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quarta-feira, 26 de outubro de 2022

A Esperança é logo ali...

Ontem no Dia Nacional da Democracia, completou quarenta e sete anos do assassinato de Vladimir Herzog, torturado e morto nos porões da ditadura militar pelos agentes do DOPS/SP, com uma simulação de suicídio. A data foi escolhida em função de sua morte.

Em 2013, como parte dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade (CNV), a família conseguiu a retificação do atestado de óbito onde consta que a morte do jornalista se deu em função de "lesões e maus tratos sofridos durante os interrogatórios em dependência do II Exército (DOI-CODI)". (Agência Brasil, 25 de outubro de 2010)

Um triste fato entre centenas de outros com centenas de mortos que fizeram parte desses tempos de trevas, sem contar as mil ossadas humanas encontradas no governo de Luiza Erundina no cemitério de Perus, que perambulam até hoje sem identificação. Um tempo comemorado pelo genocida que desgoverna o país, que defende a ditadura de volta e a tortura como instrumento de punição para os presos políticos.

Nós que defendemos uma sociedade livre, justa, fraterna e igual para todos e todas com julgamento e prisão de todas as pessoas que torturaram e mataram em nome de uma “Pátria Livre”, exatamente como o inominável defende, temos na Democracia Direta e Participativa o principal instrumento para uma efetiva mudança nessa sociedade de desiguais. Somos coletivos e participação organizada desde crianças...

Porém, mesmo a Democracia Representativa, que há tempo se encontra na UTI, por pouco representar, vide o Congresso Nacional eleito, é por nos defendida, pois sua ausência é sinal de ditadura e ditadura nunca mais! Vale salientar que isso ocorre devido a falta de formação política, que facilite se saber quem representa o que e a quem.

Nossa antiga luta por mudanças na sociedade, começa pela manutenção da Democracia, tão perseguida, que corre sérios riscos se esse genocida for reeleito. Só há um democrata disputando a Presidência: Luiz Inácio Lula da Silva.

Por isso, é importante ampliarmos a discussão até domingo, mostrando para as pessoas que elas têm dois projetos a escolher. Ser cumplice de um agente do mal que defende a morte e o desprezo humano como aliados ou ser parceiro e parceira de um projeto pautado pela paz, amor e investimento nas causas econômicas, sociais e humanistas.

Hoje pouco temos a comemorar, com a falta de oportunidades, fome, desemprego e tantas outras desgraça e mentiras, onde até o atentado de Paraisópolis com o turista que quer governar São Paulo foi fake e o Bang Bang Tabajra não dando certo. Porém domingo poderá ser um lindo dia da mais louca alegria que se possa imaginar.

Estarei a postos no Domingo e sei que todas as pessoas que tornam a luta por uma nova sociedade de iguais uma missão de vida, também estarão para que tenhamos uma eleição limpa e a noite podermos comemorar juntos e juntas, nas ruas e parças do país o melhor que está por vir: Lula Presidente para o Brasil sorrir novamente.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social


domingo, 16 de outubro de 2022

Vamos falar de candidaturas e mandatos coletivos?

Como explicar que algo tão relevante como as candidaturas coletivas, tenha tido um resultado tão pequeno nessas eleições de 2022? Não é de se estranhar, pois o resultado eleitoral foi o pior possível, compondo uma maioria sinistra, nos fazendo regredir por décadas.

Esse modelo de candidatura e mandato não é algo novo, pois já existe há algum tempo. Em 2018, por exemplo, 28 candidaturas coletivas foram eleitas, mas sem a devida importância e apoio que merecem, principalmente dos partidos, que fazem “vistas grossas”, com raras exceções, além da falta de experiências, boicotes e outras questões internas.

Já em 2022, apesar do grande número, que chegou a 235 grupos inscritos, apenas dois foram eleitos: A Bancada Feminista e o Movimento Pretas, ambas em São Paulo.

Em regras gerais, uma candidatura coletiva significa a pessoa eleita dividir sua parcela de poder e de mandato com um grupo de pessoas e compartilhar a gestão do mandato com instâncias ou órgãos consultivos e/ou deliberativos. A Justiça Eleitoral reconhece através de uma Resolução, mas o registro continua sendo individual. Um dos problemas é que se houver um afastamento da pessoa que cedeu seu CPF, quem assume é o primeiro suplente e não uma pessoa do coletivo. Quem sabe esse seja o principal motivo dos partidos não investirem.

Estamos falando de algo que requer amadurecimento político, compreensão e compromissos coletivos, além de um projeto criado e mantido a várias mãos. Por outro lado, necessita do entendimento também do eleitor e da eleitora, pois é algo novo, porém é um formato que convida quem vota a participar, desde que a pessoa vote por convicção e não por obrigação.

No centro desse debate para essa modalidade de candidatura e de mandato, está como enfrentar o carreirismo na política, os bons de votos, o personalismo e as “estrelas” que se acham maiores do que os partidos. Não é uma tarefa fácil, pois estamos falando de vaidades, altos salários e privilégios, entre outros comportamentos que o “poder” proporciona.

O desafio, é que ainda não existe, um modelo consolidado de mandato coletivo e de formas de compartilhamento. É a visão e o comprometimento político-ideológico do grupo que determina a forma de atuação, interação e participação, que requer pensamento coletivo. O que se observa segundo a pesquisa que desenvolvi, é um experimentalismo difuso, baseado na tentativa e no erro, no aprendizado proveniente de sucessos e insucessos nos vários formatos já adotados, sem um direcionamento e um estudo mais qualificado para a ação.

O que fazer para que não morra? Aprimorarmos cada vez mais o processo de organização, formação e participação, continuando com as lutas específicas de enfretamento, dentro de uma visão coletiva, onde a necessidade de representação nasça para pôr o grupo em evidência e não para promover quem quer que seja, pois as lideranças morrem e o que fica é o que as pessoas organizadas conseguiram abstrair e compartilhar para que a luta continue.

Apoiar as candidaturas coletivas é investir no processo de organização, na democracia direta e noutra forma de fazer política e participação eleitoral, além do que o próprio formato sugere uma verdadeira revolução.  Eu apoio e incentivo, principalmente por se tratar de algo que aponta para um novo horizonte, onde o coletivo fala mais alto do que o individual.

Caso você tenha interesse em saber um pouco mais sobre o assunto, segue o link da apresentação da pesquisa que realizei.

https://drive.google.com/file/d/1rtNhnGu1epzEfqosEIXKshjzfYOxrD_x/view?usp=sharing

Saudações Socialistas!

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social

 




sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Que país é esse que surgiu das urnas?


 

Como fiscal do partido, pude visitar os locais de votação e observar o comportamento desse estranho povo vestido de verde e amarelo votando saltitante no inominável e seus representantes. Votando para alguém que trabalhou o tempo todo à serviço da morte, armou seus asseclas para uma guerra e seduziu eleitores e eleitoras, a partir do ódio, com falsas promessas e sobretudo desejando o pior para Lula e para petistas.

Como é fácil enganar o povo sem formação política. Basta um bom argumento religioso, demonizar o principal opositor e contar lero-lero o tempo todo. Uma mamadeira de piroca aqui, um Kit-Gay acolá, ou um Lula é ladrão a toda hora e a todo instante e de quebra dizer que ele é o chefe da quadrilha. Pronto! O principal argumento está pronto.

Com isso, vão livrando a cara de um construtor de desavenças, genocida, que desrespeita mulheres, crianças, negros e negras, jornalistas e quem o desafiar, além de ser maçom e se esconder atrás das igrejas evangélicas. Como explicar uma família que compra 105 imóveis, sendo algumas mansões e pagar 51 com dinheiro vivo? Quem sabe guardados nos colchões ou nas cuecas de diversos “laranjas”. Um ser tão desprezível e repugnante e canibal, que até declarou ter sentido vontade de comer carne de índio.

Essas eleições revelaram um Congresso Nacional e as Assembleias Estaduais, compostos pela maioria da direita e da extrema direita, com mais militares eleitos, mais de 700 milionários, poucas mulheres, como sempre foi, vários empresários, principalmente do agronegócio e com poucos representantes da classe trabalhadora, das políticas sociais, da agricultura familiar e de quem ainda se sensibiliza com a miséria do povo.

O que podemos esperar é o avanço do caos, com o fim dos poucos direitos trabalhistas ainda existentes, do SUS e dos direitos de servidores e servidoras; o privilégio das empresas de saúde podendo escolher que doença faz parte do convênio, sucateamento total da saúde, educação, meio ambiente e o fim de tantas outras políticas públicas, além do aprofundamento da fome, do desemprego e da miséria. Um país em trevas...

Na contramão de tudo isso e na defesa dos direitos, da cidadania e da democracia, nos cabe eleger Lula Presidente, mesmo sabendo que terá muitas dificuldades com um Congresso Nacional dessa magnitude, porém com apoio popular das ruas e das instâncias sérias em nível nacional, além dos nossos representantes eleitos e eleitas.

Sua maior tarefa será derrubar o tal do orçamento secreto, as coisas secretas por cem anos da família do “mito”, o teto de gastos         que precariza a educação, saúde, meio ambiente e o resgate de todas as políticas sociais. Ou faz isso ou não conseguirá avançar nesse cenário de trevas que Temer e o genocida deixaram até o momento.

O impressionante é que essa trupe verde e amarela, é composta majoritariamente por pobres e fazem vistas grossas para 33 milhões de famintos e famintas, além de 60 milhões de pessoas ganhando até 1200 reais, trabalhando por dia até nos grandes magazines, ou ainda as milhares de pessoas que moram nas ruas pedindo esmolas.

Esse não é o país que lutamos para construir, contra as desigualdades, discriminações, violências e todas as formas de preconceitos. É o país deles e delas que se pintam de verde e amarelo para disfarçar as cores sem vida que se tornaram. Nosso país é feito de amor, sem ódio, apenas com os enfrentamentos necessários da luta de classes, mas com a convicção de que poderemos ser um país para todos e todas que lutam por seus direitos e juntos rumaremos para a construção de um novo mundo possível.

Quero deixar muito claro que sou de esquerda, que sempre tive lado e meu lado é o lado das pessoas discriminadas, que sofrem preconceitos, sem tetos, sem terra e sem perspectivas para o amanhã. Meu lado é o de quem continua em luta para construção de uma sociedade justa, fraterna e igual para todos e todas. Caso seja essa sua opção seguimos juntos e caso não seja nos encontraremos como adversários nas lutas futuras.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social