Mensagem

Faça seu comentário no link abaixo da matéria publicada.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Uma viagem ao universo das nossas utopias...

Utopia e distopia. Conceito e exemplos - Estudo Prático

Onde procuramos a luz que ilumina nossos caminhos? Quando nos perdemos de nós mesmos onde nos procurar? Onde queremos chegar? Que utopias nos movem?

Em tempos de pandemia parece que todas as carências se juntam para nos por em ebulição e testar de uma só vez coração, mente e espírito, quem sabe para que não paralisemos no tempo. Uma forma de testar nossos limites, paciência e fé. A partir dessa realidade a maior tarefa consiste em criar formas diversas de passar o tempo e com conotação muito diferente de quem está só ou em companhia de alguém.

Qual é a primeira imagem que te vens à cabeça quando fechas os olhos e permites olhar para o infinito em busca de respostas para a vida? Consegues visualizar os possíveis caminhos que se abrem a partir da tua imaginação? Estás no presente mirando o futuro ou teu passado te aprisiona e não consegues caminhar?

Caso fizéssemos uma pesquisa distribuída por idade, sexo, religião e comportamento político por certo se teria um cenário muito variado com as respostas, pois essas imagens refletem a forma de ser, de amar e de ver o mundo a partir de um prisma particular composto pelas diversas culturas e conhecimentos, sonhos e utopias, onde o cartesiano e o abstrato se digladiam querendo provar quem tem mais autenticidade. A emoção ou a razão? O destino ou o acaso? O cérebro ou o coração? O amor comprometido ou o prazer sem compromisso? Enfim, várias abstrações poderiam revelar que humanidade temos e onde nos situamos a partir das nossas emoções.

Esse é um exercício que se fizermos nos permitirá sairmos do embrutecimento que a vida moderna nos levou, nos individualizando em suas tecnologias, mesmo dialogando com o mundo e voltemos ao ponto central onde residem nossas emoções e onde a vida nos levou com todas suas variáveis, onde as crenças, as heranças culturais, o acúmulo de experiências e principalmente a sabedoria, juntas moldam nossa forma de ser, pensar e agir. Somos o ontem que fomos, o hoje que vivemos e o que nos permitimos ser, mas amanhã, se preciso for, nasceremos novamente para entendermos passo a passo a vida que virá.

Muitos e muitas dirão que diante de tantas atividades online, onde se cria um mundo particular e paralelo que requer sempre respostas imediatas, não dispõem de tempo para algo tão trivial ou dirão ainda que os tempos são outros e que numa sociedade de resultados competitivos onde os interesses de toda ordem falam mais alto, parar para uma viagem interior é perca de tempo e desperdício de energia. Grande parte da humanidade está tecnologicamente presa na bolha do tempo que ela mesma criou.

Às vezes nos encontramos tão confiantes naquilo que imaginamos ser ou ter, que quando o trem da vida faz uma curva, nos provocando um desequilíbrio momentâneo, pois a força física nos leva para onde o corpo inclina, nesse exato momento e por um instante descobrimos que nada somos em definitivo ou o que temos ficará em terra quando partirmos para outra dimensão. Ai então descobrimos a importância do medo, quando o corpo balança, a mente visualiza os perigos e quando o coração pulsa mais forte. Quem sabe precisemos do caos para descobrir que somos humanos, que precisamos de ajudas frequentes e que não nos bastamos por si só. Eis portanto, uma grande revelação.

Como bem me disse Paulo Freire naquela conversa de 1989 que mudou minha vida em vários sentidos, vivemos de sonhos possíveis ou não, mas a única coisa que faz com que esses sonhos não morram, é uma utopia que os alimentem e nos mostrem como a vida é bela quando acreditamos ser possível e nos comprometemos com a nossa maior missão que é servir por uma causa coletiva. A minha será sempre lutar junto com sonhadores e sonhadoras por uma sociedade justa, fraterna e igual para todas as pessoas do bem e que vieram ao mundo também para uma missão, pois hoje tenho claro que se torna praticamente Impossível viver e conviver com pessoas do mal.

Que nossas utopias nos façam caminhar com prazer e possamos nos encontrar nos sonhos possíveis de cada um e uma de nós para comemorarmos a vida e a vitória.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social

domingo, 24 de maio de 2020

O que pode ser diferente nessas eleições?

Vote em mim que sou diferente. Eu prometo! Esse é o grito silencioso disfarçado nas inúmeras promessas de campanha, para uma população viciada em barganhas eleitorais, onde o voto vira moeda de troca até para pequenos favores futuros e negociatas de toda ordem..

O que leva uma pessoa a se candidatar? O que busca além do ego? O que ou a quem seu mandato estará ligado? Estamos preparados(as) para votar?

As respostas a essas e outras perguntas nos daria um roteiro para se saber de que lado a pessoa candidata está, se ao lado do povo na luta ou mesmo no acompanhamento por seus direitos suprimidos e o resgate da cidadania ou se vai usar o povo para se beneficiar pessoalmente ou a seu grupo ou ainda resolver a sua vida pessoal. Uma coisa é certa. Ninguém se candidata pensando em não ganhar ou que a campanha seja um fracasso, independente de ser vitoriosa ou não. Quem se candidata acha que pode fazer a diferença.

A cultura política nos mostra que as campanhas eleitorais sempre foram pautadas por interesses de toda ordem dentro do espectro ideológico que abrange da extrema direita que vemos em ação no momento à extrema esquerda que tenta sobreviver em carreira solo imbricada em si mesma. Além disso, o eleitorado vota na pessoa e não no projeto, numa ação de puro personalismo, que instiga a vaidade e foge ao compromisso de um projeto.

Os guetos sozinhos não conseguem gerar representantes exclusivos, pois apesar dos recortes necessários para cada luta, a linguagem a ser estabelecida necessita representar a cidade dentro do limite ideológico que cada candidatura representa. Assim, é necessária uma linguagem estudada em detalhes para que se fale a língua do povo em seus diversos segmentos, sem perder a ternura e seu perder a identidade do núcleo de defesa.

O que pode ter de novo num processo eleitoral tão complexo como o que vivemos na atualidade, que mantenha a responsabilidade com a democracia? Faz-se necessário se dizer que defendemos a democracia direta e participativa, que é bem diferente da democracia representativa que anda muito mal das pernas pelas escolhas que o povo tem feito.

Quem sabe apostar nos candidatos e candidatas que apresentarem um projeto a várias mãos, como os mandatos coletivos, que é uma modalidade nova na cultura brasileira, onde um grupo de pessoas é eleito a partir de uma que encabeça, mas o grupo tem vez e voz ou mesmo no limite, os mandatos participativos que se pautarem por um conselho de mandato criado por segmento e regionalizado e com a coragem de discutir se esse conselho será consultivo e deliberativo ou apenas consultivo, que em regras gerais representa apenas um espaço de informação e de boas conversas, mas pouco serve.

A grande tarefa de quem aposta numa sociedade justa, fraterna e igualitária para todos e todas é esclarecer que além do candidato ou candidata existe sempre um projeto escrito ou não. É preciso saber que projeto é esse e a que setor da sociedade essa candidatura está ligada, que em regras gerais, numa sociedade de maioria negra, ou defende a Casa Grande ou a Senzala. Ou defende a classe trabalhadora ou o sistema. Não existe meio termo.

A eleição desse ano é tão complexa que estamos aprendendo a nos reunir e dialogar à distância e mesmo a eleição devendo acontecer em dezembro, é importante que saibamos que iremos a campo ainda com resquícios da pandemia, num cenário animador, o que muda toda trajetória. Teremos assim uma eleição restrita ao medo de tudo e de todos.

Que saibamos usar os espaços com uma comunicação que seja capaz de mostrar o que somos, o que defendemos, quem representamos, porém sem agressão que atice o ódio que é tudo que a direita e a extrema direita sonham. Que nos percamos dentro das nossas próprias contradições. Vamos à luta!

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social

terça-feira, 19 de maio de 2020

Ter ou Ser... Eis a Questão...


O DESEJO DE TER OU SER ~ O Texto no Contexto como Pretexto

Ontem ao ler um comentário no meu post anterior, de uma pessoa que por enquanto só a conheço das redes sociais e ser classificado como alguém que possui uma alma de poeta, me veio uma alegria de criança, daquelas que não se explica, ao encontrar um ser que consegue me enxergar de uma forma que nem eu mesmo me vejo e que por certo quando me conhecer pessoalmente não vai me julgar pelo que eu possa ter e sim pelo que sou e minha sorte de trazer pessoas como ela para vir comigo em minhas viagens existenciais.

Um dia ouvi de alguém sábio, que entrar na fase dos “enta” bem é revelar o que nossa alma transcende e compartilhar com quem nos rodeia por amor, da nossa melhor porção, que está longe de ser uma viagem num carrão de cem mil, acompanhado, numa estrada deserta com uma linda paisagem, que também é muito bom e sim um convite para saborearmos juntos o que a vida e a natureza nos deram de melhor que foi a sabedoria de observar pequenos movimentos do fluxo entre a cabeça e o coração e transformar isso em momentos felizes. Algo que a sociedade moderna praticamente abdicou pelo seu embrutecimento.

A crise da pandemia nos trouxe uma nova visão do que realmente somos. Das nossas possibilidades e limitações, da nossa forma de ser, do que tínhamos em abundância e não dávamos à mínima importância e hoje um dos nossos maiores sonhos é apenas ultrapassar o limite do nosso portão e andarmos livremente pelas ruas novamente. Algo impensável para quem via o mundo a partir de sua realidade ou num boteco qualquer.

A vida moderna se transformou numa grande neurose competitiva que se instala em nosso subconsciente a parir do “ter” e às vezes inebriados vamos também fazendo nossas escolhas e situando nossa vida a partir delas. Que carro temos? É popular ou de classe? Que celular temos? É daqueles baratinhos ou cabe o mundo nele? Que computador temos, é da Apple? Enfim, isso nos situa em que posição nos encontramos na pirâmide social, mas também serve de parâmetro para avaliarmos o quanto nosso ego está inflado ou não.

Ao me desnudar de tudo isso, vejo que praticamente não existo para muita gente no quesito “ter”, mesmo tendo vindo de uma empreitada por amor. Caso eu morra amanhã, pois a minha vida não me pertence, não deixarei nada de grande valor ou de importância financeira, tampouco quis ter algo na vida a partir da mais valia e da exploração humana.

Não possuo bens materiais de luxo ou de última geração, muito menos desfruto de mordomias, que façam as pessoas se lembrarem da minha memória a partir deles. Quero ser lembrado apenas pelo que sou, deixando quando me for, apenas uma história de vida construída com muita luta, dedicação e dignidade, que quem me conhece de verdade por certo se lembrará.

Qual meu patrimônio real? Humildade, coragem para lutar, capacidade para me refazer, dignidade na alma, carinho em abundância, sinceridade e transparência nas relações e amor sincero, que sempre doei de coração para quem caminhou comigo buscando a minha essência e também me amou. Caso eu volte nas próximas gerações, gostaria muito de voltar exatamente como hoje sou. Simples, direto e objetivo.

Nada tenho de valor monetário que encante ou chame a atenção das pessoas e muito menos beleza física. Sou um ser eminentemente comum, mas quem por acaso ou por destino comigo se encantar a partir do que realmente sou, terá alguém real, leal e de corpo e alma para ser seu par, em todos os tipos de empreitadas que a vida nos trouxer. Prefiro continuar sendo o que sou, pois não deixarei dívidas que minha alma não possa pagar.

Completo-me a cada vez que encontro alguém que me consegue fazer sonhar com poucas coisas e continuar acreditando que o melhor ainda está por vir.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social

sexta-feira, 15 de maio de 2020

A disputa e a manutenção de pequenos poderes

O que é o poder? Para que serve o poder? O poder transforma as pessoas? Você conhece alguém que era normal e depois que recebeu alguma parcela de poder se transformou noutra pessoa irreconhecível? Conheço várias delas...

Ao iniciar essa conversa de um assunto tão difuso como esse, vale antes perguntar de que poder estamos falando, pois existe uma longa estrada que separa o poder sobre o povo, aquele que se manifesta de cima para baixo desrespeitando direitos e impondo condições e o poder popular que atua de forma coletiva de baixo para cima na cobrança de seus direitos e por cidadania.

O poder se oculta e cresce nas entrelinhas da aceitação da submissão e nas diversas disputas de interesses em todas as instâncias, que em muitos casos se apodera da vaidade de algumas pessoas e as revelam em outros seres que repousavam em paz envoltos em mitos. De um lado a Matrix e quem se alia a ela e de outro os pequenos poderes pulverizados nas instituições, organizações das mais variadas correntes de pensamentos e ideologias.

Paulo Freire nos coloca algo para se pensar. Há um processo ideológico em curso nas escolas, ao se passar para o aluno a ideia de que ele não sabe nada e é a escola que vai lhe trazer o conhecimento necessário, desconhecendo e desrespeitando o saber que cada aluno ou aluna carrega dentro de si.

O interessante é perceber que isso ocorre também na hierarquia e na escala de valores existentes nas organizações, principalmente nas organizações políticas e suas divisões internas de poder. A base da estrutura só fica sabendo o que se discutiu nas reuniões de comando, uma pequena parte do conteúdo e o que for permitido se saber, para que não se atrapalhe o processo de disputas internas, muitas vezes para onde cada setor quer levar a sociedade. É uma reprodução natural do modelo da estrutura de poder existente no sistema,

Entender as diversas formas de poder é uma complexa discussão, tanto de ordem política-ideológica, como principalmente de ordem cultural.

Como entender, por exemplo, que uma grande parte da própria militância política ainda acredita que o PT e seus aliados chegaram ao poder quando governavam o país e aí vem um questionamento necessário, pois se isso é verdade, como se permitiu pacificamente o golpe contra a Presidenta Dilma ou que o Presidente Lula fosse preso e só solto por ordem da própria justiça fraudulenta do golpe e da prisão? Algo a se pensar, pois tudo ainda está em curso. É certo afirmar que os governos são instâncias de poder, mas segundo Karl Marx, é o poder econômico quem determina as ações num país capitalista.

Essa discussão está na ordem do dia, visto principalmente que o país só se movimenta de fato nos processos eleitorais que são legítimos para quem defende a democracia como instância superior, mesmo um setor defendendo a democracia representativa que se encontra podre e a vanguarda de enfrentamento defendendo a democracia participativa ou direta, mas não é tudo para quem defende uma mudança radical da sociedade.

Para entender isso teríamos que resgatar uma conversa com Paulo Freire em 1989 e discutirmos em detalhe o que ele chamava da Teoria do Carrossel, onde as estruturas se formam sem hierarquias e sim a partir do projeto central.

O importante mesmo é não se deixar encantar por qualquer forma de poder, porque o poder é como um saquinho de algodão doce colorido, ou ainda porque ele pode sim destruir um sonho, mas por certo também destruirá a história de vida de quem age dessa forma, porque quem está abaixo um dia acorda e enxerga que só se muda com os enfrentamentos de toda ordem.


Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social

sábado, 9 de maio de 2020

Mãe, ofício essencial

Arlete e Arnilda Rogoginsk


Uma dedicação tão exclusiva
Haveria como pagar?
Dia, noite, chuva ou sol
Está sempre a trabalhar!

A palavra desistir
Não existe em seu mundo
Coisas faz ao mesmo tempo
Não descansa um segundo

Não estou exagerando
Pergunte a uma mãe qualquer
Como fica o seu sono
Depois do filho nascer?

E são tantas noites em claro
Que nem vê o tempo passar
O filhote em pouco tempo
Ganha asas, quer voar!

Mãe enfrenta tudo e todos
Feliz a prole quer ver
Vira fera se preciso
Para o filho defender

Falo de todas as mães
De sangue ou de coração
Pois mãe, além de um titulo
Requer amor e doação

A todas as mães do mundo
Neste dia especial
Saibam que seu ofício
Ao mundo é essencial

Vocês merecem além
De um simples obrigado
Que o sonho de um mundo justo
Seja enfim realizado

Nas palavras de Francisco
Sem mãe não haveria amor
Sem mãe a fé perderia
Boa parte do seu calor


Arlete Rogoginski
Formada em História e Diretora do Sindijus-Pr

terça-feira, 5 de maio de 2020

O que seremos depois de tudo isso?

O que vem depois da pandemia? – Meio & Mensagem

Em tempos de pandemia parece que o tempo não passa e o tempo que não tínhamos para coisas tão triviais, como por exemplo, uma saudação de bom dia, agora nos sobra em grande escala e haja invenção para passar o tempo.

Quem seremos no amanhã? Que lição podemos tirar de tudo isso? Seremos mais humanos e tolerantes? Saberemos ouvir? Perdoaremos mais?

Perguntas que permeiam o imaginário de quem é tocado por sentimentos que afloram às vezes em plena insônia da madrugada e com respostas complexas, pois requer um novo olhar para o nosso interior e principalmente para a nossa existência, num momento em que vida e morte se dividem apenas por um sopro e o ar passa a ser o que move o ato de viver diante desse vírus.

É inegável que estamos com nosso emocional muito afetado pelo isolamento e fora do convívio social de amigos, parentes e de quem amamos, em especial as pessoas que se encontram sozinhas tendo que enfrentar essa pandemia junto com alguns fantasmas da vida cotidiana e driblando o medo da solidão todos os dias. Algo muito difícil de explicar para quem não se encontra só, como uma depressão, por exemplo, que só sabe o que é e sua dimensão quem a vive ou viveu com alguém que passou por essa grave doença. São pessoas que precisam ser ouvidas e tem gente que não tem paciência de ouvir...

Parece que as nossas emoções se juntaram todas e vieram nos dar o ar da graça. Uma mistura de sentimentos que nos faz voltarmos ao passado em busca de velhos hábitos que a vida moderna os levou e às vezes pedir de coração um momento de atenção apenas para um desabafo.

Há evidência de que a maior parte da sociedade esteja perdida. Sem rumo. Antes dessa pandemia numa crise de identidade fantástica, vivendo de resultados políticos, econômicos, sociais e de pequenos prazeres pessoais e hoje com a chegada da pandemia, se encontram perdidas nelas mesmas, onde uma parte reclusa luta pela vida, com medo, se valendo das redes sociais e outra parte continua desafiando a morte em busca da eternidade momentânea.

As pessoas que se encontram presas na bolha do tempo, não sobra tempo para entender a movimentação humana que emerge, ora do olimpo imaginário que tudo pode e ora das cavernas urbanas onde habita e repousa a velha forma de ser.

O momento exige uma viagem interior. Um passeio pela nossa existência. Um encontro com as diversas personalidades que habitam em nós. Uma avaliação profunda sobre o ato de amar e principalmente o que nos dá prazer. Entendendo por prazer tudo aquilo que ultrapasse e permaneça além dos minutos ou segundos de qualquer ato. Quem sabe o prazer maior seja pela própria vida. Pela luz da vida. Uma viagem pelos nossos escombros, tropeçando em muitos casos em nossas vaidades que se alimentam do nosso próprio ego.

Esse meio difuso e confuso que vivemos na atualidade, imposto pelo necessário confinamento na luta pela vida, o processo de liberdade pode estar em vários copos de bebidas de uma só vez, num momento de carinho compartilhado mesmo que à distância ou na crença de que o melhor está por vir em breve e junto com ela vamos desafiando a lógica dos fatores do isolamento e vivendo um momento e um dia de cada vez. Creio que o importante, necessário e urgente nesse momento seja preservar a vida.

Que esse impensável e incômodo momento tenha vindo para aprendermos e reaprendermos novas e velhas lições, onde o ato de amar nos faça mais humanos, solidários e transparentes um com o outro ou com a outra. Que o amanhã que tanto esperamos venha bordado com a flor do futuro, aquela possível de abrir vários caminhos na floresta encantada da nossa imaginação.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social