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sábado, 18 de novembro de 2017

Quem inventou esse cenário de trevas e como desinventar?


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Escrevi ha pouco tempo no blog sobre a absurda passividade do povo brasileiro da atualidade, afirmando que nosso povo nunca foi assim. O povo sempre lutou por seus direitos na busca de melhores condições de vida e teve conquistas históricas, principalmente ao longo dos últimos cem anos.

Porém, o que pretendo chamar a atenção nesse post é da enorme dificuldade nos dias de hoje para se produzir um texto com mensagens positivas e de otimismo, tamanho é o cenário de destruição, tristeza e abandono produzido pelo golpe em curso, que de uma hora para outra liquidou com conquistas históricas e memoráveis, seja no campo institucional, político e principalmente no campo econômico e trabalhista. O Brasil deles é um país para apenas 15 milhões de brasileiros e de brasileiras. O restante se encontra nos guetos.

Há um enorme vazio entre a felicidade de outrora (até pouco menos de três anos) e os tempos de crises atuais. Entre o que a maioria do povo brasileiro imaginava ter e a dura realidade que bateu às portas de milhões de pessoas. O que se torna urgente é descobrir que mistério é esse, ou ainda que magia é essa, que faz com que o povo se cale e aceite de forma pacífica diante de tudo que está ocorrendo e ainda o que vai ocorrer.

Do ponto de vista existencial vive-se uma profunda crise de identidade, do tipo: Quem fui? Quem sou? Quem serei? Esse foi o resultado mais cruel do golpe e do desmonte nacional. Uma crise de identidade construída pela velha mídia pertencente a apenas seis famílias abastadas, que leva as pessoas até a se culparem por ter votado em Lula e Dilma. Como resultado final, temos uma grande parte da população perdida em si mesmo. Paralisada e vivendo a expectativa da próxima desgraça, mas sendo treinada que não há outra saída.

Infelizmente existem dois mundos no cenário nacional. Dois Brasis, separados por sonhos, fantasias e pesadelos. Duas partes do país, que vivem realidades completamente diferentes. Um pequeno lado ilhado desfrutando das benesses produzidas pela maioria dos trabalhadores e das trabalhadoras e a maior parte vivendo de preconceitos, vontades alheias e a completa falta de oportunidades.

O mais incrível é que apesar de tudo isso, as pessoas transitam por esse meio como se nada tivesse ocorrendo. Uns aprenderam que é assim mesmo, outros acham que a culpa é da política e dos políticos corruptos, enquanto a militância das causas tentando mostrar que se faz necessário e urgente uma resposta popular ao que vem acontecendo no Brasil. Em resumo, uma grande parte da sociedade desnorteada, outra destilando ódio, outra ainda se aproveitando da situação e uma pequena parte em luta permanente sem um amplo projeto que unifique suas diferenças políticas e ideológicas.

Quando se atua por uma causa é necessário entender, que determinadas situações nos obriga a buscar na sabedoria respostas de qual o caminho devemos percorrer em busca dos objetivos, principalmente por sermos responsáveis por quem cativamos e por quem construímos rotas que envolvam corações e mentes. Somos eternos condutores dos sonhos que se perderam para milhares de pessoas ou ainda dos que não acreditam mais poderem sonhar.

A vida pode ser um jogo para alguns, uma arte para outros, ou ainda a plenitude do encontro existencial e o que pretendemos deixar como história. A experiência de vida nos oferece a reflexão, mas também as dúvidas, enquanto a sabedoria nos conduz ao ponto determinado com maior segurança.

Ser sabido é muito fácil, mas ser sábio requer determinação, reflexão, estudo e principalmente renúncias ao que não há valor algum. Ser sábio exige antes de tudo, comprometimento com a verdade, com a pureza e a leveza do ser e principalmente com a vida, coisas que vão muito além das palavras.

Da minha parte, prefiro brincar de ser sábio, mas que me leve à descoberta de minhas limitações e a disposição de continuar lutando, do que me mostrar experiente, do tipo sabe-tudo, que imagina de forma vã um sucesso inexistente. Prefiro viver dos desencontros possíveis e palpáveis que a vida me leva, a viver achando que encontrou o que jamais existiu ou existira.

Quem inventou a tristeza, como na música de Chico Buarque, todos nós sabemos, porém para desinventar só tem um caminho seguro: organização popular de forma consciente e o enfrentamento contínuo à toda essa situação até o dia que o sol voltar a brilhar e possamos caminhar rumo à uma sociedade justa, fraterna e igual para todos e todas.

Enfim, a situação nos faz refletir.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública



4 comentários:

  1. Quem inventou a tristeza? Por certo não foi a esquerda.

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  2. Está muito difícil fazer com que a esquerda se una num objetivo, infelizmente muitos são consumidos pelo idealismo e pelo poder. Não há consenso e, sinceramente, não tenho muita esperança.

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    1. Olá Cibele
      Tenho essa mesma sensação. Disputam-se pequenos poderes, enquanto a sociedade continua perdida. Como otimista que sou, prefiro ouvir minha mãe que sempre fala: não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe. Tem muita gente querendo lutar por seus direitos e nós somos para essas pessoas um ponto de partida. Abraço fraterno.

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