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domingo, 20 de janeiro de 2019

A incógnita e o porvir

Prezadxs Amigxs

Notadamente, vivenciamos um cenário de incertezas no tocante ao projeto de sociedade em constante ebulição, bem como o horizonte que almejamos chegar. Sendo assim, torna- se pertinente trazer à tona alguns elementos balizadores deste mencionado contexto.

Conforme aponta Rubem Alves, a política é a arte de saber cuidar do jardim da coletividade. O aspecto mais evidente de disputa é justamente o do campo subjetivo, líquido, ou seja, o mundo das ideias. Todavia, setores ultra neoliberais, demonstraram que a disputa  do concreto, do real, não lograria êxito, desse modo, inclinou-se para o viés da disputa "ideológica simplória", trazendo como centralidade do seu debate a agenda do conservadorismo moralista, com viés fascista como instrumento  balizar do cotidiano dos indivíduos, adotando estratégias de comunicabilidade "fakes news" que traduzindo significa " notícias falsas", a fim de induzir a população a acreditar em inverdades, com o nítido intento de ludibriar a opinião pública.

Destarte, havia um clima de tensões e temeridade que necessitava explicitar para a sociedade brasileira o que estava em voga e que conquistas históricas a duras penas, com muito sangue e suor como foi a Democracia e o Estado de Direito estavam sendo ameaçadas, atacadas. Uma vez, que o Brasil chegou ao patamar de pleno emprego, de retirada de aproximadamente 40 milhões da extrema pobreza, que oportunizou Universidade para mais de 4 milhões de pessoas, que fez chegar até os longínquos rincões mais de 11mil médicos pelo relevante Programa Mais Médico, a construção de milhares de moradias do importante Programa Minha Casa, Minha Vida, da extraordinária descoberta do Pré-sal com destinação de 25% para a saúde e 75% para a educação, do seguro safra que beneficiou milhares trabalhadores e trabalhadoras do campo com inclusão sócio produtiva, dentre as demais políticas públicas sociais ao longo desses últimos 14 anos de Governos Democráticos, estava sendo posto em xeque de modo que aqueles que mais precisam estariam sendo cruelmente penalizados.

Por fim, diante deste mencionado contexto, cabe uma reflexão franca e aberta do campo progressista brasileiro que possa enxergar os equívocos políticos cometidos por setores e, a partir disto, repactuar com a sociedade um diálogo e uma ausculta sensível e efetiva de forma que possa defender uma nova construção de um projeto democrático e popular, tendo como sustentação política , os direitos sociais dos trabalhadorxs, e do povo pobre brasileiro, sendo a resistência,  a luta e a resiliência o nosso porvir esperançoso.

Jivaldo Oliveira
Pedagogo(UNEB)
Prof. Rede Pública/Serrinha

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Carta ao Infinito azul da imensidão

Foto: http://oficinadetextosescreviver.blogspot.com/2018/07/viajei-so-longe-fui-oswaldo-u-lopes.html

Lindo infinito do azul do céu e do mar, qual sua dimensão? Caibo eu e meus sonhos inacabados dentro dessa bolha que chamamos de tempo? Por onde anda a luz para me guiar? O que vejo são imagens verdadeiras, ou apenas vultos, fruto da minha imaginação?

Velejar ou voar rumo ao infinito de nossas existências pode representar uma viagem segura ou o lamento de encontros e desencontros. Sabemos que nada na vida é definitivo ou tampouco o que nos deparamos seja a resposta do que procuramos, mas, nem por isso deixamos de voar ou velejar. Em muitos casos dependemos do vento para nos deslocar, como se fôssemos pipas, que ora voam felizes ao sabor do vento e ora se desgovernam com os fortes ventos em suas direções. Caso o vento esteja a favor, por certo chegaremos mais perto do paraíso.

Caro infinito, saiba que queria, nem que fosse por um instante, poder conquistar numa noite estrelada uma estrela bela, só pelo prazer de apreciá-la e receber a sua luz. Algo que unisse o prazer de estar com o que imaginamos ser um sonho, ou, ainda, por pura pretensão, caminhar rumo ao futuro tendo seu brilho como guia, onde ambas as situações pudessem emoldurar minha imaginação.

Queria eu não ter que passar pelos dissabores da ausência de luz, dos medos do que se esconde por trás dos arvoredos, dos gigantes adormecidos ou dos pesadelos que nos assombram. Queria na verdade ter a confiança da cumplicidade de algum ser, para não ter o desprazer de ouvir uma voz dizendo que nada sou e que nada serei. Sei que sou e sei também que serei e quem sabe sou hoje o resultado da minha segurança de ser.

Se finita é a dimensão da vida, mostra-me como chegar ao infinito de um sonho de verão, onde, além das andorinhas voando em círculos, uma voz chegue de mansinho e me diga que não estou sozinho nessa caminhada rumo ao futuro. Quem sabe essa voz não seja daquela estrela que se desgarrou da constelação e também busca aconchego?

Caro infinito, o que busco na vida? Ser um bom dia para alguém. Ser luz em sua caminhada. Ser imaginação viva. Ser carinho em abundância. Ser amor e ser amar. Ser o que alguém procura para se iluminar. Quem sabe possa até ser meia luz, apenas para provar que vivo estou e vivo serei ao compartilhar meus sonhos e desejos com quem conseguir entender minha linguagem.

Que eu me torne um ponto de luz, onde alguém ao me encontrar nesse imenso azul do infinito possa reavivar minha chama e eu possa me tornar uma luz tão intensa que nunca me perca na escuridão ou ainda que nunca seja  invisível.

Que o céu e o mar possam ser a inspiração que falta para eu também virar uma estrela.

Antonio Lopes Cordeiro
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública Social

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

TAMBÉM MORRE QUEM ATIRA. HEY JOE!


A música escrita por Billy Roberts expressa o futuro anunciado pelo Jornal O Tempo na região metropolitana de beagá e em todo país não está sendo diferente.

Uma sociedade violenta, autoritária e intolerante que só consegue ver o amor dentro de suas casas, de suas igrejas e dos seus iguais. Odeiam a diversidade, as diferenças e os diferentes.

São covardes porque lutam apenas para a própria felicidade quando esquecem que a sociedade é muito maior do que o seu ego.

Não quero morrer e nem mesmo quero atirar. O país não encontrará a paz tendo o próprio brasileiro como inimigo.

O Bolsonaro não precisa da minha torcida contra, ele persegue a minha linha de pensamento e a minha realidade humana todos os dias.

Ele luta contra a minha existência e de quem amo nos discursos, nas medidas provisórias e na escolha dos seus ministros que balança do fanatismo aos militares e políticos indiciados por Corrupção.

Leonardo Koury

domingo, 6 de janeiro de 2019

Conta que eu te conto um conto...

Há quem diga que um conto pode ser descrito como um relato intencionalmente falso e enganoso, porém, há quem afirme que um conto narra uma determinada situação de forma a envolver seus personagens e, principalmente quem se propõe a ler. Quem conta um conto fortalece o intelecto de quem ouve e pode até modificar vidas, sem falar que cada um de nós tem um conto para contar!

Caso esteja lendo esse post, e tivesse que escolher uma passagem da sua vida para dar destaque em forma de um conto, qual você escolheria?

Eu por certo escolheria a conversa mágica que tive com uma figura humana chamada Paulo Freire, composta pela metáfora do carrossel, transformada em projeto e colocado em prática vinte anos depois.

Porém, o objetivo aqui não é contar um conto, mas construir um enredo subjetivo onde quem ler se sinta dentro do cenário descrito e quem sabe possa também contribuir para possíveis contos sobre as mais diversas formas de se mostrar para a vida. Minha contribuição nesse sentido acontece em forma de uma viagem imaginária pelo universo das nossas existências.

Ao fechar os olhos e buscar enxergar a vida, me vem à mente à figura de uma carruagem seguindo numa estrada estreita arborizada e tendo o tempo como seu condutor, conduzindo-a de forma paciente e com total controle da situação. Dentro dela eu e meus pensamentos, onde passado e presente ora dialogam e ora se enfrentam. Ora caminham de mãos dadas e ora se digladiam. Tudo isso mirando o futuro e, no meu entendimento, o futuro é uma caixinha mágica que não temos acesso.

Nessa metáfora, podemos imaginar que a carruagem passará por diversos vilarejos até o fim da viagem e cada um deles podendo representar cada ano de nossas vidas e tudo o que os compõem. A missão é abstrair o melhor que cada um desses vilarejos possa vir a nos oferecer e, também torcer para que estejamos sempre atentos para sentir ao chegar a cada um deles uma suave brisa que vem nos dar boas vindas.

Quem sabe possamos nos deparar com água cristalina, banho de cachoeira, cheiro de mato molhado e pessoas que também estão em busca de dias melhores, de novos amores e de um bom papo que possa resultar em amizades sinceras e quem sabe até possamos avistar um arco-íris que se forma com a evaporação da água da cachoeira.

Nessa viagem pelo interior de nossas vidas tem hora de sinfonia, de poesia, do sereno da noite, de lua e estrelas e também tantas outras de musicas desafinadas e estranhos sons que insistem em incomodar nossos ouvidos. Um conjunto completo de ações, reações, sentimentos, dores, prazeres e a experiência que fica de cada vilarejo que passamos e a vontade de que no próximo estejamos mais preparados para aproveitá-lo com toda intensidade.

Uma coisa é certa. A estrada da vida nunca é uma linha reta! Sábios são os que conseguem aproveitar o melhor da viagem, mesmo com os solavancos da carruagem ao deslizar por caminhos tortuosos.

Há algo também a se pensar!
A vida nem sempre se apresenta como uma bela carruagem deslizando por uma estrada singular. Há momentos que pode representar um enorme precipício a ser atravessado, onde a possibilidade de cair se torna eminente e só uma mão amiga e às vezes invisível para nos amparar. Porém diante de qualquer precipício o mais importante é ter a disposição de seguir em frente, buscando superar os diversos obstáculos que se puserem no caminho, sem a preocupação e a necessidade de determinar o que é certo e que venha a ser errado. Viver é ter a ousadia de ser feliz.

Que eu, você e nós, possamos nos distrair com prazer na viagem de nossas existências, e que tenhamos a calma suficiente para enxergarmos o melhor que cada vilarejo tem a nos oferecer.

“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento”. (Clarice Lispector)


Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social