Do
ponto de vista pessoal, cá da minha individualidade, falo de futuro com certo
receio, pelo simples fato de não saber do quanto será comigo presente, porém do
ponto de vista político, como ativista de uma causa humanista, falo de futuro
com prazer, visto que poderei ser historia presente em ações futuras e isso me
faz caminhar com mais pressa ainda.
Em
minhas andanças no campo da imaginação, fico a me perguntar o que leva uma
pessoa a dedicar toda sua vida às causas humanas e tantas outras simplesmente a
explorar a boa fé da humanidade. Algo complexo de explicar do ponto de vista
racional para quem luta pela humanidade e mais fácil para quem dela tira
proveito, visto que estão sempre em busca de resultados.
A
partir dessa realidade vêm algumas perguntas: O que deu errado? Como se
desenvolve a natureza humana? O que incide para esse comportamento ou escolha? Em
que momento da vida pode se dar a escolha para um dos caminhos? Enfim, várias
perguntas com várias possíveis respostas, dependendo exatamente das escolhas
que se faz.
Ao
analisar o cenário nacional nos dias de hoje, chega a ser assustador o fato de
milhares de pessoas aceitarem a alienação como condição humana e, portanto
serem conduzidas por vontades alheias, como se a alienação fosse uma escolha.
Por mais indignado que eu possa estar jamais posso aceitar essa ideia e aí vem
nossa enorme tarefa, que é levar o conhecimento e reflexão como pontos de
partidas para uma possível mudança de comportamento para esses e essas que
transitam no campo da alienação.
O
fato é, se a alienação é também uma ferramenta do sistema e que mantém a massa
junta para um enfrentamento manipulado, sejamos o que tempera essa massa, o que
altera sua composição e passemos a disputar cada grão que a compõe. Sejamos nem
que seja o que vai desandar o resultado esperado pelos agentes do sistema.
Por
outro lado, se de fato a opção pela luta se dá de forma consciente, vale a pena
ressaltar que tudo começa pelo sonho de mudar a sociedade e, portanto, se luta
pelo incerto, por algo que nem possa acontecer, porém, para milhares de pessoas
que se encontram em luta permanente contra as desigualdades e as injustiças em
qualquer parte do planeta, não importa ao certo a qual resultado se chegará e
quanto tempo isso vai levar, o mais importante é mostrar ao mundo nossa indignação
pelo acúmulo de capital e riquezas em detrimento da miséria e às más condições
de vidas de milhões de pessoas e mostrar também nossa indignação constante pela
pirâmide econômica que dá sustentação a todas as formas de desigualdades.
É
importante deixar claro que lutamos sim também por todos alienados e todas alienadas
que se encantaram pelo canto da sereia, pelo simples fato de entendermos que a
alienação se constrói no vácuo deixado pela falta de conscientização e aí está o
grande papel do ativista, que é a luta diária na disputa das ideias.
Declaro-me
totalmente contra a cooptação de quem quer que seja pela via da lavagem
cerebral, ou ainda por resultados momentâneos, que na prática se constitui noutras
formas de alienação.
Disputar
ideias é antes de tudo disputar a condição subjetiva da própria existência humana,
no sentido de levar as pessoas a optarem de forma consciente ser alienadas e
servir ao sistema ou se juntarem a milhares de sonhadores e sonhadoras que se
alimentam da utopia da construção de uma sociedade justa, fraterna e igual para
todos e todas.
Comprometer-se
com o futuro é ser leal à causa e ser um agente multiplicador da possibilidade
das pessoas de bem voltarem a sonhar.
Quero
sonhar junto com todos e todas para que meu sonho faça sentido.
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública e Social
tonicordeiro1608@gmail.com
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