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sexta-feira, 31 de julho de 2020

O que sobrará e o que sobraremos?


47 Melhores Ideias de Minas Gerais | Lavras novas, Casa colonial ...
Venho de inquietudes geradas por noites de insônia e de desencontros. Uso o tempo, depois das atividades, para uma viagem interior em busca do outro eu que se encontra sutilmente escondido. Quem sabe brincando de roda com todos os personagens que criei em meus anos de vida. Caso seja isso mando um recado ao dito cujo: “Eu também quero me divertir”! Esse ano foi de muita tensão e ainda está sendo, o que me obriga a me reinventar todos os dias.  

Ao levantar olho pela janela e me pergunto: Que país é esse que brinca com a realidade? Que povo é esse que ignora o perigo da morte brincando com a vida? O que sobrará depois dessa onda fascista onde o mal vadia no quintal de casa e seus adoradores zombam do ato de viver? Seremos melhores seres em vida? Saberemos usar melhor o tempo? Saberemos traduzir o que é o amor?

De cara um desafio. Ficar em casa preservando a vida ou ainda evitando de contaminar quem encontrar, ou ceder às vontades de ir para a noite no aconchego de mais uma comemoração pela vida? Paro, penso e continuo a pensar. Milhares de pensamentos me vêm à cabeça, mas a certeza de que em vida ainda tenho muitos sonhos a realizar e um deles é continuar vivendo...

Quem somos afinal? O ser que mostra ser ou o que se busca para existir? O ser que ilumina a escuridão de alguém ou o que busca luz para viver? O ser que se acha completo ou o que busca no amor uma forma de se completar? Enfim, quem somos e o que seremos? Onde estamos e para onde vamos?

Somos o que chegamos até aqui, como resultado de nossas escolhas e da nossa forma de pensar e agir, porém com a esperança que possamos ser o que guardamos em sonhos novos e antigos. Somos fragmentos do tempo. Partículas do ar na imensidão da vida.  Somos o que foi possível ser. Somos o ontem, misturados com o hoje, tentando seduzir o amanhã para que cheguemos lá e exploremos o mundo.

Somos uma composição de achados e perdidos, de encontros e desencontros, que vão tecendo a colcha de retalhos que é a vida. Somos fogo e água. Somos poemas inacabados em busca de par. Somos a letra de uma canção que compusemos em noites de amor, mas que nas bordas trazem nossas inquietações com o que ainda não aconteceu ou que nos fez chorar.

Nesse momento eu quero pouco. Quero uma manhã ensolarada, com um regar das plantas em busca de alimento para a alma e um café da manhã numa casinha de fogão de lenha acompanhado de quem me faz bem para fazer a vida valer a pena e alguns passos em direção à liberdade de viver, numa busca contida de respostas para os pensamentos da noite.

Enquanto eu sonho vou cantarolando um trechinho de música, ainda inacabada, que fiz para uma fada que me prometeu me levar ao paraíso em vida e ainda não fez. Estarei dormindo ou acordado? Fadas existem? Na dúvida quero deitar novamente e ter o prazer de dormir com a cabeça tranquila e o coração palpitando para o que me planejei realizar amanhã.

Vem comigo. A vida é simples, mas o sonho é sofisticado. Construir uma nova sociedade a várias mãos onde o ato de viver ou morrer dependa apenas do Criador e não de quem nos rouba todos os dias o direito à vida com dignidade. Caso venha eu te espero enquanto leio versos do Drummond e ouvindo Por uma Folha, que é uma viagem à nossa existência. Até daqui a pouco...!
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social

domingo, 26 de julho de 2020

A fonte de toda fartura


Dela brota toda planta
Que transforma a paisagem
Verdejando todo campo
Com sua verde ramagem

A terra é nossa mãe
Generosa e solidária
Distribui sua riqueza
De maneira igualitária

Desde o princípio de tudo
Dela o sustento tiramos
Às vezes pelo mau uso
Quase a sufocamos

Talvez se a terra pudesse
Um recado nos passar
Diria: “quero somente
Toda a fome apaziguar”

E ainda prosseguiria:
“Existo pra todo mundo
Uma cerca só me machuca
Em um grande latifúndio”

Vamos dividir a terra!
Deve a todos pertencer
Por que todos têm direito
De plantar e de colher

Tudo depende de nós
O Papa nos lembra e deseja
Vamos cuidar nossa casa comum
Pra que mais habitável ela seja

Que dê alimentos a todos
Que todos tenham um lugar
Ninguém seja deixado pra trás
Pois aqui é o nosso lar

Autoria: Arlete Rogoginski

domingo, 12 de julho de 2020

O Amor existe ou é uma lenda da adolescência?


O amor jamais morre… | O Olhar de Kika Domingues
De vez enquanto me sinto jurássico ao falar de Amor como um sentimento que se nutre da pureza da relação, ou quem sabe o Amor da forma ingênua que penso sentir, nem mesmo exista. Faça parte apenas de uma lenda antiga que muita gente não conhece ou a esqueceu e trocou por novas formas de amar. Aí fico com a dúvida se estarei velho demais para ainda acreditar que o Amor exista ou se farei parte de uma vanguarda em extinção, que resiste e ainda guarda o sonho de amar e ser amado, depois de ciclos de vida onde isso parecia ser tão natural. Seja o que for o Amor de verdade pode até ser um mito, mas quem já o viveu ou ainda quer viver enxerga a vida a dois com outros olhos e disposição para viver. 

Fico pensando que quando conseguimos entender que o AMOR verdadeiro por outro ser, fica numa área restrita do coração, reservada de onde habita o amor que sentimos pela família e pelos amigos e amigas, por mais chegados que sejam, a vida a dois passa a ter outro significado, indo muito além do sexo como argumento ou das diversas formas de carinho e passa a ser uma busca constante de juntar as duas partes, pois nos misturamos com quem amamos, compartilhamos e oferecemos sempre o que a outra parte amaria ver, ouvir e viver, só para vê-la feliz. Construímos momentos só para gozamos juntos e pulamos de mãos dadas os obstáculos que a vida sempre nos põe frente a frente.

Ao entender isso, sentimos que mais vale aproveitarmos a vida juntos, nos diversos momentos que a vida oferece, do que estarmos nos bailes da vida dançando com o mundo só pelo nosso prazer, porque se assim for, só uma parte goza e se torna apenas a motivação de vida pelo prazer do momento.  

Viver a dois com AMOR é leveza na alma. É um pulsar em sintonia com as almas brincando de amanhã. É sentir vontade de ligar a qualquer hora do dia e da noite só para matar a saudade. É se por disponível para falar e escutar. É roubar um tempo do lazer e dos compromissos nas redes sociais, só para ficar juntos por prazer. É nunca deixar a outra parte à espera sem avisar. É mimar e dar Bom Dia e Boa Noite por prazer e por AMOR. É ter o cuidado de incluir a outra parte aonde achamos que ela se encaixa perfeitamente e vai se sentir feliz. É compartilhar e convidar ao que nos faz bem. É enfim um doce afago no tempo com o receio que a vida logo acabe. São coisas dos deuses em busca de Deus. É o universo conspirando para que duas almas voem juntas rumo ao infinito noite e dia.

Quem sabe esse roteiro expresse apenas uma prestação de contas com as minhas vidas passadas ou uma vontade de ser assim se vidas futuras eu tiver. Seja o que for é um processo de catarse permanente que sempre aviva a minha forma de ser, que vai de sobrevivente de uma sociedade embrutecida onde amar no velho estilo virou perca de tempo e fora de moda, passando por uma janela para o futuro onde enxergo o sol e com ele faço uma viagem até à tardinha onde contemplarei as estrelas em busca de alimento para a alma e de muito amor. 

Se AMAR dessa forma é ser anormal, anormal serei enquanto vida tiver e por ser assim, me dou ao direito de sempre desconfiar de quem se acha normal.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social