Ao
olharmos a comunicação sob o ponto de vista da mídia convencional, podemos afirmar
que esse tipo de comunicação se tornou no século XXI num grande instrumento a
serviço do poder econômico. Jornais,
revistas, rádios e as TVs abertas, prestam um péssimo serviço, na medida em que
defendem apenas um lado, tem candidatos nas eleições, boicotam informações importantes
às classes menos favorecidas e principalmente se colocam ao lado daqueles que
ao longo da história traíram suas convicções.
O
que restou nesse processo? Sobraram as mídias alternativas como ponto de
equilíbrio, na medida em se apresenta como um ponto de encontro para todos e
todas que tem alo a falar. Além disso, apresentam capacidade colaborativa diante
dos novos desafios, principalmente para a juventude inquieta que busca as
certezas da vida.
O
Projeto Laboratório de História e
Cidadania, com seu Núcleo Central estabelecido em São José dos Campos – SP
pretende integrar colaboradores de várias partes do País, com o principal
propósito de dar voz à sociedade organizada e contar as diversas histórias que
não chegam à mídia convencional e partidária, simplesmente por falta de
interesse e serão contadas através de ferramentas como uma Rádio Web, uma TV
Web, um Portal e outros instrumentos.
No
momento, está em discussão por seus colaboradores e organizadores, qual deverá
ser o tema de início dos trabalhos ou ainda se esse tema deverá ser o foco
principal. Pela relevância, pela importância e por necessidade de intervenção
no assunto, é inegável afirmar que o Tema da Juventude tem sido praticamente unânime.
Vale
ressaltar, que em termos numéricos e seguindo a orientação do Estatuto da
Juventude, que estabeleceu a idade de 15 a 29 anos para que uma pessoa possa
ser considerada jovem, segundo o IBGE esse número representa algo em torno de 53
milhões, o que significa em termos absolutos, 25% da população brasileira.
Ao
analisarmos a violência, notamos que que ser jovem negro e morador de periferia
no Brasil são sinais de condenação. Uma reportagem da Carta Capital de abril de
2014 revela que se mata 82 jovens por dia. Em 2012 foram assassinados 30 mil
jovens, sendo que 77% eram negros, o que revela um verdadeiro genocídio
silencioso.
Uma
realidade instigante e desafiante, principalmente pelo atual estado da política
brasileira, onde a mídia tradicional e seus aliados pautam diariamente os
assuntos que lhe interessam. Como por exemplo, a destruição de todos os avanços
em políticas sociais e de desenvolvimento que ocorreram no País nos últimos
treze anos e está muito longe do tema da juventude se tornar protagonista e vir
a público, a não ser das notícias de assassinatos por parte da polícia. A
juventude é boicotada até mesmo na maioria dos partidos políticos, onde só é
chamada para “apagar incêndios”.
A
situação se agrava ainda mais quando analisamos o comportamento da extrema
maioria dos gestores públicos nos municípios. O tema juventude pode até constar
nos Planos de Governos obrigatórios para os Tribunais Regionais Eleitorais,
porém do ponto de vista prático muito pouco avançou ou ainda não há o menor
respeito.
Na
prática falta seriedade. Faltam Políticas Públicas Municipais de Juventude,
formatadas, geridas e implantadas de forma participativa com seus atores
principais e que apontem para a criação de um Plano Municipal e Conselho em
cada município.
As
desculpas são muitas para justificarem a inexistência de uma pauta contínua para
a juventude, porém um dos fatores principais vem do fato da maioria dos
governos ser formada através de métodos mercantilistas e não com bases
programáticas, onde o escambo de interesses para os possíveis apoios anula
completamente a possibilidade de compromissos que interfiram no processo de
gestão.
Uma
provocação se faz necessária. Na ausência de um Plano Municipal e de um
Conselho, ou mesmo de uma coordenadoria, um Fórum permanente já seria de bom
tamanho. Vale lembrar que um Fórum de Juventude pode ser criado mesmo sem a
ajuda do poder público e se consolida na medida da organização popular.
Do
ponto de vista da organização da juventude brasileira, o Governo Federal vem
dando sua contribuição de forma participativa, com o principal propósito de enxergar
a juventude como um segmento social estratégico, com direito a políticas específicas e capazes de atender às
suas necessidades.
Através do Portal da Juventude, por exemplo, o
jovem pode promover suas pautas, participar de fóruns online, transmissões,
consultas públicas e entrar em comunidades de seu interesse. Essa é uma maneira
que a SNJ – Secretaria Nacional de Juventude encontrou para garantir a
participação social dos jovens, que têm tanto a contribuir com o processo de
desenvolvimento do país.
O grande desafio será a implantação da Política
Nacional de Juventude nos estados e municípios, através de uma Plataforma Participativa,
assim como o envolvimento direto desses atores na criação de seus Fóruns, onde seja
possível a elaboração, gestão e controle social de Políticas Públicas que
envolva esse universo e aponte para o futuro.
Do ponto de vista do Projeto Laboratório de História
e Cidadania, se faz necessário primeiro estimular a criação de Fóruns da
Juventude e usar os instrumentos a serem criados para que os jovens, a partir
da realidade de cada comunidade possam contar suas histórias, lutar pelos seus
direitos e se fazer ouvir frente às autoridades locais.
O ponto de partida poderá ser a discussão do
referencial nacional criado a partir do Fórum Nacional de Juventude e
respaldado pelo governo federal, através da Política Nacional, de seu Plano
Nacional e de todos os instrumentos gerados a partir de 2005. Uma discussão que
poderá resultar em eventos culturais, oficinas, cursos e documentários.
É necessário ocupar e disputar os espaços ociosos
pelo vácuo das políticas locais, para não ter que disputar com o tráfico e o crime
organizado o destino de crianças, adolescentes e jovens.
Material
de Apoio
1.
Portal da Juventude:
2.
Política Nacional de Juventude – Diretrizes e Perspectivas:
http://library.fes.de/pdf-files/bueros/brasilien/05611.pdf
http://library.fes.de/pdf-files/bueros/brasilien/05611.pdf
3.
Guia de Políticas Púbicas de Juventude: http://secretariageral.gov.br/.arquivos/guiajuventude.pdf
4.
Cartilha Políticas Públicas de Juventude 1: http://issuu.com/participatorio/docs/cartilha_pol__ticas_p__blicas_de_ju
5.
Guia de Políticas de Juventude http://issuu.com/participatorio/docs/guia_de_pol__ticas_p__blicas_-_2010
6.
Guia para Gestores de Juventude:
http://issuu.com/participatorio/docs/guia_para_gestores_de_juventude
http://issuu.com/participatorio/docs/guia_para_gestores_de_juventude
7.
Agenda Juventude Brasil – Pesquisa do Perfil da juventude brasileira de 2013:
http://issuu.com/participatorio/docs/agenda_juventude_brasil_-_pesquisa_/1?e=12152407/10902032
http://issuu.com/participatorio/docs/agenda_juventude_brasil_-_pesquisa_/1?e=12152407/10902032
8.
Agenda Nacional de Trabalho Decente para Juventude:
http://issuu.com/participatorio/docs/agenda_nacional_do_trabalho_decente
http://issuu.com/participatorio/docs/agenda_nacional_do_trabalho_decente
11.
Jovens, Mulheres e Políticas Públicas:
http://issuu.com/participatorio/docs/jovens_mulheres_final_20150313
http://issuu.com/participatorio/docs/jovens_mulheres_final_20150313
13.
Plataforma dos Centros Urbanos – Participação Cidadã dos Adolescentes:
http://www.unicef.org/brazil/pt/guia_adolescentes_pcu_ed1316rev2.pdf
http://www.unicef.org/brazil/pt/guia_adolescentes_pcu_ed1316rev2.pdf
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Pesquisador em Gestão Pública e Social
toni.cordeiro@ig.com.br
toni.cordeiro@ig.com.br
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