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sexta-feira, 18 de abril de 2014

A sociedade precisa se reinventar para resgatar o humanismo

Figura: netmarinha.uol.com.br

Quero iniciar essa conversa nesse tempo de reflexão, me referindo ao humanismo em seu sentido amplo, que significa a valorização do ser humano e a condição humana acima de tudo.

Com esse olhar humanista, fica difícil compreender e aceitar a guerra invisível contida no seio da sociedade, às vezes entre pessoas que aparentemente caminham juntas. Porém quem se considera melhor que o outro, vai excluindo as outras pessoas, boicotando possibilidades, construindo a teoria da conspiração e tentando afastar quem se mostra tão capaz quanto essa que se considera a única opção possível e viável para a humanidade. Por incrível que pareça na maioria das vezes isso ocorre pelo simples fato de uma disputa por uma ínfima parcela de poder, ou ainda por simples paranoia e pura incompetência.

O fato é que infelizmente nos deparamos com situações semelhantes em praticamente todos os espaços onde seres humanos habitam. Quem não consegue se viabilizar e não tem uma missão a seguir, tenta parar o mundo para que não gire numa velocidade maior que a sua.

Que mundo é esse, onde falsos líderes tratam pessoas simples como “garrafinhas”, somente para provar que desfrutam de prestígio e de poder de voto? Nesse momento minha revolta é tamanha que me enxergo totalmente anarquista e a minha atitude é entrar na luta, apenas para não permitir que essas pessoas simples sejam mais uma vez enganadas. Quem pensa e age assim não nos representa.

Já repararam atentamente no trânsito? Algumas pessoas nos ultrapassam, até pela direita, apenas para ganhar uma vaga e ficar à frente. Uma disputa insana pela dianteira, simplesmente para ser o primeiro ou ainda para provar que o seu carro é mais poderoso. Trata-se na verdade de um desvio de conduta rumo à violência.

Outra questão que está destruindo a humanidade vem do fato de que se permitiu que a velha mídia virasse o quarto poder e determinasse os hábitos e as vontades das pessoas.

A humanidade está em crise? Que tipo de crise? O que buscam as pessoas? Qual a verdadeira intensão de quem: toca um projeto, chefia, gerencia, coordena ou mesmo governa? É preciso anular as pessoas para provar quem manda? O que fazer para resgatar o humanismo? Até que ponto isso tem a ver com cada um de nós?

É impossível responder qualquer uma dessas perguntas sem antes descobrirmos qual é a nossa missão, tanto como cidadãos, mas principalmente como seres humanos. Qual é a sua causa que alimenta sua vida? Veio ao mundo à passeio ou a trabalho?

A pressa no trânsito, a falta de crença, o desencontro com a missão, a disputa pelo nada e uma busca incontida pelo senso comum, talvez sejam apenas desculpas para a omissão. O que tenho a ver com isso? E nessa insensata falta de compromisso muitas pessoas passam a maior parte de seu tempo. Como se nada demandasse da omissão de cada um. No final das contas, ou por ação ou por omissão todos que se omitem carregará para a eternidade sua parcela de culpa.

As pessoas estão tão envolvidas ou com o nada ou com sua sobrevivência, que não conseguem enxergar que a sociedade capitalista é extremamente seletiva e faz uma seleção natural para determinar quem serão seus escolhidos para a continuidade.

De um lado seus escolhidos com direito a tudo e do outro os que a servem, esses sem direito algum. Para esses a justificativa é que não souberam aproveitar as oportunidades ou nasceram mesmo sem sorte. O pior é que esse ciclo se transfere também para o mundo da política. Em regras regais a maioria dos escolhidos por um sistema eleitoral falido e tendencioso defendem exatamente os que nasceram com sorte. Sobra para a maioria da população brasileira, ou a conformação de que nasceram sem sorte ou lutar bravamente pelos seus direitos.

Das duas uma: ou a sociedade se reinventa, no sentido de incluir e receber bem as pessoas que deram suas vidas para que a minoria pudesse se beneficiar às suas custas e nunca tiveram nada em troca ou a maioria que nunca teve nada e agora estão conquistando seus direitos marcharão rumo ao poder no sentido de destruí-lo.


Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Pesquisador em Gestão Pública e Social
Coordenador do Programa de Capacitação Continuada
em Gestão Pública da Fundação Perseu Abramo
toni.cordeiro1608@gmail.com

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