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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Enquanto a vida mostra os caminhos o comodismo mostra os atalhos


Minha pretensão é escrever esse post sobre alguns detalhes da vida e gostaria muito que ele provocasse em quem vai ler aquela sensação de necessidade de fazer um balanço da própria vida nesse inicio de ano.

Você acredita em sexto sentido? Sabe aquele sentimento que normalmente a mãe da gente tem quando percebe algo parado no ar? Pois é, que bom seria se todos nós conseguíssemos sentir igual e enxergássemos com clareza os caminhos que a vida nos oferece, que por pressa, oportunismo ou comodismo acabamos pegando os atalhos que são oferecidos por algum mercador.   

Em vários momentos a vida nos mostra em detalhes os caminhos a seguir, mas como estamos ligados em outra onda, simplesmente ignoramos e às vezes só percebemos o prejuízo quando não há mais tempo de voltar atrás. Tem pessoas que chama isso de azar. Prefiro acreditar que se trata na verdade de falta de sintonia com a própria vida. 

Quem nunca agiu dessa forma em alguns momentos? Conheço muita gente que brinca com a própria vida como se fosse eterna, porém não é e nem poderia ser. Se há algo justo nessa história é o fato de sabermos que um dia tudo acaba. Prefiro acreditar que mais vale um caminho seguro mesmo que demorado, do que aquele atalho que alguém sugeriu, muitas vezes só para nos tirar do caminho. 

Essa pequena reflexão nasceu do quanto exaustivo foi o ano que passou, tanto em nível eleitoral com um processo absurdo de ideologização, mesmo que muita gente sequer percebeu, como principalmente em termos de relacionamento humano. O número de pessoas que usou o processo eleitoral para se revelar foi assustador. Eu jamais poderia imaginar a quantidade de reacionários que estão soltos na sociedade e que ululam pelas redes sociais posando de boas “coxinhas”, além dos dissimulados que conseguem ser ainda piores dos que mostraram a cara. Com esses sim devemos ficar atentos.

Apesar de tudo isso, o processo político-eleitoral foi um momento no mínimo interessante, pois algumas pessoas se revelaram também de forma positiva, mostrando que evoluíram, tanto na forma de pensar, mas principalmente na forma de agir, mas outras se revelaram intolerantes, machistas e homofóbicos, ao ponto de desejarem a morte da Presidenta Dilma e também do Ex-Presidente Lula. Algo que só uma paranoia coletiva comandada por uma mídia que não aceitou ainda sequer a Lei Áurea, aliada à crise de identidade que assola a sociedade, poderiam produzir cenário tão bizarro.

Foi um ano para se pensar. Pensar no projeto de vida, na militância por uma causa que nem precisa ser partidária, em até que ponto vai nossa tolerância e principalmente na quantidade de pessoas manipuladas na sociedade, que sequer sabe elaborar um pensamento. Essas simplesmente são conduzidas pelas ondas dos rádios, TVs e pelas linhas tendenciosas de jornais e revistas que servem ao Senhor da Casa Grande e joga a culpa da humanidade na Senzala. 

Posso afirmar que foi e ainda está sendo um período de catarse, que me fez concluir, entre outras coisas, que acertei no caminho político-ideológico, que por ele me encontro diariamente com sonhadores e sonhadoras que enxergam uma sociedade livre, justa, fraterna e igual para todos e todas e juntos vamos moldando a vida. São pessoas que jamais negarão uma ajuda. 

Conclui também que do ponto de vista pessoal sempre tem algo a ser feito que possa melhorar a qualidade de vida, porém há um preço a pagar por cada uma delas, assim como que existem algumas mudanças necessárias que vamos prorrogando sem saber por quê. O bom dessa história foi descobrir que a maioria das pessoas que considero como amigas estão na mesma caminhada em que estou. Isso me faz crer que estamos juntos na construção de um grande projeto de vida e sempre cabe mais um.

Por falar em vida, certa vez fui com meu pai assistir uma palestra de um médico japonês. A palestra era sobre medicinas alternativas, pois trabalhávamos na época com venda de produtos magnéticos. Disse  o médico ao iniciar: “Nunca peçam para morrer, pois se fizerem o próprio organismo criará uma situação para obedecer o seu comando”. A seguir ele se referiu às doenças da seguinte forma: “Várias doenças são produzidas pela própria pessoa, que ao não entender o limite do seu organismo, simplesmente vai fazendo e daí num processo de ação e reação, a coisa acontece”.

É claro que ficamos introspectivos por algum tempo, pois nunca tínhamos ouvido algo tão direto e objetivo, mas a mensagem daquele médico nunca mais me saiu da cabeça.

A palestra termina com o médico dizendo que assim como não devemos pedir para morrer, senão o organismo obedece, ao pedir para que coisas boas aconteçam, uma rede de comando começa a se formar em nosso cérebro e a chance de dar certo é muito grande. Assim dizia ele: “Quero terminar dizendo a vocês que é mais inteligente focar em coisas positivas do que negativas, além do mais as pessoas esquecem que quem faz o bem tem sempre ao seu lado um exército de mentes positivas desejando que dê certo ou que tenha sorte na caminhada da vida. Esse é o melhor remédio para todos os males”.

Nos tempos modernos que vivemos as pessoas não tem mais tempo para as coisas simples da vida, pois não conseguem esperar e muito menos tolerar. Assim, vão arrumando atalhos cada vez mais mirabolantes para justificarem as curvas que a vida dá e em inúmeros casos encontrados nos atalhos arrumados.

No meu entendimento, a moral nessa história é ter o mínimo de entendimento de que somos responsáveis por praticamente tudo que ocorre em nossas vidas e, portanto devíamos nos preocupar menos com o passado e cuidar em detalhes do nosso futuro, lembrando que o futuro já começou.
Antonio Lopes Cordeiro
Coordenador do Programa de Capacitação Continuada em Gestão Pública
Fundação Perseu Abramo
toni.cordeiro@ig.com.br
 

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