Chamada: Militantes da Frente Brasil Popular e Povo
Sem Medo constroem uma análise no campo sociojurídico para contribuir com o
entendimento que todo poder emana do povo, principio constitucional que garante
a participação e as diretas já. Para isso é necessário a presença nas ruas no
dia 24 de Abril e contribuição dos movimentos sociais nas frentes de luta pela
Democracia.
Por: Clara Maragna
e Leonardo Koury
Primeiro a gente
tira a Dilma, rasga a Constituição Federal, fortalece o Estado policial, e nos
resta saber: Quem controla o judiciário?
Entender o processo
político que o Brasil vem sofrendo, é uma tarefa árdua e emblemática para todos
nós. Mas de certo, é notório que a surpresa tornou-se um elemento central desse
arranjo golpista, que tem como pano de fundo a ação do Poder Judiciário.
Traições, malas,
chips invisíveis, Família Neves, Lava Jato, Temer, retirada de direitos, capas
de revistas, prisões decretadas, almoços, judiciário desequilibrado e a
ampulheta do tempo correndo contra o povo brasileiro.
Em meio a tanta
fumaça sentenciada, é importante perceber que os atores do golpe não possuem
cadeira cativa no Congresso Nacional, e tão pouco se resumem aos aliados de
Temer.
Se assim, o fosse,
a rejeição de Temer não seria exorbitante, e não estaríamos aqui falando desse
novo capítulo, que além da cassação do Presidente golpista trará também
uma corrida de atores pela linha sucessória da Presidência da República .
Quem opera o golpe
não deseja que ele acabe, mas que ele se estruture e naturalize de modo a
dificultar qualquer reação do povo brasileiro, afinal de contas a história nos
ensinou que toda expansão de regimes totalitários sempre esteve relacionada aos
problemas econômicos e sociais de um Estado imerso em ações ilegais sob os
olhos do judiciário.
A sensação de que
ha um distúrbio social é inerente ao processo vivenciado por todas e todos nós,
especialmente porque essa anomalia se inicia através de uma ação contra os
nossos direitos garantidos num Diploma Legal violado.
Com a previsão da
saída de Temer, o golpe toma novos contornos, a Constituição Federal começa a
ser avocada através das eleições indiretas por setores golpistas, de modo a
legitimar o processo realizado por Michel Temer.
Porque não devemos
aceitar as eleições indiretas?
Podemos começar a
falar que não devemos aceitar eleições diretas porque não queremos a
continuidade dessa orquestra golpista. Além disso, esse desejo por eleições
indiretas não passa pela polarização entre coxinhas e não coxinhas, ou pelos
projetos de poder ideológicos de esquerda ou direita, mas por uma estruturação
antidemocrática que será corroborada por interesses privados.
Não é legítimo
avocar normal legal de uma Constituição violada, posterior a retirada do Estado
Democrático de Direito, para consolidar uma violação nacional.
Defender eleições
indiretas é legitimar o golpe na medida em os atos anteriores à sucessão
presidencial produzirão efeitos concretos. A estrutura de poder é determinada
pelo conteúdo da sua ação, e de fato os interesses da maior rede de televisão
se resumem em apropriar-se do processo mais do que a população que constrói
esse país.
É preciso entender
que a ordem de um Estado Democrático destina-se a assegurar o exercício dos
direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade
fraterna e pluralista.
Exigir o
cumprimento desses princípios que regem a Constituição Federal, é construir uma
disputa justa, e a possibilidade da escolha de representatividade pelos
cidadãos e cidadãs brasileiras.
Estamos diante de
um capítulo que nos aparece sob a corda bamba à beira de um abismo, recheado de
fatos que nos dá elementos suficientes para lutarmos pela Democracia
brasileira. Não é apenas a conexão de uma nova fase da conjuntura, mas uma
etapa da tática que a elite brasileira avança no objetivo central que é a volta
do liberalismo e o estado mínimo.
Leonardo Koury
Martins, [21.05.17 14:32]
Talvez a pergunta
inicial, sobre quem controla o judiciário, aqui, toma outra percepção, a de que
é preciso estar nas ruas, em todos os tipos de ações diretas, para tentarmos nesse
último respiro, restabelecer um mínimo de razão com as eleições diretas. Estas
não podem ser entendidas como apenas a volta de um governante eleito por voto
popular, mas a concretude de que todo poder emana do povo, afinal está no
parágrafo único do primeiro artigo da Carta Magna de 88.
É preciso estar
atentos, fortes, e nas ruas, afinal o poder emana do povo, o povo decide. Diretas
Já!
Clara Maragna
Advogada Popular e Militante da Frente Povo Sem Medo
Advogada Popular e Militante da Frente Povo Sem Medo
Leonardo Koury
Professor, Assistente Social e Militante da Frente Brasil Popular
Professor, Assistente Social e Militante da Frente Brasil Popular
Foto: Diego
Padgurschi /Folhapress
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