Vida que te quero vida. Algo tão
doce e frágil ao mesmo tempo. Em tempos de ventanias propositais que tangem tantas
almas ao além, com sol ou com chuva paremos, oremos e miremos no infinito em
agradecimento a mais um dia de vida.
O tempo vai marcando o compasso, o
pulsar, o riso ou o choro e construindo os detalhes que vão compondo a nossa
vida. O que nos alimenta é o que consegue sair da mente e ganhar um cantinho num
coração alheio e a felicidade se completa quando se torna um terreno com duas
moradas. Uma de frente para a outra, com comunicação diária para que não haja
desconexão, nem ruídos. Algo mágico quando acontece.
Somos fragmentos de vidas passadas,
misturados com a vontade de viver essa nova vida e o somatório de momentos que ela
nos proporciona. Vamos deixando ao caminho nossos rastros ou marcas. Nosso amor
para quem dele se nutriu e a vontade que algo de extraordinário aconteça enquanto
tivermos tino para tocar e sentir a vida.
O velho e precioso Tempo que é o senhor
da razão, onde dele dependemos para viver, vai aos poucos moldando o que somos,
o que construímos, quem segue conosco estrada afora e o que deixaremos como
história de vida para as vidas futuras.
Há uma magia solta no ar que não é
a terceira dose que revela, pois dela só saem os impulsos momentâneos e sim um
suave aroma que se sente ao fecharmos os olhos e imaginarmos o melhor dos sons
combinando com o cheiro suave que vem do infinito.
Muitas vezes queremos tudo e nada ao
mesmo tempo e achamos que temos todas as respostas sobre o universo que nos
envolve. De repente vem o tempo e muda todas as perguntas e aí temos que admitir
com humildade que nada sabemos e temos que recomeçar por novos caminhos desconhecidos.
A quem recorremos nessas horas?
Somos vários personagens numa só
pessoa a bulirem com a nossa imaginação. Temos partes bem resolvidas e outras
estamos tão distantes disso. Um contraponto com a atenção para não usarmos quem
por convicção ou por descuido abriu a vida para entrarmos. Quem somos afinal?
Quem gostaríamos de ser? Quem seremos amanhã?
Que sejamos quem quisermos ser,
porém com os cuidados necessários de não pisarmos na semente que plantamos naquele
vaso com tantos desejos e que acabou de brotar se não matamos a plantinha novamente
e assim o jardim não prospera...
A vida é feita de ciclos, momento, ventanias,
tempestades e também calmaria. Sábios e sábias são as pessoas que conseguem entender
o próprio corpo, conterem o prazer excessivo, não usarem outras pessoas por
pura distração e enxergar a própria alma.
Quando tudo parece consumado e
imaginamos que pode se tratar de uma catarse necessária para expelir o que a
alma pede, nos deparamos com novas emoções, comandadas pela solidariedade, humanismo,
um pouco de sorte e todo espécie de amor que plantamos e a vida fez florescer
para nos dar luz. São pessoas em movimentos onde as amizades sinceras e sem
interesse nutrem um novo campo de ação que chamam de amor. Algo que requer apenas
o entendimento de que não se mistura esses sentimentos, pois poderemos ficar reféns
deles para o resto da vida.
Dizem que o Amor por outro ser pegou
uma carruagem encantada e desapareceu na linha do horizonte por falta de sintonia,
dando a vez a outras formas de sentimentos e de prazeres. Custo a acreditar, pois
quando ele chega é algo inconfundível e abala qualquer estrutura, mas se assim for me
nutrirei de cada ação de amor, de cada som, de cada estrela e revigorar-me-ei do sentir, do pulsar do coração em horas de pura beleza e da beleza das flores que plantei e rego todos os dias, com a esperança de virar um Belo Jardim a ser apreciado em par do alto de uma colina.
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social