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segunda-feira, 29 de maio de 2023

Um reencontro com a luz do sol...

 

Um momento inesperado. Uma pausa na vida para enxergar a própria vida, que pulsa e pede mais atenção. Quem sabe seja para rever prioridades. Um acalento ou acalanto para a vida que segue com toda sua pujança rumo a dias melhores e um reencontro emocionante com a luz do sol, que entre nuvens vem dar o ar da graça e aquecer o corpo e a alma que pedem mais.

Vida que te quero vida, tu andas corrida e de repente o espelho da vida nos põe em contato com os detalhes, esquecidos quando achamos que a vida é eterna e nem temos tempos de enxergar.

O tempo passa numa dualidade de transição. Ora de forma bem lenta e ora numa velocidade que assusta, pois quando descobrimos já vivemos décadas. O que foi já foi, mas é com base no que ainda possa vir, que estão contidos os sonhos e toda grandeza das nossas utopias. Dizendo que o mais importante é que temos vida e ainda tem o hoje, o amanhã e o depois de amanhã...

Tudo passa, como dizia minha mãe, como se isso justificasse tudo que passou. De repente a vida vai fazendo uma seleção natural e vai ficando apenas o que nos dá motivos para viver, nos lembrando que ainda é tempo de novos luares, fogueira de São João, um drink com amigos e amigas e de reescrever novos capítulos para a história de vida que é o que deixaremos.

Imperfeito que sou ainda tenho medo da solidão, da escuridão e dos medos dos tempos de criança, onde um barulho mais forte no canavial escuro enchia minha mente de fantasmas, existentes apenas em minha imaginação. Quando abria os olhos era o dia seguinte, onde por muitas vezes os planos escapavam pelos vãos dos dedos por tudo que ainda viria a acontecer.

Um toque com perfume leve no ar de uma flor que nasce. Um jardim que cresce em plena alma em homenagem à vida e uma canção ainda a ser cantada quando uma nova amanhã de sol chegar com seus raios dourados completando a natureza.

Pensando bem viver é melhor que sonhar, como bem dizia a canção cantada com a alma por Elis Regina, pois viver nos põe em xeque constante e em contato com o ato de sonhar e é ele que nos faz vencer a escuridão, peitar os medos e encher os pulmões de ar esperando um novo reencontro com o sol.

Bem-vindo sol!... Você enche de cores e luzes o desenho de vida que acabei de pintar...

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social


domingo, 28 de maio de 2023

Acidente de trabalho não é culpa da vítima...

 

Toninha  Carrara (PO)

 

Quando acontece um acidente
O patrão, incoerente
Tem coragem de afirmar,
que a culpa é do trabalhador
Ora, culpa de quê, meu senhor?

Culpado pela sua própria dor,
Culpado por descuidar do amor
Culpado por ficar doente, de tanto trabalhar...
Culpado pelo acidente... por se machucar

No acidente de trabalho, o operário se martiriza,
a saúde se fragiliza, a vida se esvai.
Na insegurança, se queima, se corta, se envenena e cai

Não saiu de casa pra isto.
Saiu para ganhar a vida e não para tê-la roubada
O sistema de ganância do patrão,
que não investe em segurança e proteção
Quer provar que ele teve ação descuidada
E que é culpado pela própria vida tirada.

Mentira, calúnia, infâmia. Passa fora, patrão desavisado
Não vês que ninguém se machuca ou morre de caso pensado?
Mentira, calúnia, infâmia. Passa fora, maldoso patrão
Bem sabes que a culpa é tua, que economizas com proteção
Bem sabes que tirar a vida, para ti é cotidiano
Mal sabes que os trabalhadores pouco a pouco vão te desmascarar
Pois já começam a compreender e muitos a denunciar

A boa nova se espalha e tem que se espalhar
Que pelos acidentes, cabe às empresas se responsabilizar
Que elas cuidem direito de seus funcionários
para não morrer e não se machucar
Que morte em trabalho não é morte morrida.
É morte matada porque poderia, de todas as formas, ter sido evitada.

Corre patrão ......... Corre patrão!
Que operário cristão entende que a história não para na Cruz
A história da classe, assim como Jesus,
tem sua glória e vitória no Reino de Deus e na ressurreição!!!

 

Antônia Carrara (Toninha)
É mãe de duas filhas. 
Jornalista e professora aposentada. 
Escritora e compositora popular.
Atua na Pastoral Operária desde os anos 1980.
É trabalhadora voluntária junto aos grupos de Economia Solidária.

 


segunda-feira, 8 de maio de 2023

Pensar e sentir no que ainda poderá vir...

 

Ao fecharmos os olhos e nos voltar aos nossos pensamentos, promovemos em nossa mente uma pequena viagem interior, onde todos os EUs contidos dentro de nós entram em ebulição e juntos promovem momentos de ampla reflexão ou de prazer pela vida.

Para Freud o pensamento é a “ativação” ou “inibição” de sensações associativas de origem nervosas e neurais. Ou seja, é por onde transita as nossas emoções. Quem sabe o desafio seja de como lidar com elas ou como tirar delas seus melhores exemplos.

Hoje me pego pensando no que diferimos de muitos animais tidos como irracionais. Quem sabe seja a possibilidade do ato de pensar, que vai nos mostrando o passado, presente e o que ainda poderá vir ou não. Quando os pensamentos se transformam em ação acaba nos revelando quem somos, com todas as nossas forças e fraquezas.

Vivemos num mundo em descompasso, sempre à espera do caos, com pouca luz interior, rodeados de muitas pessoas perdidas, disputando o nada, buscando confundir as mentes alheias e brincando de amar, como se o amor fosse apenas um momento e como se existissem várias vidas, onde fosse possível com um simples toque (a la Midas), emendar um cenário em plena desconstrução pela ganância e pela disputa de poder.

Que mundo você projeta para o que ainda lhe resta de vida? Que mundo você constrói em seus pensamentos ou em suas práticas, mesmo sabendo que estamos divididos no campo dos valores, princípios e principalmente na luta diária entre o Ter e o Ser?

Quem acha que pratica o bem convivendo ou dando espaço em seus pensamentos e práticas ao mal, mais cedo ou mais tarde descobrirá que jogou fora um tempo precioso para a construção de marcas e ao invés disso vai deixando apenas rastros em sua vida.

Viver é isso. Um desafio diário em curso. Uma vida a ser vivida. Pessoas que podemos mimar ou magoar. Conter o ego que quer ser maior que o projeto de vida e uma luz que sempre acende e que podemos dividir com alguém para iluminar seus caminhos.

Sempre é possível aprender, crescer e mudar no sentido de nos acomodar melhor nessa vida e ao migrarmos para uma nova possamos deixar nessa um toque de esperança, o arrependimento pelos atos em descompasso, a beleza refletida numa planta que cuidamos e a certeza de que o amor verdadeiro é a única possibilidade de deixarmos vida em movimento e não matarmos o jardim da alma que tenta se refazer todos os dias e se não tivermos o cuidado matamos cada flor que poderia embelezar a vida de alguém.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni Cordeiro)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Autor do Livro: Cabe um Mundo no Mundo das Palavras – Prosas no Jardim da Alma


terça-feira, 2 de maio de 2023

Viva a Classe Trabalhadora!

 

Hoje 1º de maio é o dia da classe trabalhadora. A classe de pessoas que tudo produzem e sem as quais quase nada no mundo existiria, pois tudo que nos rodeia vem do trabalho humano. Sem trabalho não há vida. 

A classe trabalhadora sofre exploração, mas é vitoriosa, porque enfrenta sempre qualquer situação de tormento e segue driblando os problemas que são colocados no caminho. Como disse o Papa Francisco, este sistema é insuportável. Só o fato de vivermos em um sistema que não foi feito para nós já é uma vitória. Este sistema é insuportável e nos últimos anos tem mostrado essas suas maldades insuportáveis: 

RACISMO, VIOLÊNCIA POLICIAL COM IMPUNIDADE, DISSEMINAÇÃO DE VIOLÊNCIA PELAS REDES SOCIAIS, AGRESSÃO A CRIANÇAS NAS ESCOLAS, POPULAÇÃO DE RUA, ATAQUES À DEFENSORES/AS DOS DIREITOS HUMANOS. EXTERMÍNIO DOS POVOS INDÍGENAS E DOS QUILOMBOLAS, POBREZA E FOME, COVID 19 E RESSURGIMENTO DE DOENÇAS, FALTA DE MORADIAS, DESMATAMENTO SEM MEDIDA, DEGRADAÇÃO DO MEIO AMBIENTE, ATENTADOS CONTRA AS PESSOAS LGBTQIA+, VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES E MENINAS...

É preciso mesmo muita força para enfrentar este sistema com tantas atrocidades. São muitas coisas ruins, mas ainda assim, a esperança ressurge. A classe trabalhadora continua viva, de pé e mostra seu poder:

Mostra que é Povo que resiste e alcança conquistas em centenas de organizações, movimentos sociais e populares, sindicais e eclesiais, locais e internacionais e que conquista direitos, leis, estatutos, assentamentos, políticas públicas... e que mesmo passando por percalços, repressões e violências, vai driblando tudo isto e construindo a sociedade justa, com a força das lutas:

GREVES COMO FORMA DE RESISTÊNCIA EM VÁRIOS PAÍSES, GREVES DE VÁRIAS CATEGORIAS NO BRASIL, ORGANIZAÇÕES MUNDIAIS DE TRABALHADORES RURAIS E URBANAS, MOVIMENTOS E FRENTES DE VÁRIAS FORMAS DE LUTA: associações populares, grupos de jovens, movimentos de moradia, lutas pela terra, Grupos de luta pela salvação do meio ambiente.

NOVAS FORMAS DE RELAÇÕES DE TRABALHO: Economia de Francisco e Clara, economia solidária, agricultura familiar com produção de alimentos orgânicos.

Por isso, temos esperança. Nossa esperança vem da fé e da certeza de que o Reino de Deus é presente, porque deste Reino já vemos estes sinais.  E ainda contamos com a Presença e atitudes do Papa Francisco e de outras lideranças que pregam a justiça e a paz e que apóiam as lutas da classe trabalhadora.

A classe trabalhadora é que constrói o mundo novo
Mundo justo, mundo farto, do jeito que merecemos
Sigamos: está em nós, a solução. História na mente, mão na mão
Sigamos: cabeça nos sonhos e pés firmes no chão
Força, Companheiros e companheiras! Somos irmãs, somos irmãos!

Deus trabalhou até o sétimo dia. Criou, abençoou e até descansou
A classe operária em seu dia a dia. Continua com fé, o que Deus começou!

Antônia Carrara (Toninha)
É mãe de duas filhas. 
Jornalista e professora aposentada. 
Escritora e compositora popular. Atua na Pastoral Operária desde os anos 1980.
É trabalhadora voluntária junto aos grupos de economia solidária.


segunda-feira, 1 de maio de 2023

Planos sinistros e tenebrosas transações...

 

A verdade tal como a conhecemos morreu? Estamos diante de uma nova edição do livro “A morte da verdade”? As mentiras diárias chamadas de Fake News são ameaças à verdade. Como conviver com essa nova realidade que infesta o mundo verdadeiro e alimenta a mente de gente sem noção, sem projeto de vida e dominada pelo ódio?

Não tenho dúvidas em afirmar que caso o genocida que desdenha das mulheres, que matou milhares de pessoas com seu descaso, que foi intolerante com vários setores, que queria ficar com as joias do Estado recebidas em troca do patrimônio nacional, que tentou exterminar a nação indígena, o pai da mentira, que fugiu para não estar perto do dia da posse, se tivesse sido reeleito, a verdade no mínimo, estaria agonizando.

Bem que ele tentou de todas as formas escrotas para se reeleger, a exemplo mais visível impedindo dos nordestinos votarem e depois comandando um possível golpe com a invasão do dia 8 de janeiro, que para ele seria o golpe de estado perfeito. A frase do Ministro Barroso diz tudo: “Perdeu Mané”! No mínimo vai ficar inelegível...

Um desgoverno com tenebrosas transações, como dizia Chico Buarque em sua canção. O Brasil fechado para o mundo e de chapéu na mão para os EUA. Isso só tem apoio de quem pensa como ele e só não age igual porque não tem coragem e o tem como “mito”.

Achei hilária a desculpa para postar um vídeo em apoio ao 8 de janeiro e depois apagar. Estava doidão, sob efeito de remédio. O bom é que não convenceu ninguém que tem o mínimo de juízo e sabe como ele agiu durante todo tempo que desgovernou o país. Porém ele não falou atoa, buscava uma tese jurídica com esse procedimento.

Um alerta: Temos que tomar cuidados com seus seguidores e seguidoras, pois além estarem entre nós são perigosos e perigosas e agem sob o comando dessa trupe do mal.

O que sobrou para ser administrado? O bom senso. O cuidado especial com o povo que mais precisa. O carinho com a classe trabalhadora. O respeito aos índios e aos quilombolas. O cuidado e o respeito às mulheres e o país saiu das trevas e passou novamente a ser respeitado pelo mundo.

Um outro mundo é possível e o construímos diariamente a partir das nossas utopias, sem ódio, andando de mãos dadas, amando a vida e as pessoas e sonhando com uma sociedade justa, fraterna e igual para todos e todas, onde a meritocracia seja uma conquista quando as oportunidades forem iguais e não apenas para um setor abastado.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social