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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Para que serve a tristeza?


A tristeza é um sentimento humano pautado normalmente por perdas e pela nossa incapacidade de resolvermos situações ou ainda de traduzirmos os enigmas e as encruzilhadas que a vida nos põe no caminho. Como resposta, o cérebro libera hormônios chamados neurormônios, que são responsáveis pela angústia, melancolia ou coração apertado.

A tristeza pode servir para nos colocar novamente na condição de humano normal, pois em muitas ocasiões das nossas vidas, por descuido ou por vaidade, nos afastamos do trivial, do convencional, do que sempre é ou do que ainda poderia ser e vamos trilhando por veredas como se a vida fosse finita e não dependêssemos de alguém, de um par, de amigos e principalmente da estabilidade emocional necessária para se envelhecer bem.

Com a tristeza vem o medo providencial, que em muitos casos nos previne e nos afasta de possíveis tragédias e principalmente vem à plena convicção de que não somos nada diante do universo. Somos partículas que se juntam para formar o que se chama de sociedade, também imperfeita, desigual, porém com uma capacidade imensa de nos oferecer novos caminhos e caminhadas.

Existe uma verdade quase absoluta na vida humana, que se define pelo fato de que ninguém consegue ser feliz a vida inteira, mas em grande parte das vezes, trocamos uma possível reflexão do que temos e a necessidade de se voltar ao passado como condição de ajustar o foco para o futuro, por algo momentâneo e em muitos casos irreal, que certamente, mais dias, menos dias, nos levará à tristeza.

Do ponto de vista geral, vivemos tempos difíceis, capazes de transformar a felicidade em fragmentos e se nutrir apenas de tristeza. Uma tristeza coletiva, que só uma causa poderá intervir na construção do amanhã.

Do ponto de vista pessoal, antes de ser um militante político por uma causa clara e definida, humano que sou me descubro como ser imperfeito capaz de quebrar um belo jarro de cristal por não entender sua pureza e necessidade de cuidados especiais, mas também com muita disposição de ir buscar no infinito, matérias que possam refazer o jarro quebrado.

Que a vida possa me levar ao universo da minha imperfeição e com isso possibilite a descoberta do que ainda procuro em termos de vida.

Existe um proverbio Árabe que diz: "A árvore quando está sendo cortada, observa com tristeza que o cabo do machado é de madeira".

Antonio Lopes Cordeiro
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública e Social
tonicordeiro1608@gmail.com

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