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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Porque algumas pessoas viram "monstros" quando chegam a qualquer tipo de poder?


Foram vários anos de pesquisa para entender algo que sempre me intrigava: porque o poder muda tanto a personalidade de algumas pessoas? Há um ditado popular que diz: "quer conhecer uma pessoa dê poder a ela", que talvez justifique para algumas pessoas, mas não explica. O poder é do bem ou do mal? 

Fazendo um recorte para o mundo da política e buscando um referencial que se aproxime do aceitável, no sentido de buscar respostas com mais propriedade, seria necessário uma profunda reflexão sobre a própria concepção de poder e provavelmente, um dos caminhos seria chegar à conclusão de que se o poder não estiver a serviço de uma causa coletiva,  humanista e de profunda transformação, inclusive no papel dos atores envolvidos no processo e ainda se o gestor também não tiver uma causa que justifique a ocupação do espaço para que foi eleito ou nomeado, é provável que haverá uma mudança de personalidade, como se fosse uma entidade a lhe possuir, pois sai do campo da obrigação ou da missão e passa para o universo da vaidade, onde o ter se sobrepõe ao ser.

Trata-se de um tema complexo a ser discutido, que envolve um mundo abstrato para quem dele usufrui se contrapondo ao mundo real, culturalmente educado para não participar, onde os cidadãos, apenas por obrigação, elegem seus pretensos representantes, na esperança de uma vida melhor.

Criei uma frase quando trabalhava numa prefeitura, no sentido de deixar claro para uma pessoa que estava apaixonada pelo poder, que tudo não passava de uma fantasia passageira: "O poder é como um saquinho de algodão doce".
É impossível alguém eleito ou nomeado saber o que a população pensa ou necessita, governando em gabinetes? Necessita portanto profundas mudanças de comportamento dos gestores e das pessoas, para que se entenda, que mesmo os representantes legais, para terem legitimidade, deveriam ser escolhidos a partir de referenciais participativos e prestarem constas periodicamente.

Um dos caminhos em busca da primeira pergunta, poderá ser encontrada no livro de Michel Foucault "Microfísica do Poder", onde o autor nos leva à compreensão, através de seus estudos, que o poder está à margem da loucura e assim, se o indivíduo não dominá-lo, é o poder que o incorpora.

Alem do livro, que vale a pena ler, achei um artigo do Ailton José da Silva, da Universidade Federal de São José del-Rei: "A ideia de poder em Foucault: o Estado e arte de governar", com uma interessante reflexão.

Lei o texto aqui. 


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