aí sim saberiam cuidar de uma mãe e principalmente de uma criança.

Não importa a origem dos médicos, importa apenas que vieram em missão de solidariedade, coisa que a maioria dos jalecos-brancos jamais saberão seu significado.


(*) Pesquisador em Gestão Pública e Social e do Laboratório de Gestão e Políticas Públicas da Fundação Perseu Abramo do Partido dos Trabalhadores.

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