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terça-feira, 29 de março de 2016

Quando a escolha de um vice faz toda a diferença

Tenho afirmado nos cursos que ministro pela Fundação Perseu Abramo sobre Gestão Pública, que na extrema maioria dos municípios, os governos são arquitetados, formados e geridos de forma mercantilista e não de forma programática. Ou seja, se junta pessoas para governar um município ou um estado, a partir de seus interesses e não a partir de um Plano de Governo, que pudesse ser o indicativo inicial para todas as ações de governo.

Esse fator faz com que cada secretaria de um governo se torne uma “caixinha de poder”. Uma nova prefeitura com regras próprias, como se fossem várias prefeituras num só governo.

A coisa se torna mais séria ainda, quando a escolha do vice se dá por interesse. Seja porque a figura é boa de voto ou faz parte de um partido que trará votos para a vitória eleitoral. Centenas de prefeitos e prefeitas adorariam que seus vices virarem pó. Desaparecessem do mapa. Porém, isso se torna impossível na medida dos pactos estabelecidos no processo eleitoral.

A escolha de Lula com o empresário José Alencar para vice, apesar de muita gente do PT achar que Lula iria ficar refém do empresariado, para o tipo de governo que Lula fez foi acertada, enquanto a escolha de Dilma trazendo Temer do PMDB, partido até então fiel aos acordos, se configurou no maior caso de traição dos tempos modernos. Um verdadeiro amigo-da-onça. Um clássico traidor, que primeiro conquista a confiança da pessoa e depois a entrega aos leões para ser devorada e ele assumir sua posição.

A chamada base aliada, a começar por um vice. Ou vem para a composição do governo a partir de um Plano de Ação Participativo, que comprometa as ações futuras e construa uma linha ideológica de atuação ou se tornará mais dias, menos dias, num clássico caso de traição como Temer representa nesse momento para o Brasil e para o mundo. Um golpista sem caráter, que tem por trás a maçonaria, que já esteve por trás também de tantas ações golpistas, como por exemplo, na renúncia de Jânio Quadros como presidente.

Uma coisa é certa. Quem sempre esteve do lado do império jamais estará ao lado do povo. Quem sempre esteve com a casa-grande jamais se aliará à senzala. Alia-se a eles achando que era assim, mas mudará a partir de um projeto quem quer ganhar eleições, porém correrá sempre o risco de não governar, como de forma tão didática está se vendo no caso de Dilma.

Uma coisa tem que ficar muito claro. Quem vende a ilusão de que a luta de classe acabou, comunga com o neoliberalismo, se apoia no famigerado terceiro setor e de quebra golpeia a democracia, na medida em que usa a teoria da conspiração como principal elemento de mediação na sociedade. A luta de classe está mais presente do que nunca e precisa reagir contra o desmonte democrático e de direitos, promovidos pelo Congresso.

O único aliado que se pode contar é o povo organizado e formado conscientemente a partir de seus direitos.

Voltar às ruas será a única saída para não haver golpe, assim como a manutenção da democracia requer menos políticos de carreira e mais lideranças populares organizadas.

As velhas raposas se unem para acabar com o galinheiro, com o firme propósito de trocar galinhas por tucanos, não se sabe se pela beleza das penas ou ainda pelo tamanho dos bicos que acumulará muito mais comida no futuro.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Pesquisador em Gestão Pública Social
tonicordeiro1608@gmail.com

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