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segunda-feira, 18 de abril de 2016

A luta continua!

O dia de hoje estará amanhã descrito nos livros de história. Como bom educador aprendi a contar na sala de aula que índios e negros sofreram a escravidão dos brancos, plebeus massacrados por reis, trabalhadores gerando lucro para burgueses e quem sofre todo processo golpista é o povo.

A luta é o que muda! Deputados votam por seus bens e família, não serão das panelas batendo, dos noticiários da Globo  ou das camisas da seleção a saída do problema que afeta todos nós: a corrupção.

Mas não vamos perder a esperança. Lenin de forma poética disse que nas noites mais escuras, se mostram mais brilhantes as estrelas. Se é a luta que promove mudanças não deixaremos as ruas se esvaziar. O rio e o mar dependem do encontro para juntos seguirem. Este encontro é tortuoso, mas é necessário para simbolizar a liberdade.

Avante, pois só mudaremos com luta e força. Devemos bombear todo o sangue para causar batidas de esperança e amor em nossos corações.

Leonardo Koury - Escritor, blogueiro e militante dos movimentos sociais

domingo, 3 de abril de 2016

Lutar pela liberdade mesmo que por caminhos não conhecidos

Quando ocorreu o fatídico golpe militar de 64 eu tinha apenas nove anos de idade e lembro apenas do som de um tiro de canhão, transmitido pelo rádio. Algo que não sabia explicar, porém a sensação que tinha era de muito medo.

Os anos se passaram e meu primeiro contato com a ditadura veio na militância política, iniciada na minha cidade de Belo Jardim-PE, a partir da intervenção do Padre Reginaldo, que acabou largando a batina e casando com uma colega de trabalho. Reginaldo nos passava que o pior da ditadura são seus instrumentos, como a AI-5, a LSN (Lei de Segurança Nacional), o SNI (Sistema Nacional de Informação), assim como os instrumentos de repressão e que por trás de várias pessoas que se diziam lideranças locais se escondiam os delatores do SNI. Entre eles padres, políticos de toda ordem, lideranças comunitárias infiltradas e outros vermes que serviram à ditadura.

Quando voltamos para São Paulo, a luta foi via CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), já no debate da igreja conservadora versus a Teologia da Libertação, no Teatro Amador através da COTAESP e com o Grupo Móbile de Teatro, nas lutas estudantis, na luta sindical e depois minha filiação no Partido dos Trabalhadores, onde permaneço até hoje.

A partir de então, nunca mais abandonei as lutas concretas por liberdade, justiça e por democracia plena. Entre tantas lutas que participei destaco a luta pelas Diretas Já, com o memorável Comício no Vale do Anhangabaú, o enfrentamento nas lutas estudantis, as memoráveis greves do ABC de 78, 79 e 80 e a caminhada da Igreja Matriz de São Bernardo do Campo ao Estádio da Vila Euclides no dia 1º de maio de 1980. Fazer parte de tudo isso me faz refletir e compreender que com certeza vim ao mundo a trabalho e não para passear pela vida, seja qual for à dimensão que vai alienando as pessoas.

Essa reflexão me leva ao absurdo que estamos vivemos na atualidade. Onde a mídia partidária e golpista se coloca ao lado dos herdeiros dos tempos de trevas para solapar todas as conquistas dos trabalhadores e das pessoas sofridas do país, que a partir dos governos Lula e Dilma conquistaram direitos que nunca tiveram e começam a enxerga que de uma hora para outra poderão perder tudo de uma só vez. Ou seja, ou vão à luta ou voltarão ao passado.

A ditadura representou uma ruptura nos sonhos. Um aborto dos pensamentos de uma vida melhor e principalmente a morte do processo de liberdade e de justiça, onde apenas um grupo e seus colaboradores tinham o que queriam e as demais pessoas lhes serviam. Foram milhares de pessoas que pagaram com a morte, torturas e a completa perseguição contra a liberdade de expressão e de pensamentos e por direitos antes conquistados. Quem defende algo como o que aconteceu no Brasil e em vários países da América Latina, ou vai lucrar com isso, como é o caso dos empresários, que financiaram  tantos golpes na América Latina ou serão delatores permanentes a entregarem quem se colocar contra os privilégios da casa-grande.

Muitos e muitas se venderam e continuam a venda. Um processo de traição que começa às vezes quando um político se torna profissional e seu exercício de servir à população construída numa peça de marketing eleitoral se transforma numa profissão, ou ainda quando alguém que nada tinha descobre como é fácil enganar e usar a população em benefício próprio, como diversos pastores, políticos e muitas pessoas envolvidas com o famigerado terceiro setor, que é instrumento neoliberal de suporte às privatizações das questões sociais do Estado.

A única coisa boa nessa história toda é saber que milhares de pessoas que se achavam distantes de tudo e que não sonhavam mais ou ainda que estavam acomodadas com suas poucas conquistas, estão dando a demonstração de que estão mais vivas do que nunca e não hesitarão em lutar por liberdade e por seus direitos que a turma da casa-grande quer solapar.

Jovens de todas as idades estão se alistando para as lutas e isso é certeza de que águas novas estão brotando e o povo se amando sem parar. Há um fio de esperança nascendo por entre as veredas deixadas pelo PIG e isso nos fortalece e nos faz acreditar que o melhor ainda está por vir, mesmo que seja através de uma luta concreta.

Como dizia Brecht: Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem.”

NÃO HAVERÁ GOLPE. HAVERÁ LUTA!

Antonio Lopes Cordeiro
Pesquisador em Gestão Pública e Social
tonicordeiro1608@gmail.com