Imagem: https://acasadevidro.com/2018/03/14/eu-sou-porque-nos-somos-ubuntu-por-tutu/
O
que é a verdade? De qual verdade estamos falando? Existe verdade absoluta para
cada situação?
Inicio
buscando legitimidade para afirmar que uma das maiores verdades é a de que não
existe verdade absoluta para nenhuma situação. O que existe é a verdade de cada
um de nós, a partir de um sistema de valores recheado de interpretações,
crenças, princípios e posições ideológicas.
Em várias situações do nosso cotidiano, a verdade que defendemos poderá
caminhar no sentido oposto ao pensamento e prática de diversas pessoas e diversos
setores da sociedade. Algo comum num processo democrático, mas surreal diante
do fascismo, que é algo novo para todos nós. Como por numa mesma Cesta as
verdades da Casa-Grande e da Senzala? Puro pragmatismo fundado em linhas de
pensamentos sobre o ato de viver e nossas escolhas em termos existenciais e de
futuro.
Do
ponto de vista político não dá para negar o que estamos vivenciando na
atualidade e suas diversas verdades. O golpe contra a Presidenta Dilma, a
prisão de Lula e o resultado eleitoral das últimas eleições, que estão no mesmo
pacote, além de representar a falência total do sistema judiciário brasileiro,
que se encontra amordaçado, a velha forma de fazer política com base apenas no econômico e nos acordos por resultados, levarão o país por certo de volta ao século XIX, tamanho é o retrocesso defendido pelo
presidente eleito e sua desastrosa equipe neoliberal. Nesse sentido existem
pelo menos duas grandes verdades em curso, a partir de janeiro.
A
primeira delas a ser defendida pela figura sinistra vitoriosa nas eleições será
convencer a classe trabalhadora e demais segmentos pobres que votaram nele, que
voltar ao século XIX, em termos de direitos civis, eficiência do Estado e
conquistas trabalhistas e sociais será uma grande ideia para que o país volte a
crescer economicamente com equidade e se desenvolva com justiça social.
A
segunda será o desafio dos campos progressistas e de esquerda, para convencer a
população que o caminho neofascista em curso é o mesmo que matou seis milhões
de judeus, além de expor o Brasil à submissão americana e ao FMI mais uma vez.
Duas verdades de cunho político-ideológico que a população nem imagina existir.
Para
entender o que está ocorrendo se faz necessário conhecer minimamente os códigos
do poder. Que códigos são esses? É todo ideário que compõe as escolhas para
definição de que sociedade temos e que sociedade queremos.
Vale
salientar que o que está em jogo no Brasil a pedido do império americano é o
domínio da Amazônia, o controle do petróleo e a privatização da água, além da destruição de todo sistema de proteção social e trabalhista.
Voltando
ao tema principal do post, a Jornalista Laura Loyo, dentro do conceito de
verdade, afirma que há um choque muito forte entre relativismo moral e
dogmatismo para o entendimento do que seja a verdade.
Segundo
Loyo, o relativismo moral faz com que a verdade seja algo vinculado à moral de
determinado grupo. Como se fosse algo particular. Exatamente como as últimas
eleições foram decididas. Uma visão moral estreita carregada de fundamentalismo
religioso, maquiando e escondendo os verdadeiros problemas político-sociais e
trazendo à pauta nacional um falso nacionalismo e falsos valores disfarçados de
combate à corrupção.
Já
o dogmatismo, que é a verdade em caráter absoluto, traz algo ainda mais
complexo. Ao mesmo tempo em que se apresenta como algo indiscutível e indissolúvel,
traz inúmeras contradições, como é o caso das religiões e seus dogmas, por exemplo. Para
cada uma das variáveis religiosas uma forma de enxergar o mundo e o semelhante
e como lidar com o dia a dia de nossos desencontros.
Desmistificar
as diversas verdades exige principalmente conhecimento da situação em questão, análise
do contexto cultural e no campo da política formação e conscientização, além da
clareza para o entendimento de que causa se defende, o porquê dela, com quem se
caminha e aonde se quer chegar. Algo que vai compondo a história de quem milita
por uma causa e de quem contesta a serviço do império.
Uma
coisa é certa. As verdades terão encontro marcado com o futuro, seja pela via da
conscientização e participação ou pela via da ignorância política que consiste
em só enxergar um lado da história. Bom mesmo é enxergar todos os lados e todas
as propostas em curso e escolher por convicção aquela que mais se identifica
com sua historia de vida.
Do
ponto de vista pessoal, a verdade em que me situo, vem sendo esculpida ao longo
da minha existência, através da luta pela utopia de construir uma nova
sociedade a várias mãos, junto com quem sonha com o direito de igualdade,
de plena liberdade de expressão e de uma nova forma de convivência: Justa,
Fraterna e Igual para todos e todas. Isso é o que me move e o que move também milhares
de pessoas em várias partes do planeta.
Finalizo
com duas frases filosóficas do Ubuntu: “Sou
o que sou, porque somos todos nós”. “Sou
afetado quando um semelhante meu também é afetado”
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública e Social
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