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quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Feliz ano novo!!! Celebremos o esperançar

 

Faça chuva ou faça sol

Em primeiro de janeiro

celebremos a esperança!

Que perdure o ano inteiro!
 

Nos ensina Paulo Freire

Esperançar é se mexer

Levantar, não desistir

E fazer acontecer
 

Jamais ficar esperando

Que o acaso um belo dia

Transforme em realidade

Nossa linda utopia
 

Buscamos um mundo novo

Com justiça social

Com pão em todas as mesas

O bem vencendo o mal
 

Ano novo, novos planos

Ou talvez só outra etapa

De um projeto iniciado

Talvez, do livro, a capa...
 

Precisamos só lembrar

Que a luta já profetisa:

Só somando nossas forças

Que o sonho se realiza
 

E essa nova humanidade

Que estamos a construir

Sem maldade e violência

Sem chorar, mas, sim, sorrir
 

Portanto, sigamos juntos

Sem parar de esperançar

Pois, ao final e ao cabo,

A batalha vamos ganhar


Autoria: Arlete Rogoginski

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

O que se busca enfim no amanhã que tanto sonhamos?

 

Estamos no limiar de mais um novo ano e com ele sempre vem um balanço do que não fomos capazes de realizarmos no ano que finda e logo vem os sonhos com várias situações novas e desejadas para o ano que se inicia. Uma viagem anual entre o mundo real e a doce ilusão de que a vida faça uma curva nos rios da vida e ancore justamente onde nossos pensamentos ousaram passar.

Apesar de todas as incertezas que nos vem à mente, pois não temos o controle da vida, vivemos na construção e expectativas de como será o nosso amanhã. Fazemos planos, convidamos alguém para ouvir uma música juntos e caminhar conosco e também achamos que podemos ir muito além do que já fomos. Um cenário sempre próspero, carregado de boas memorias e de esperança de uma vida melhor.

Se fôssemos desenhar o que sonhamos nesse momento, quem sabe o Hoje seria a linha do horizonte e o Amanhã o próximo passo ao rompermos a imensidão de nossas emoções, rumo às realizações que a mente gera e o coração alimenta.

Descobrimos ao longo da vida que podemos ser lenda para a história, momentos de amor para algumas pessoas e a vida que se soma a alguém em casos muito particulares e raros. Somos o tudo e o nada diante das expectativas alheias e muitas vezes passamos por situações que só o coração pode explicar. A única certeza que temos é que o hoje e o agora existem e isso nos faz acreditarmos que o amanhã está logo ali na dimensão da nossa imaginação e quando ele chegar voltaremos a ser crianças novamente e brincaremos de felicidade como num banho de chuva.

Para os seres que transitam na vida em curso individual, o amanhã não existe. Somente o hoje, assim como o amor como desenhamos um dia, que vai sendo substituído apenas por momentos. Ora por prazeres momentâneos e ora por algum prazer duradouro, porém para quem vive de emoções e sente o coração pulsar, consegue enxergar o amor até num voo solitário de um pássaro em busca de um pouso seguro. Quem sabe a grande missão humana seja buscar o amor além dos desejos temporários, como uma eterna magia que altera todo metabolismo e nos faz acreditarmos que o melhor ainda está por vir.

Às vezes necessito emudecer e sair de cena como uma condição humana necessária de sobrevivência emocional e de busca de equilíbrio. Depois eu me refaço e sigo na caminhada em busca de me fazer presente. Uma coisa é certa. Só temos mesmo o que de fato conseguimos conquistar. No mais vou me alimentando dos meus sonhos e buscando energia nas minhas utopias visando o amanhã. 

Há evidências de que buscamos para o nosso amanhã reconhecimento em termos de vida, resultados do que plantamos, resiliência e um caminho florido para o coração. Afinal morremos todas as vezes que somos ignorados e ganhamos mais um tempo de vida quando fazemos a diferença na vida de alguém ou sentimos que chegamos e ancoramos em seu coração. 

Na dúvida plantemos flores, mesmo sem a certeza de que poderão compor o nosso jardim. Ontem eu plantei Trevo de Quatro Folhas e algumas Orquídeas para que nos momentos de solidão e carências da vida, possam elas me fazer companhia. Normalmente as plantas reagem de acordo com a nossa presença e carinho na vida delas. 

Que vocês encontrem e plantem lindas flores nos caminhos que trilharão em 2021, apenas com o cuidado de regar todos os dias, adubar a terra e oferecer uma dose de carinho diária, como o amor necessita para criar raiz.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social

 


quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Um ano que não deixou saudades...

 

Imagem disponível em: https://br.pinterest.com/pin/615796949042123059/

Particularmente, vivi um ano com perdas muito doloridas, seis meses de reclusão devido à pandemia e mais dois com algumas dores vindas não sei de onde, mas com algumas conquistas também muito prazerosas, onde entre elas está terminar vivo o ano de 2020 e bem. Um grande motivo para se comemorar a vida!

Descubro diariamente, entre um sonho e outro, que precisamos sempre nos reinventar. Ninguém é tão completo e dono ou dona de uma verdade absoluta, que não precise de uma formatação e reciclagem permanentes. Vivemos em busca do que nos faz bem e de fazer bem a quem convive conosco, que nem sempre é um caminho fácil ou acertamos, mas que tem como segredo continuarmos a nos refazer e não desistirmos.

A vida nos ensina que somos compostos por defeitos e qualidades. Caso mirássemos apenas nos defeitos das pessoas não se conseguiria viver com ninguém, pois todos e todas temos defeitos. Porém são as virtudes e qualidades que nos movem, que nos comovem e nos faz querermos amar, vivermos e convivermos com as outras pessoas, independente de seus defeitos, aos quais podemos dialogar. O mais interessante é sabermos que isso ocorre diariamente diante da nossa incapacidade de enxergarmos os nossos próprios defeitos.

De uma forma geral, vivemos hoje diante do caos, numa situação onde vida e morte estão presentes diariamente diante da pandemia que atingiu o mundo, além da convivência forçada com os genocidas de plantão. Vivemos numa sociedade em crise permanente de identidade, onde o ter e a ostentação se impõem como regra em detrimento do ser, que é quase nada aos olhos de quem tem. Somos em muitos casos apenas fragmentos em luta por um espaço de existência, onde as redes sociais consomem o tempo e substituem um carinho, uma conversa ou um momento, nos fazendo seres individuais e em certos momentos até egoístas. Precisamos regar as nossas plantas e cuidarmos do nosso jardim para que a vida floresça.

A partir desse cenário várias perguntas nos vêm à mente: Como seremos no ano que se aproxima? Quem estará conosco? Qual será nossa missão? Estaremos vivos? O que aprendemos nesse ano tão complexo? Como administrar nossos conflitos pessoais para que eles não afetem ou interfiram em quem está conosco? Enfim... São perguntas de respostas complexas que só o tempo nos ajudará a responder.

Porém, quero diante das minhas incertezas e diárias introspecções e reflexões, deixar uma mensagem de esperança nas caminhadas do ano vindouro.

Um dia o sol se apaixonou pela lua, mesmo sabendo que não podiam conviver diariamente e teriam que esperar ansiosos por um eclipse que seria o único momento a se encontrarem e conta a lenda que seguem juntos até hoje. Uma simbologia que muito nos ensina. Um exemplo de como tirar o melhor proveito de algo que não se tem ao todo, mas que pode representar uma eternidade se bem vivido. A vida é assim. Ter tudo às vezes não significa nada e às vezes não ter nada pode significar o recomeço ou a busca de uma nova era.

Que tal celebrarmos as expectativas dos momentos que virão com base nas nossas utopias? Aprendermos a dar valor ao que temos, com a certeza que não chegou ao acaso. Degustemos o que a vida nos oferece diariamente, como resultado de nossas escolhas. Vale lembrarmos que nada podemos fazer com o passado que se foi, mas podemos mudar o ciclo e o rumo da vida ao mirarmos no futuro que virá. Mirar o futuro é uma necessidade.

Que uma fada madrinha esteja comigo em todos os momentos de 2021 e me ajude a enxergar o que de fato vale a pena. Caminhemos juntos e juntas para daqui a um ano comemorarmos em vida todo percurso que viveremos no ano que se aproxima. 

Feliz Ano Novo! Feliz caminhada e Feliz chegada aos nossos sonhos.

Antonio Lopes Cordeiro(Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social


domingo, 20 de dezembro de 2020

Um convite à reflexão neste Natal

 

A história nos conta que Herodes, reinando à época do nascimento de Jesus, teria ordenado que todos os bebês do sexo masculino com dois anos ou menos fossem mortos (Mateus 2:16), com medo de perder o poder, pois o que se ouvia na cidade de Jerusalém, era a notícia de um recém-nascido predestinado a ser o rei dos judeus...

Esse fato de extrema crueldade acontece em paralelo ao que o verdadeiro rei veio ensinar às multidões, a nova Lei do amor: “Amarás ao próximo como a ti mesmo”, repetia em suas andanças, Jesus, aquele menino que escapou da espada dos soldados de Herodes.

E nos dias de hoje, poderíamos identificar os “Jesuses”, os “Herodes”, os “soldados” e os “magos” de nosso tempo?

Quantas crianças são maltratadas, desalojadas, abusadas ou assassinadas, inclusive em bombardeios na própria “terra santa”...

Quantos governos autoritários, genocidas, escusos em falsas democracias temos hoje, com práticas que excluem, silenciam tantas vidas...

Quantos apoiadores dos Herodes de agora podemos identificar como os soldados que perseguem, ferem, matam os excluídos da sociedade: índios, negros, pobres, indigentes...

Por outro lado, quantos estão entre nós a anunciar que é possível um mundo diferente, onde haja comida na mesa de todos, educação, segurança, saúde, enfim, justiça social...

Que neste natal possamos refletir sobre a nossa vida e a nossa missão enquanto descendentes desses atores históricos. Com qual deles mais nos identificamos?

É possível um mundo diferente do que esse no qual estamos inseridos? Posso ajudar na construção de uma nova realidade, onde o ensinamento daquele menino nascido há mais de dois mil anos seja, enfim, posto em prática?

Que essas reflexões nos tragam coragem e esperança para reacender o desejo de um novo mundo, onde reine o amor e a paz entre os povos!

Feliz Natal - Feliz ano novo

Arlete Rogoginski
Servidora pública e dirigente sindical

sábado, 19 de dezembro de 2020

O mistério da natureza diante das nossas incertezas...

 

Ao caminharmos pelas veredas da vida o que se busca em sua essência é uma pausa na agitação do dia a dia, ainda mais num ano tão atípico como esse que termina de forma tão desigual, aonde o que sobrou a comemorar é só o fato de continuarmos vivos e bem, vivermos alguns momentos felizes com amigos e amigas e termos alguém que se importe de verdade conosco hoje, amanhã e depois de amanhã quando a velhice chegar, que não é nada fácil nem simples.

No meio disso tudo uma pequena e aconchegante cidade chamada Montenegro no Rio Grande do Sul, onde no passado era habitada pelos índios Ibiraiaras, dizimados pelos bandeirantes paulistas, entre eles Raposo Tavares. Um bando de aventureiros com a função principal de matar índios e se apoderarem das terras, do ouro e de outras riquezas que encontravam pelo caminho. Muitos ainda hoje tratados como heróis por parte da história oficial.

Uma tarde de sol. Um pequeno passeio de uma viagem construída sem ser programada e o convívio com pessoas a espera de uma nova vida. Diante de nós um belo cenário à beira do Rio Caí, composto por pescadores, vegetação densa e uma orla convidativa para uma longa caminhada sem compromisso.

Fazendo parte do cenário um paredão de proteção para uma das margens do rio e nele, numa das frestas, nascera uma planta que se tornara uma pequena árvore e que crescia lentamente, meio sem sustentação. De repente um pequeno pássaro pousa em um de seus galhos e de forma inusitada a árvore se parte ao meio nos deixando a perguntar o que teria provocado àquela cena que jamais imaginávamos observar. Naquele momento, seja por destino, por acaso, ou mesmo por um descuido da natureza, algo aconteceu na vida daquela planta, que só a própria natureza seria ou será capaz de explicar.

O que pensar diante de algo tão raro? Ao voltarmos ao post anterior, defendo que há uma simetria perfeita entra a vida das plantas e de nós humanos que vivemos com sentimentos e emoções e de repente ora somos gente, ora somos plantas no jardim de alguém. Parece ser o ciclo natural da natureza humana misturada ao ato de sonhar, resultando na composição da própria vida, que respira no dia a dia, o ar das nossas escolhas, decisões e incertezas.

Ouvi de uma leitora assídua que de forma até irritante eu me conservo esperançoso por uma vida melhor e por uma sociedade justa, fraterna e igualitária para todos e todas. Porém, o que seria das nossas vidas se não fosse o ato de esperançar, de viver de sonhos que alimentam nossas utopias? Creio que seríamos bem pouco e deixaríamos quase nada enquanto história de vida. Vivemos a desafiar a natureza, de criar o imprevisível, de escrever poemas ao compor uma vida juntos e de ir à busca de uma leve brisa quando o tempo fecha e nos põe em reflexão. Isso é humanizar as relações do viver.

Quem sabe o fenômeno ocorrido naquela planta tenha vindo para nos dizer muitas coisas, entre elas que é preciso amor verdadeiro e amar de forma incondicional, onde o cuidar é a seiva da planta que somos e buscamos na natureza o complemento do que gostaríamos de ser diante da nossa incompletude. Ninguém é tão completo(a) que não necessite de acabamentos.

Uma coisa é certa. Nem a árvore está morta, necessitando apenas de alguns cuidados, nem nós seremos os mesmos ou as mesmas amanhã quando acordarmos. Vale lembrarmos que ora somos o jardim no coração de alguém e ora somos apenas sementes que requer plantar, adubar a terra, regar todos os dias e sentirmos os frutos crescendo como resultado de toda nossa dedicação.

Que o ano que se aproxima nos possibilite cuidarmos dos nossos jardins com mais carinho e termos a capacidade de nos emocionar a cada flor que nascer para a vida. Jardinar a vida é um ato de coragem e de puro amor pelo próximo.

Antonio Lopes Cordeiro
Estatístico e Pesquisador em Gestão social


terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Diante de uma nova caminhada como cuidar das flores que plantamos?

 

Depois de um processo eleitoral que mostrou a verdadeira cara do Brasil atual, vimos o povo votante optar pelos partidos do Centrão, um monstro que serve ao sistema e que se move a partir de suas necessidades e interesses; uma parte sonhar junto com os representantes da esquerda nacional numa grande onda e uma grande parte anular ou se abster, fiquei pensando o que escrever para juntar sonhos e decepções e fazer disso uma razão para continuar na luta.

Aliado a tudo isso a notícia que a pandemia voltou com tudo, como se já tivesse ido embora e não maquiada para que as eleições pudessem acontecer, além das baladas em noites a fio com muita bebida que não houve interrupção.

Há um bom tempo li no Livro “O mundo secreto das plantas”, que elas se comunicam conosco a partir das nossas reações de carinho ou desprezo. Agem e reagem à nossa forma de tratá-las e respondem a nossa interação. Quem não cuida com carinho do seu jardim do que cuidará bem? Se bem observado há certa simetria entre o comportamento das plantas e de algumas pessoas que convivemos ou que formamos nosso campo de ação.

Nós dos sonhos das lutas concretas, por certo nos sentimos mais pobres em termos dos sonhos presentes e do que enxergamos como perda para a população que se deixou manipular e a preocupação com a pobre democracia que anda por um fio. Porém, aprendemos nos desafios do dia a dia a nos reinventar e assim seguimos em frente, porém com a necessidade eminente de uma profunda reflexão para identificarmos para quem perdemos e como perdemos. Muitas coisas novas nos encantaram e vivemos de plantar nos campos da luta, tendo a convicção que um dia essas flores abrirão para a vida.

Ao fazer uma busca humanista nesse momento de incertezas, me pego pensando que para algumas pessoas somos apenas momentos, que duram muito pouco e ficam quase nada, mas para outras somos flores plantadas com cuidado no jardim da alma e que brotamos quando tudo parecia uma longa seca. Para essas, o exercício da vida nos ensina que quanto mais cuidarmos da relação, mais seremos brotos de esperança e de um novo olhar. Um toque suave de amor e é nesse momento que acontece o nosso crescimento interior.

A pergunta que me vem à cabeça ao escrever um post como esse é o que seremos no ano que se aproxima? A impressão é que nunca mais seremos os mesmos e as mesmas diante de um ano que abalou a humanidade, levou antes do tempo milhares de pessoas e ameaça levar muito mais. Apesar de tudo isso há quem nem acredite nos riscos, quem se venda por um voto e quem agrida por prazer ou ainda acredite que depois de um copo e outro rumo à embriaguez a vida se refaz. Será que avançamos rumo ao total embrutecimento da humanidade? O que nos resta fazer?

Continuarmos a sonhar com uma sociedade de iguais. Avançarmos na reflexão. Investirmos no jardim que plantamos. Ouvirmos mais que falarmos e ajeitar o terreno, pois um dia ele será apenas uma história de vida de quem por aqui passou e ainda passará. Não podemos mover o passado, mas podemos ser construtores e construtoras de sonhos coletivos feitos a várias mãos.

Somos na essência o que as nossas escolhas nos tornaram. Somos o ontem, o hoje e se vida tivermos podemos ser muito mais, até nos tornarmos a alegria em cores de quem de forma desavisada tropeçou no acaso e deu de cara com o destino. O grande desafio da vida é entendermos que somos o tudo ou o nada aos olhos de quem nos observa com alguma forma de sentimento.

Que a vida que virá nos sirva de boas energias para avançarmos rumo às vitórias contidas em nossas utopias e alimentadas por nossos sonhos.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social