Mensagem

Faça seu comentário no link abaixo da matéria publicada.

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Bem-vinda senhora velhice...!

 

Ontem fui criança, jovem e de meia idade e depois o tempo voou em direção ao futuro, de forma tão veloz que nem vi ele passar. Hoje perto de completar sete décadas de existência me deparo contigo frente a frente e me preparo de todas as formas para que a nossa convivência seja a melhor que eu mereça ter...

Como te definir? Quem sabe como um tempo de descida da escada da vida, onde para muitas pessoas se torna um tempo de puro sofrimento, porém, quando tudo caminha a contento dentro da lógica da vida, tu és um grande presente antes da partida final.

És temida por muita gente, pois geras grandes mudanças na aparência visual, sendo que muita gente só vive disso, além de necessitares de atenção especial com a saúde, o que faz com que os convênios médicos escrotos, nem queiram pessoas com mais de sessenta anos ou cobram um valor fora da realidade, além de pagarem seus representantes gestores ou legisladores para precarizarem cada vez mais a saúde pública.

Vamos combinar? Chegues calma e me faças viver e reviver as coisas que aprendi a gostar, assim como me fortaleças para que eu continue lutando contra todas as formas de discriminação, violência, mentiras e descasos que assolam esse Brasil de meu Deus.

Sentindo a tua presença, passa um longo filme pela minha cabeça, me fazendo lembrar dos diversos erros e acertos, pelos quais passei, num desfile de atos, fatos e lembranças, como se houvesse uma vitrine guardando toda a minha história de vida até aqui.

Depois de tantas perdas de quem não conseguiu conviver contigo, fecho os olhos e agradeço todos os dias por continuar em vida e bem, compartilhando o meu tempo de agora com as pessoas que amo e esperando ansioso para pegar na mão do Heitor e sair em brincadeiras por horas a fio, onde nem veremos o tempo passar...

Antonio Lopes Cordeiro (Toni Cordeiro)
Estatístico, Escritor e Pesquisador em Gestão Social


Tempo...Tempo...Tempo... Ainda dá tempo?

 

Tempo de que? Tempo para que?

Tempos de criança com brincadeiras que não voltam mais. Sobraram as lembranças que o tempo levou e as crianças de hoje viraram a alma dos negócios. Tempo de se contar histórias, de um tempo que parecia não passar e a dona felicidade nos visitava todo dia.
Tempo de idas e vindas, de amores e de sabores, onde o ato de se comemorar a vida, com tanta gente que já se foi, soa como uma canção de ninar, daquelas que ficam em nossas mentes nos dizendo que o melhor ainda está por vir.
Tempo de maldade, de calamidade e de novas maldades impulsionadas por uma parte dos seres humanos que as criou. Tempos de guerra, tempo da verdade que morre a cada dia, mas tempo também de se andar de mãos dadas, com outras pessoas que vieram para completar as nossas histórias de vida.
Tempo que foi, tempo que é e tempo ainda para se cuidar das flores plantadas no jardim da alma que é preciso regar. Tempo de vida. Tempo de lida. Tempo para se lidar com a vida e tempo para se viver enquanto a vida nos brindar...
Fecho os olhos e me permito viajar a um outro tempo. Tempo no campo, água de rio, fogão a lenha, cheiro de terra molhada em dias de chuva e antes que a chuva se fosse banho num terreiro de terra batida, onde o coração batia mais forte...
O que é mesmo o tempo? Eu o sinto como uma linha imaginária que vai definindo quem somos, o que somos e para que viemos e por mais que tenhamos tempo, o fim é uma radicalidade que transgride a nossa forma de pensar e de agir.
Em plena linha do tempo, eu vivo, tu vives e nós vivemos, pois a vida só tem mesmo graça se tudo que fizermos tiver uma mão amiga que afaga, um coração valente que enfrenta junto e uma alma buscando companhia com jeito de felicidade onde possamos ancorar o nosso barquinho nas viagens aos rios da vida.
Antonio Lopes Cordeiro (Toni Cordeiro)
Estatístico, Escritor e Pesquisador em Gestão Social