De repente voltamos ao cenário do início do fatídico ano de
1964. Um clima de revolta abala a sociedade. De um lado golpistas e fascistas
de toda ordem e do outro os defensores de uma causa, misturados à população
atônita pelo que possa ocorrer.
Um clima de incerteza invade mentes e corações de quem já
viveu essa mesma situação. Não sabemos sequer o que pode ocorrer no final de
cada dia.
No olho do furacão, dois setores necessitam destaques. O
primeiro setor empresarial, envolvido no processo cultural de corrupção através
da sonegação fiscal e achando que isso não é corrupção e sim meio de
sobrevivência, usa de forma clássica a crise de origem mundial, para aumentar
os preços, demitir pessoas e pressionar de todas as formas a queda de
conquistas trabalhistas históricas, através de seus aliados e
representantes do Congresso Nacional. Tudo em nome da democracia e da ordem
pública. O segundo muito mais pernicioso é a mídia golpista, pertencente a
apenas seis famílias abastadas, com todos seus instrumentos, que prega o ódio
diário e a divisão de classes, jogando uns contra os outros. No meu
entendimento é a mídia, a grande responsável pela desavença atual e toda
violência que ocorre em vários setores da sociedade.
O que pretende essa turma de golpistas juntos, além do golpe?
O primeiro cadáver em confronto de ruas como já ocorre no futebol, para que o
PT, Lula e Dilma sejam responsabilizados? Uma revolução para matar milhares de
pessoas? Uma convulsão social que abale as estruturas da democracia? Como se
permite ameaças declaradas de vários setores ao Ministro Teori e a divulgação
do endereço de seu filho para ser linchado em nome do combate da corrupção e a
imprensa maldita achando isso normal? Como admitir que a polícia brucutu de
Alckmin proíba sob repressão, que petistas se reúnam, em plena democracia e
isso ser encarado como normal? Como espionar a Presidenta da República e o
ex-presidente Lula e também acharem isso normal, ferindo a Constituição?
A única saída possível diante de um cenário tão conturbado
será a organização popular e o enfrentamento ao desmonte das instituições e do
processo democrático tão frágil da atualidade. Organizar e enfrentar para que
as conquistas não sejam surrupiadas.
É bom que os golpistas saibam. Se acharem que o povo vai
ficar de braços cruzados com impeachment de Dilma sem provas de crimes de
responsabilidade e a prisão de Lula, também sem provas, tenham a certeza de que
uma vez que isso ocorra, será como o rompimento de uma enorme barragem. Não
haverá mais controle da situação.
Quem viver verá.
Antonio Lopes Cordeiro
Pesquisador em Gestão Pública e Social
tonicordeiro1608@gmail.com
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