Bruno Francisco Pereira
Os últimos
acontecimentos do país são sinais claros que estamos em tempos de muita disputa
e muitas coisas ainda necessitam ser esclarecidas, mas uma coisa é muito clara
o GOLPE da elite brasileira cada vez mais se consolida. Cabe também neste
momento uma reflexão bastante coerente, clara e objetiva do que está por detrás
deste golpe, e ao mesmo tempo temos clareza que ele se consolida porque foram
deixados espaços para que ele avançasse.
Nesta última década que
experimentamos os governos pós-neoliberais na América Latina, a elite deste continente
sempre esteve por detrás de tentativas de desestabilizações da democracia. Foi
assim na Bolívia, Venezuela, Paraguai, Equador, Argentina e agora no Brasil.
Países estes que durante os anos de 2000 para cá tem se demonstrado, com todas
as suas limitações, trincheiras de resistência contra a degradação socioambiental
que o capitalismo neoliberal provocou e ainda vem provocando no continente e
não dá para negar a história que as políticas implantadas nestes países e que
favoreceram milhões e milhões de pessoas deram certo e elevou o grau de
cooperação e solidariedade entre as nações do continente.
Estes avanços vão contra
os interesses das grandes corporações, que aliadas às mídias tradicionais viram
seus interesses serem ameaçados, e por isto que uma nova agenda neoliberal
avança neste continente e o Brasil se torna o exemplo mais claro desta nova
conjuntura. E todos nós sabemos que foi este mesmo neoliberalismo econômico que
chegou ao Brasil nos anos 1990 com e eleição de Fernando Collor de Mello, mas
que foi aprofundado nos oito anos de outro Fernando o Henrique Cardoso, que
levou o Brasil a quebradeira nos final da década.
Voltar ao passado,
retomar estas politicas que penalizam os pobres, me fez lembrar-se do Antigo Testamento
em que o povo estava a caminho da terra prometida e que na primeira grande
dificuldade quis lembrar o tempo em que estavam na escravidão do Egito,
querendo voltar aquelas mesmas situações anteriores sobre a opressão e
violência por parte do Faraó, esta passagem que está no livro de Números,
capitulo 11 versículos de 1 a 23, podem explicitar em muito o momento atual em
que estamos inseridos. Como a nossa sociedade tem saudades das “cebolas do
Egito”, tempos em que as dificuldades eram maiores e que este mesmo povo estava
á margem da sociedade. Onde seus direitos eram deixados de lado, onde o lucro e
o poder eram o que interessavam para a elite brasileira.
O que o governo Temer
nos mostrou nestes dois dias foi exatamente isto, a volta de uma política que
já deu errado e tem tudo para dar novamente, em 12 horas de governo de quinta a
sexta feira, os primeiros anúncios já eram o prenuncio de que seria de fato um
governo que iria olhar somente para a elite esquecer os anos de avanços na
democracia e no respeito aos direitos sociais da maioria da população,
valorizar o deus mercado em detrimento da maioria da população.
Cabe a nós, manter as
trincheiras da Resistência, denunciar ao mundo o golpe que esta em curso no
Brasil, buscar a solidariedade de nações e organismo que não compactuam com
estes desmandos da elite, criar uma frente de resistência dos pobres para que
este governo, ilegítimo e impopular possa ser derrotado de uma vez por todas.
Agora é a hora de radicalizar a democracia, e radicalizar a democracia no dia
de hoje e estar presente nas periferias, nos movimentos sociais, nas classes de
lutadores e lutadoras sociais para retomar aquilo que nos roubaram a contra
revolução social no Brasil só esta no começo.
Se temos algo a nos
alimentar de esperança é saber que não saímos pela porta dos fundos como a
elite entrou, saímos pelo mesmo local que entramos com apoio da população, com
apoio dos pobres que sabem que tudo isto não passa de um golpe da elite
brasileira e das grandes corporações transnacionais que querem tirar proveito
das nossas riquezas, para liquidar com algo que temos de valor estratégico para
a nossa população que é o Pré-Sal que se estivesse sendo mantido a mesmo
sistema de partilha nos colocaria em outro patamar em relação aos países do
mundo todo, beneficiando setores estratégicos da população como Saúde e
Educação.
Serão até cento e
oitenta dias de debate em que teremos que fazer valer a vós do povo, de fato o
projeto popular começa agora a ser construído e defender este projeto, contra a
usurpação da democracia feita por esta elite é dever de cada um de nós, é dever
de cada um de nós.
Bruno Francisco Pereira
Sociólogo - Militante do Coletivo do Grito
dos Excluídos
de Americana e Nova Odessa
de Americana e Nova Odessa
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