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quinta-feira, 13 de maio de 2021

E por falar em amor, desejos e prazeres em tempos de desamor...

 

Inicio desejando a todos e a todas que acompanham o blog, vida longa e muitos desejos, de preferência que não sejam secretos, pois desejos secretos acabam nos escravizando e muitas vezes invadindo o universo de quem caminha conosco.

Como pesquisador começo essa conversa no meu cantinho predileto perguntando: Qual é o teu desejo? Ele é secreto ou pode ser compartilhado com quem você ama? Até onde teus desejos te levam? Até que ponto os desejos interferem diretamente numa relação se não puderem ser compartilhados?

Li um texto certa vez sobre o amor e as diversas formas de amar que me chamou muito a atenção e ficou no imaginário, pois trás uma definição do amor que os tempos modernos tentam desconstruir, além de uma visão sobre as diversas contradições, problemas e situações vividas no exercício de amar.

Para aprofundar essas questões teríamos que ler, principalmente Freud e Lacan, que viajaram pelo universo do amor, desejos e fantasias, expondo as contradições humanas nas vivências amorosas em busca do prazer.

O autor afirmava que o amor que sentimos por uma pessoa em particular, não pode e nem deve ser confundido com o amor fraterno que sentimos por parentes e amigos queridos, pois o que diferencia a forma de amar alguém não é com quem fazemos sexo de forma regular e sim o que faz um coração pulsar mais forte por outro ser.

Segundo ainda o autor, o amor sublime como ele chamou fica numa área restrita do coração, que só cabe uma pessoa de cada vez e os sentimentos viajam diariamente por ondas que são alimentadas pela reciprocidade. Enquanto que o amor fraterno é nutrido pela amizade sincera e também se nutre da solidariedade e do carinho nas ações do dia a dia, além de que não se consegue em sã consciência, amar a duas pessoas em área restrita ao mesmo tempo e que misturar o amor sublime com o amor fraterno numa relação, pode trazer consequências confusas para o resto da vida e até o fim de uma amizade.

Quem sabe essa seja a razão principal para que um ser humano normal opte em ter uma única pessoa em seu relacionamento, possibilitando assim que o amor sublime se construa, cresça e se complete com a vida sexual. O autor afirmava ainda que do ponto de vista do prazer, o sexo com amor é universalmente diferente do sexo sem compromisso, que é só um prazer momentâneo e irreal, pois o gozo é o momento final, mesmo que venha a se repetir. Algo do instinto humano e não do sentimento.

Duas amigas psicoterapeutas que sempre converso, afirmam que seus consultórios virtuais, se encontram lotados de pessoas infelizes, que tem o mundo do prazer à sua disposição a um clique no celular, mas diante de seus travesseiros, com o tempo, ficam expostas à solidão e à depressão. Uma escolha ou um vício como elas afirmam, mostrando que o vício pela busca do prazer é tão intenso e prejudicial quanto o vicio das drogas, comandado pelo instinto e afetando diretamente o emocional.

A nossa vida é feita de escolhas e isso resulta no que somos e temos hoje, mas que podemos ter outro cenário amanhã, diante de novas escolhas. Essa é a minha busca atual na construção de um novo cenário de vida, que comporte quem eu sou e torne o meu amanhã mais leve e feliz. Quem viver verá!

Sabe o que não tem preço? Podermos realizar os nossos sonhos e desejos livremente, compartilhando com quem caminha conosco. Uma troca de desejos e sentimentos, pois só o amor sublime é capaz de mexer com a nossa imaginação, bulir na nossa vaidade e fazer com que levemos alguém em pensamento dia e noite de forma leve, só pelo prazer de lembrar. Dure o tempo que durar.

Termino afirmando e refletindo que só o tempo que é Senhor da Razão dirá quem estará conosco quando as rugas e as estrias chegarem de forma intensa e as aparências do corpo já não forem mais o nosso cartão de visita. Quem sabe aí descobriremos de fato o que é o amor e quem de fato nos ama.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social