Tenho
comentado em outros posts o descaramento da oposição ao governo federal, em não
admitir ter pedido as eleições para Presidente. Claro que isso é uma estratégia
descarada, tanto da oposição, como da elite devassa e da imprensa golpista, que
visam, através de “golpe legal”, derrubar o governo eleito de forma democrática
e em especial o Partido dos Trabalhadores, com alegações que anteriormente
passavam despercebidas, como por exemplo, a captação de recursos eleitorais via
“caixa dois”, ou ainda as tais “pedaladas fiscais”, que são apropriações de
recursos públicos, no caso do governo federal, para continuidade de alguns
importantes programas sociais.
Ao
ampliar essa conversa, chega-se à conclusão que não faz o menor sentido o valor
gasto numa campanha eleitoral, seja em nível municipal, estadual ou federal,
para todos os cargos eletivos. Tornam-se campanhas milionárias, onde os eleitos
se tornam presas fáceis de seus investidores e uma pessoa sem recurso e sem
apoio financeiro, jamais se elegerá.
Só
para se ter uma ideia, oficialmente declarado (fora o que entrou por fora),
cada deputado federal eleito investiu em média R$ 1.429.000,00, sendo que os
seis deputados que mais investiram, suas campanhas custaram entre 6 a 8 milhões
de reais cada uma (Arlindo Chinaglia/PT, Iracema Portela/PP, Marco Antonio
Cabral/PMDB, Eduardo Cunha/PMDB e Carlos Zaratini/PT). O investimento no senado
também foi alto. Cada um dos 27 senadores eleitos investiu em média R$
1.859.000 cada. As campanas mais caras foram a de Anastasia (PSDB) que custou
18,33 milhões, a do Serra (PSDB) 12,67 milhões e a do Caiado (DEM) que custou
9,62 milhões.
A
pergunta que cada brasileiro e cada brasileira faz é de onde veio esse dinheiro,
visto que é um valor muito alto para uma pessoa dispor em caixa próprio, a não
ser de forma ilícita. Aí entra parte dos recursos dos Fundos Partidários e as
empresas, que investiram pesado nas campanhas eleitorais, visando negócios
futuros.
Vale
lembrar que a maioria dessas empresas não tiraram esses recursos de seus lucros
e sim do “caixa dois”, advindos da sonegação fiscal, que é um dos ralos
gigantes de recursos públicos e alimentando cada vez mais a indústria da
corrupção.
Imaginemos em 2015 as infinitas conjunturas vividas. Desde a votação dos deputados
recusando o Plano Nacional de Participação Social, sugerido pela Presidenta
Dilma, passando pelas inúmeras tentativas de golpe e as midiáticas manifestações,
com patrocínio da TV Globo, contra o governo federal e contra o PT e chegando à
caça ao ex-presidente Lula. Teve dias de termos vários cenários de conjuntura política, econômica e social.
Se
um leigo em política fizesse uma análise da conjuntura nacional na semana
passada, chegaria à conclusão de que tudo estava consumado. Dilma ia ser caçada,
Lula ia ser preso e o PT na visão do PIG estava liquidado, não só com a
debandada de inúmeros oportunistas e a difamação diária sofrida. Além disso, a
direita surfava em altas ondas, pois a chamada Operação Lava a Jato, comandada
por um juiz tucano, prendia apenas petistas, enquanto o pupilo Cunha continuava
livre leve e solto.
O
PSDB e o DEM comandavam a festa. Pousavam bons e éticos samaritanos, enquanto
imputavam ao PT ser o inventor e Lula o
pai da corrução.
Eis
que alguns fatos tenderam a mudar completamente o cenário. Primeiro foi o STF
que rejeitou a comissão ilegal de Cunha. Depois veio a ocupação das escolas
estaduais de São Paulo, se estendendo para outros estados, pelos meninos e
meninas em luta pela educação. Além disso, a caminhada da esquerda em dezembro
contra o golpe reforçou a ideia de que, mesmo descontente com a postura da
Presidenta que criou um grupo de governo neoliberal na área econômica, a
esquerda foi unida às ruas do país em defesa de seu governo e principalmente da
democracia.
Porém,
ninguém podia imaginar o que estaria para acontecer. Primeiro o roubo da merenda em São Paulo, comprometendo a cúpula tucana e seus aliados e segundo a ex-amante de FHC, que desnudou o até então o intocável presidente, que mesmo tendo comparado sua
reeleição por 200 mil cada voto, privatizado todos patrimônio público federal e
quebrado o país três vezes, pousava como o ídolo maior dos chamados “coxinhas”
e uma galera alienada que pedia a volta da ditadura e o impeachment da
Presidenta Dilma.
A
coisa é muito séria, pois envolve a traição, o pagamento da mesada mensal com
empresa de fachada, o pagamento de dois abortos, a falsificação do DNA do
próprio filho e tantas outras acusações. Além disso, a irmã de sua ex-amante é
funcionária fantasma de Serra e ele se defende que ela não aparece por estar em
missão secreta. Só não falou qual é a missão.
Uma
coisa é certa. O PIG fustigou tanto a vida de Dilma e de Lula, que as pessoas
já estão se dando conta de que o grande objetivo é afastar Lula de 2018 e
intervir diretamente nas conquistas do povo brasileiro de 2003 a 2015.
Principalmente
esse ano eleitoral e de tantos interesses em jogo, com certeza teremos centenas
de casos que mudarão, quase que diariamente a conjuntura nacional. O importante
é quem luta por uma causa estar sempre vigilante.
Cabe
a esquerda brasileira e os militantes de uma causa, se organizarem e se unirem
em torno do projeto de inclusão em curso e pela manutenção plena da democracia
brasileira tão jovem e tão perseguida.
Os próximos dias e meses prometem. Quem viver
verá!
Antonio Lopes Cordeiro
Pesquisador em Gestão Pública e Social
toni.cordeiro@ig.com.br
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