Politicamente
falando, o que está ocorrendo no momento tem a ver com duas questões
fundamentais: A Teoria das Massas de Freud e o Consenso de Washington.
Na
Teoria das Massas, Freud explora como os indivíduos se comportam em grupos,
influenciados por processos inconscientes que os levam ao delírio.
O
delírio da alienação. Os indivíduos são levados por uma onda a seguirem um mito,
como aconteceu com o Hitler e agora pelo bolsonarismo com o genocida, que é uma
anomalia fascista, apostando na destruição do petismo ou das forças de
esquerda.
Algo
que requer estudos, pois se instalou no imaginário de milhares de pessoas, dividindo
famílias, amigos e trouxe o ódio como elemento de decisão política.
O
Consenso foi uma reunião ocorrida em 1989 nos EUA com vários países, onde para
o público em geral, era uma discussão sobre os problemas sociais vividos na
época, mas na verdade era para a implantação do neoliberalismo na América
Latina e no Caribe.
Para
aderir ao Consenso o país tinha que aceitar dez metas:
1. Controle das políticas fiscais,
evitando déficit fiscal alto em relação ao PIB;
2. Redirecionamento dos gastos públicos, de oferecimento de subsídios para
prestação de serviços que promovem crescimento, como educação e saúde;
3. Reforma dos impostos, ampliando a base, mas adotando taxas marginais
moderadas;
4. Taxas de juros determinadas pelo mercado e positivas, embora moderadas;
5. Taxas de câmbio competitivas;
6. Liberalização do comércio exterior, particularmente com eliminação de
restrições como a necessidade de autorização para importar;
7. Liberalização do investimento direto dos estrangeiros no país;
8. Privatização de estatais;
9. Desregulação de mercados para permitir a entrada de mais concorrentes,
exceto quando necessário por motivos de segurança, proteção ao meio ambiente e
defesa do consumidor;
10. Garantias legais para os direitos de propriedade.’
Na
ocasião, a missão foi confiada ao Collor, que não deu conta de encaminhar e por
isso sofreu o impeachment, pois era um personalista de primeira grandeza. O
bastão então foi passado à FHC que entre outros, privatizou noventa por cento
do que era estatal.
No
universo do Consenso o Banco Central tem que ser independente, pois necessita
de medidas que fortaleçam os investidores e o Quarto Poder, que é a mídia golpista
vai medindo o clima político, de acordo com os seus proprietários.
Na
sequência, para a substituição do Estado em suas funções sociais vieram as ONGs
e para fortalecer o conceito de “massas” chegaram as igrejas Neopentecostais,
que se tornou um instrumento altamente eficiente com “pastores” treinados para
a tarefa.
A
coisa só não foi pior porque no meio do caminho Lula e Dilma interromperam o
processo, mas a derrubada de Dilma foi necessária para que se fizesse a
“Reforma Trabalhista”, tirando praticamente todos os direitos da Classe
Trabalhadora.
Assim
sendo, o que ocorre hoje na conjuntura política da América Latina, ainda são as
demandas do Consenso, onde a pauta atual por aqui é a Reforma Administrativa,
que acaba com os serviços públicos e os terceiriza com o setor privado.
Por
ironia do destino, os mesmos servidores que fizeram greve contra Dilma, vão ter
que sair das tocas para defenderem seus direitos, antes que o lobo do sistema
os coma.
Assim
é o capitalismo. Um sistema injusto e desigual, com mais da metade da população
passando fome, onde a classe trabalhadora é usada como massa de manobra para
enriquecimento dos ricos, que continuam cada vez mais ricos, através da “mais
valia”.
O
que fazer para mudar essa realidade? Continuar de mãos dadas na luta por uma
nova sociedade, justa, fraterna e igualitária socialista, onde o coletivo prevaleça
em detrimento ao individual e o bem-comum seja a única moeda de troca.
Toni
Cordeiro
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