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Quando eu era criança, me lembro que quando brincava com os meninos e meninas lá na Vila
Marchi em São Bernardo do Campo, uma das brincadeiras que mais me chamava à
atenção era a do telefone sem fio. Crianças perfiladas uma ao lado da outra, onde a primeira cochichava no ouvido da segunda uma pequena história e essa falava
para a terceira e assim sucessivamente. Dávamos muitas risadas todas às vezes, pois
quando a história chegava ao último participante era completamente outra. No
caminho a verdadeira história se perdera. O que era assim passou a ser assado e
o que restava da história original era apenas “cacos” juntados em seu percurso.
Como era brincadeira servia apenas de muita diversão e passa tempo.
Jamais
podia imaginar que em pleno século XXI iria ver a história do telefone sem fio
aplicado de forma tão didática na política brasileira e grande parte da
população se comportando como aqueles meninos e meninas sem noção, que riam por
ingenuidade e caçoavam da falta de atenção uns dos outros e não tinham nenhuma responsabilidade com o resultado.
No
Brasil de 2014, senhoras e senhores, por incrível que pareça, a velha mídia
tucana junto com a direita golpista transformou a brincadeira do “telefone sem fio”
num instrumento político necessário para disseminar sua forma diabólica de
fazer política. Dizem o que querem, plantam factoides, passam a visão de que o PT é o pai da corrupção, vendem a ideia de que tudo está errado e que o país
está quebrado, precisando de um “choque de gestão tucano” para voltar à sua
rota natural. Ou seja, para privilegiar apenas a velha e a nova elite.
Vale
ressaltar que tal método já ocorreu no Brasil em outras ocasiões. Por exemplo,
a LSN – Lei de Segurança Nacional, criada pelos golpistas militares a partir de
64 usava os meios de comunicação para plantar o medo dos “terroristas” de
esquerda. Enquanto isso os torturavam e os matavam. Noutro momento, como conta Paulo
Nogueira Batista em seu Livro “O Consenso de Washington”, os mesmo meios de
comunicação, pregavam para a população que tudo que fosse estatal era do mal e
tudo que fosse privado era uma coisa maravilhosa. Esse “conto da sereia” foi responsável
pela privatização de todo patrimônio nacional por FHC, que seguindo o ideário internacional implantou o
neoliberalismo no Brasil e reduziu drasticamente as funções sociais do Estado, tercerizando as ações, através do chamado "terceiro setor", com suas ONGs.
Vamos
ser sinceros. A história que contam hoje sobre o Brasil nas revistas, nos jornais, nas programas de
rádio e nos programas de TV, não passa de um conto de fadas com final infeliz, tal
qual aquela velha mentira de que Pedro Alvarez Cabral descobriu o Brasil ou
ainda que os Bandeirantes foram desbravadores do país. No primeiro caso houve
uma invasão na terra dos índios e no segundo mataram os índios e levaram os
minérios que encontravam no caminho. Trata-se na verdade da estória da
carochinha, reeditada com um toque de crueldade contra a democracia.
Essa falta de interesse na política por parte da população e a ideia de que todos os
políticos são bandidos e ladrões, vendidas pela mídia golpista, não nasceu por
acaso. Tudo isso e muito mais faz parte do plano diabólico da direita e da
extrema direita de acabar com as instituições e trazer os demônios torturadores
de volta. Na cabeça deles, enquanto isso não ocorre, seus fieis escudeiros da
mídia e da política direitosa vão arrotando verbos contra a Presidenta e escondendo
seus enormes rabos, gerados quem sabe, para quem acredita, desde aquele episódio
em praça pública quando optaram por Barrabás. São filhotes do “pecado social”.
Apenas
para avivar a memória dos últimos tempos, como esquecer a compra dos deputados
por FHC para aprovar sua reeleição, do mensalão tucano do Azeredo, do desvio de
sete bilhões da saúde de Minas Gerais feita por Aécio Claudio da Silva quando
governador e principalmente da propina mais cara do Brasil (30%), denunciada
pela Siemens, onde os bravos gestores paulistas solaparam o patrimônio público em algo em
torno de doze bilhões de propinas nos governos Covas, Serra e Alckmin. Episódio
apelidado de trensalão tucano de São Paulo do metrô e dos trens, além de tantas
outras barbaridades ocorridas, envolvendo a maioria dos partidos políticos do
país. Basta dizer que um candidato a presidente morreu a bordo de um avião, que
até hoje não tem dono, a não ser aquele pobre peixeiro de Recife. Porque isso não causa furor como algumas desgraças petistas? Simplesmente porque se age assim: para os amigos o silêncio e para os inimigos a lei.
As
últimas eleições foram decisivas em termos de compreensão política, principalmente para que fique claro que a luta de classe está mais viva do que nunca e dividiram o país. Para a direita golpista a eleição ainda não acabou. Até agora não aceitaram a derrota. Sem alternativas, ficamos
refém do PIG – Partido da Imprensa Golpista pertencente a seis famílias
abastadas, que simplesmente pautou o cenário político eleitoral a seu bel prazer. Esse fato trouxe uma extrema necessidade. Já passou da hora da esquerda brasileira criar seus próprios meios de comunicação.
Além
disso, ocorreu nos últimos anos uma aposta perigosa do Governo Federal, que se
deu ao luxo de reprimir o movimento das Rádios Comunitárias, fechando centenas
delas, ao invés de tê-las como aliadas. Porém, resultado muito pior ocorreu no
Congresso Nacional, onde a sociedade direcionada elegeu a bancada mais conservadora de sua história. Só
para se ter uma ideia, enquanto a bancada dos trabalhadores encolheu de 83
deputados em 2010 para 46 em 2014, a dos empresários, mesmo tendo diminuído de
246 para 190, se consolida como uma bancada expressiva em busca de seus
direitos e no enfrentamento aos trabalhadores, correndo-se o risco de voltar a
pauta nacional, o PL 4330, que simplesmente abre para todos os segmentos
tercerizarem, o que se configuraria na precarização total das leis trabalhistas.
Para completar o cenário, a bancada milionária é composta por mais da metade do congresso e
fortalecida pelos conservadores evangélicos, ruralistas e outros. Um cenário
perturbador, que só não é pior porque os candidatos a presidente aliados do sistema não foram eleitos.
Para
se ter uma ideia do efeito “telefone sem fio” na atualidade, basta dizer que na
capital paulista ocorreu um fenômeno eleitoral extremamente complicado. Os
magnatas abastados dos jardins votaram nos mesmos candidatos da periferia, o
que quer dizer que a população pobre votou contra seu próprio futuro. Enquanto
os barracos queimam através de estranhos incêndios contínuos, os magnatas
fortalecem os cinturões que dividem o social do econômico.
O
resultado de tudo isso beira à banalização. Nas ruas, ao invés de trabalhadores
em busca de seus direitos, velhos e novos fascistas desfilam ao som de Lobão e
os uivos de conservadores de toda ordem, comandados pelo candidato a presidente tucano
derrotado, que não se conforma com a derrota, pelo senador tucano que foi seu
vice que só vocifera ódio, além de seu mais novo senador tucano, o sempre
representante da extrema direita e envolvido nas falcatruas do propinoduto
tucano de São Paulo. O que querem? Simplesmente um golpe contra a Presidenta
Dilma. Acham que isso ocorreria na mais perfeita ordem, apenas sob o comando da
velha mídia golpista.
A
partir desse cenário, não nos resta outra alternativa a não ser entender que
somente a pressão popular pode conter a ofensiva conservadora e nazifascista.
Chega!
Precisamos organizar a Onda Vermelha contra a onda golpista que se instalou no
país. Não dá para ser taxado de “petralhas” por indivíduos que envergonham a própria
raça humana.
Que
convoquemos as entidades populares, sociais, religiosas progressistas,
políticas e a militância dos partidos aliados para ocupar as ruas e as redes
sociais na defesa da nossa Presidenta e do projeto político que mudou o Brasil.
A
partir deste momento as palavras de ordem são:
JUNTOS PELA SOBERANIA NACIONAL E PELA DEFESA DA GOVERNABILIDADE DA PRESIDENTA DILMA!
JUNTOS PELA SOBERANIA NACIONAL E PELA DEFESA DA GOVERNABILIDADE DA PRESIDENTA DILMA!
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Coordenador do Programa de
Capacitação Continuada em Gestão Pública
Fundação Perseu Abramo
toni.cordeiro@ig.com.br
Chegamos ao limite da nossa tolerância. Precisamos estar atentos na defesa da governabilidade da Presidenta Dilma.
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