Como explicar os adoradores do “mito”?
Participei em
São Bernardo do Campo um pouquinho antes da pandemia, de uma roda de conversa
com professores e alunos de filosofia, para análise do Livro “A morte da
Verdade”, da escritora americana Michiko Kakutani, sobre as mentiras que
garantiram a vitória de Trump nos Estados Unidos. Para um grande contingente
dos americanos, naquele momento pós eleição, a verdade tal qual como a conhecemos
tinha morrido, golpeada pelas mentiras.
A vitória dessa
criatura genocida e do mal que desgoverna o país, ocorreu da mesma forma. Centrada
em Fake News, onde a palavra de ordem é matar quem se opuser a ele, ou por
falta de vacina, onde milhares de mortes podiam ter sido evitadas com vacina em
tempo. Nessa seara estão as mulheres, pobres, negros e negras, pessoas
homoafetivas, índios, petistas e tantos mais, pois a morte hoje em dia se
confunde com a vida, que continua valendo muito pouco.
Sinceramente o
que me assusta não é o processo eleitoral, pois nós da esquerda brasileira, lutamos
muito para que voltássemos a poder votar e elegermos diretamente quem nos
governa, mesmo contra a velha direita neoliberal que só defende a “Casa
Grande”, deixando a “Senzala” apenas com suas migalhas. Apesar dos pesares, esse
é o caminho natural, mesmo dessa frágil democracia representativa que é surrada
todos os dias pelos fascistas de plantão. Somos e defendemos a democracia
direta. Aquela que a população organizada defende seus direitos.
O que me
assusta de fato é quase um terço do eleitorado do país não conseguir identificar
o que há por trás dessa campanha do ódio e tampouco se sensibilizar com mais de
trinta milhões de pessoas passando fome e mais de sessenta milhões ganhando um
pouco mais de um salário mínimo, ou ainda sessenta mil pessoas morando nas ruas
da capital de São Paulo por não poder mais pagar aluguel, sem contar os preços
nos supermercados, que mudou o hábito de consumo.
Uma versão de
gente complicada e confusa. Odeiam Lula por só ter nove dedos, ser nordestino e
ter tirado o Brasil do mapa da fome da ONU, além de centenas de projetos que muitos
foram dizimados pelo genocida de plantão e endeusam um demônio mal evoluído que
tem a morte como grande aliada. Armar a população é coisa de golpista e de quem
quer desavença.
Onde estão seus
adoradores e adoradoras? Entre nós. Zombando da população pobre, odiando os
petistas e a esquerda e fazendo gestos de arminhas, como se a política fosse
uma grande brincadeira, que não é ou se nutrindo do nada ou das mentiras
contadas pelo seu ídolo.
Quero deixar
claro, que ser da esquerda é um estado de espírito, antes mesmo de ser uma
opção ideológica, pois lutamos até o fim da vida por liberdade plena, por justiça
social e contra todas as formas de opressão e discriminação, onde a cor da
pele, opção sexual, credo religioso e a cultura de cada um e uma é uma ação a
ser respeitada e não para ser atacada, como se Deus fosse propriedade de alguns
segmentos ou se macho significasse apenas ser hétero.
Deixo aqui
expresso minha solidariedade a quem está sendo perseguido ou atacado e atacada.
Somos da esquerda organizada e estou
alinhado a quem enxerga o país de todos e de todas e não de apenas de um
segmento que se acha dono da verdade, baseada na mentira. Para nós a verdade de
vocês é uma grande falácia, pois a nossa, apesar de golpeada todos os dias
sobreviverá das lutas, das trevas e com senso de organização popular e coletiva,
pois é centrada no amor ao próximo e no processo de integração que nos faz fortes
e sem medo de ser feliz.
No dia da
eleição proponho irmos armados de livros para votar, pois enquanto para nós se
trata de obras primas do conhecimento, fascistas os queimam para esconder as
verdades.
Até a vitória e
posse dia Primeiro de Janeiro de 2023, quando estaremos lá!
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social