Mensagem

Faça seu comentário no link abaixo da matéria publicada.

quarta-feira, 30 de março de 2022

Pingos de Chuva no Telhado


 

Imagem: https://br.pinterest.com/pin/560698222363399039/

É alta noite. Os pingos de chuva no telhado escorrem telhas afora. Uma ventania completa o cenário. A mente em alerta com os perigos iminentes que nos rodeiam, que muitas vezes moram ao lado da nossa imaginação. O coração às vezes aperta e o sono que não vem. 

A madrugada longa se movimenta devagar e com ela as inquietações brincam de roda em nossas cabeças. Procurando disfarçar e sairmos dessa situação, fugimos cavalgando num cavalo de pau imaginário para nos esconder do perigo, como fazíamos quando crianças com medo do bicho papão. 

O dia amanhece com o sol dando o ar da graça e convidando os casais apaixonados ou os que ousam e se arriscam em amar, para se envolverem em seu calor e depois escolherem a melhor sombra para repousar. 

A vida é isso. Uma busca diária e cotidiana para espantarmos o que nos assombram, disputarmos atenção e sorrisos, sermos incluídos e incluídas nas conversas caseiras ou coletivas, acolhermos com carinho o que nos fizer bem e irmos construindo um ranchinho acolhedor aonde queremos morar e ficar. 

Ainda com sono é hora de seguirmos rio afora, remando nas canoas da vida, mesmo sem sabermos nadar, porém com a vontade de curtirmos a paisagem, pararmos no próximo porto para ver o por do sol e deixar a vida nos levar. 

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social

quarta-feira, 23 de março de 2022

Senhor dos Ares e dos Mares Rogai por nós!

 

Senhor da Vida, vivemos tempos complexos jamais vistos. Quem sabe algo criado pela própria humanidade e quiçá com o intuito da busca da regeneração, num mundo individualista, com ausência de amor e sem conexão com todas as divindades, que ora estão sendo negociadas no mercado e nos negócios da fé. 

Senhor dos Ares, dai-nos sabedoria e discernimento para que não usemos as pessoas, sob qualquer hipótese, assim como não julguemos para não sermos julgados. Vivemos num mundo que nos avalia e nos exclui, pelas cifras que dispomos, pelo que comemos, pelas marcas que usamos, pela idade que temos, pela etnia, pelo estado que nascemos, pela opção sexual, se bebemos e sabemos o que beber e que tipos de conversa querem de nós, entre tantos outros. 

Quem não se encontra no padrão determinado por uma sociedade elitizada e de pensamentos burgueses fica em segundo ou terceiro plano, ou no sinistro mundo do silêncio, onde só falamos com a nossa consciência e quem nada tem vai direto para o fosso da vida, onde a vida vale muito pouco ou nada vale. 

Senhor dos Mares, ensina-nos a navegar pelos mares, lagoas e grotões da vida. Vencendo todas as ondas que querem nos levar antes do tempo e nos façam merecedores e merecedoras, de alguém que nos ame e nos eleja como par. Ajude-nos a mergulhar de forma segura nas profundezas das nossas incertezas, incapacidades e falta de merecimento ou ainda quando em êxtase, guiados e guiadas pelo álcool, aonde nossa capacidade de raciocínio vai a zero e nada parece nos abalar ou mexer com as nossas emoções ou com quem estiver conosco. 

Senhor Guia do Mundo, toque nossos corações. Cuide das nossas almas. Dai-nos visão para enxergar o que possa nos trair. Una e que for para unir. Ligue o que for pra ligar. Mostre-nos o caminho para o paraíso em vida, que às vezes pode ser traduzido por apenas uma frase, um olhar, um momento de carinho e por um respeito incondicional comandado pelo ato de amar. 

Dai-nos por fim, Senhor da Vida, a leveza quando algo nos contrariar e façam-nos pessoas sensíveis e sinceras que ame sem limites de amar a quem por opção pousar em nossas vidas, quando podia estar voando para outros ares.

Amém!!!

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Pesquisador em Gestão Social


domingo, 6 de março de 2022

Uma tardezinha ao por do sol...

 

Uma tardezinha ao por do sol...

Uma leve brisa no rosto e uma areia branca convidando a andar meio sem compromisso com o amanhã, apenas para molhar os pés em águas cristalinas, que mais parecia um paraíso escondido da civilização.

Era tempo de pensar o que havia a colher do que fora plantado, regado dia a dia e disputados com ervas daninham que insistiam em se por no caminho. Era tempo de pensar também que tipo de jardim poderia ser produzido com as plantas que sobreviveram ao último verão.

O que poderia ser? Quem sabe o encontro das águas de dois rios que caminham em mundos opostos para o mar, ou um desaguar no oceano das nossas fantasias ou ilusões. Quem sabe ainda um feixe de luz na escuridão que as noites mal iluminadas ou sem lua produzem. Seja o que for veio para dizer que a vida é bela, que a mente viaja pelo infinito dos nossos pensamentos e o coração pulsa mais forte até quando recebe uma pequena dose de carinho.

O que poderá ser o amanhã? Quem sabe o encontro dos meus possíveis desejos nada secretos, com a minha vontade de ser o que gostaria de ser. Aprendi que bom mesmo é quando podemos dizer ao mundo o que pensamos, pois tudo que é secreto um dia será revelado e sobrará muito pouco depois da ventania que isso gera... Quero mesmo é vive-los!

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social