De acordo com os golpistas, em
seus telefones grampeados, Dilma tinha que sair. É unanimidade entre Senadores,
Deputados e donos de empreiteiras, que a presença da presidenta como chefe de
estado não contribuía para o que eles entendem como política: Dilma não parou a
operação lava-jato; Dilma não fechava acordo; Dilma não aceitava entrar em
esquemas; Dilma não era de confiança dos políticos corruptos. Entre as falas,
Dilma era honesta demais.
Dilma
teve o impedimento do seu mandato porque moldou um governo buscando driblar
chantagens dos parlamentares, deu autonomia investigativa à polícia federal e
não utilizou do dinheiro público para benefício pessoal. O filósofo Platão
dedicou suas últimas décadas a construir o conhecimento primário sobre a
Política e as intenções dela aos republicanos. Aristóteles, seu discípulo, fez
críticas à filosofia dele e dizia que ética e política não se relacionam.
Partindo deste entendimento da filosofia grega e aos olhos dos golpistas, o
impedimento de Dilma era não só correto, como necessário, pois ela era ética.
Uma vez
que ela, enquanto chefe de estado buscou a ética, quebrou um laço histórico de
fazer política no Brasil, com jeitinhos e acertos internos contrários à vontade
do povo. A saída da Dilma é o “status quo” de uma turma que tem o sobrenome
corrupção: governam a sexta maior economia do mundo com práticas de privatizar
bens públicos e destruir direitos conquistados com muito sacrifício por toda
classe trabalhadora.
Que
tenhamos mais Dilma, que possamos ter mulheres, sim, na política! E não somente
homens brancos e ricos, como agora. Por mais honestidade e por princípios que
não sejam individuais, mas sim coletivos.
Leonardo Koury - Escritor, blogueiro e militante dos movimentos sociais
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir