Tenho 51 anos de idade e desde meus doze, treze
anos sei que "presidenta" é forma aceita para designar a "mulher
que preside", assim como "gerenta" é aceita para "a que
gerencia". Aprendi com as professoras Elisabete (5ª. série) e Stellamaris
(6a. e 7a.) e com o prof. José Benedito (8a.), isso lá pelos idos de 1975 a
1978. E, se bem me lembro e não me engano, eu era bom aluno de português...
(Meus colegas de então que o digam).
Mas é incrível como tem ignorante metido a sabido
que, depois de quatro anos vivendo sob a presidência de uma mulher, ainda
insiste em se expor ao ridículo. Foi o que fez dias atrás o vetusto jornalista
Lucas Mendes, da GloboNews (daquela estupidez pedantemente chamada
"Manhattan Connection") que, no afã desesperado de criticar o slogan
"Pátria Educadora" e os resultados do ENEM (com críticas tolas do
tipo "só 250 alunos tiraram nota máxima"), disse que
"Dilma ensina errado as crianças" ao usar "presidenta".
"É um erro", insistiu.
Errado está quem abusa de sua própria ignocontrário
para satisfazer seu desejo de atacar Dilma. Pelo menos desde o final do século
XIX há registros da forma "presidenta" na literatura nacional.
Para demonstrar o que digo, basta mencionar
liçãozinha básica do renomado professor Pasquale Cipro Neto, clicando aqui.
Mas a lição mais cuidadosa é a do juiz aposentado José Maria da Costa, do
portal jurídico Migalhas. Ele cita desde Antenor Nascentes e Pascoal Cegalla
até Luiz Antônio Sacconi, aqui.
Dilma não "faz questão" de ser chamada de
presidenta; ela apenas prefere. Nos textos oficiais, ai sim, ela "faz
questão", e está no direito dela. E por que essa preferência? Veja só! Não
é por "vaidade pessoal"; muito pelo contrário, é para fins de
"afirmação de gênero". Porque ela é uma mulher preocupada com o
gênero feminino, com a condição da mulher na sociedade.
Ao afirmar-se como "presidenta", ela está
despertando, na consciência das mulheres, das senhoras, das moças e das
meninas, que elas também podem almejar postos de mando, e não apenas no âmbito
restrito da política.
Então, ao contrario do que disse o Lucas Mendes,
ela está, sim, educando nossas crianças; as meninas, porque reforça nelas a
convicção de que podem mandar, e os meninos, porque torna a eles natural um
ambiente em que venham a ser comandados por mulheres.
Luís Antônio
Albiero
Advogado na
cidade de Americana/SP
laalbiero@yahoo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça seu comentário sobre o Post