Escrevo
esse post como uma espécie de acerto de contas comigo mesmo, porém sempre procurando
dialogar com o futuro, a partir de fragmentos dos últimos tempos. O que
continua sendo belo é o ato de viver.
A
introspecção leva às reflexões. Tira-nos da certeza de que o
mundo gira apenas em torno de nossas cabeças, a partir das nossas emoções e isso
nos faz rever conceitos, buscar pontos de equilíbrio, juntar pedaços do que
passou e nos direciona ao centro de nossos universos, em busca das nossas
essências que às vezes parecem perdidas. Espelho, espelho meu, quem de fato sou
eu?
Você
já se perguntou quem de fato você é? Já se encontrou de
forma deslocada de seu eixo natural? Que vereda seguiu? Encontrou-se
rapidamente? Que contribuição lhe trouxe o amor, ou foi tudo ilusão? Perdoou e obteve o perdão? São perguntas e respostas que interessam a milhares de pessoas,
que em muitos casos, nunca pararam para pensar.
Nem
de longe me atreverei a responder perguntas tão intrigantes e embaraçosas, até
porque a vida nos coloca em cada encruzilhada... O objetivo deste post é apenas
e tão somente parolar sobre os desencontros da vida.
Sinto-me incompleto para analisar as reações humanas, até porque humano que sou
vivo também tendo reações, às vezes nada confortáveis, para quem convive comigo.
Coisas de um ser imperfeito que vive a se buscar, que como forma de compensação
recorre à leitura em busca de novos conhecimentos e novos conteúdos que ampliem
o poder de reflexão frente ao que escreve para o blog. Que bom ter esse espaço
para desabafar...
Em
termos gerais, como fazer uma análise criteriosa da sociedade atual e dos problemas
nela contidos, se vivemos um dos piores momentos que a sociedade brasileira já viveu?
De um lado uma nação individualista odiosa e surreal pulando atrás de um pato
gigante, comandada por agentes do mal e de outra uma massa despolitizada, alienada,
carente e com grande parte dela de volta à miséria. No meio dessa situação um
grupo de sonhadores e sonhadoras, militantes das causas socialistas e humanistas,
tentando salvar parte do mundo contaminado pelo ódio, friezas emocionais e cálculos
financeiros, sob a demanda dos profissionais da politica. O desafio é saber o que somos e o que queremos ser...
O
que dizer então de uma casta de intelectuais, seja de direita ou de esquerda,
que vive em outro planeta? Fala uma linguagem que só eles entendem. Não entendem de povo.
Para
fugir dessa apatia, sinto vontade de misturar poesia com cachaça, como diz a
música de Vinicius de Moraes “Cotidiano nº 2”, mas no meu caso não discuto
futebol, ainda mais se for da seleção. Basta que eu me lembre daquele monte de
patos e patas de verde-amarelo pulando pedindo fora Dilma, que não sinto vontade nem de ver.
Assim
sendo, só me resta voltar à discussão do mundo da boa política, que
está em baixa é certo, num país dominado pela politicalha, mas a luta para que essa
boa política não morra continua firme com a militância que segue em frente a lutar por
um mundo melhor onde caiba todos e todas. Essa galera pode até sofrer de crises de valores, mas jamais de princípios.
São
nesses momentos que recorro à Neruda, Fernando Pessoa, Drummond, Clarisse
Lispector, Paulo Freire e tantos outros e outras. Suas leituras abrandam as
dores da alma e nos alimenta com energia para o futuro.
Agora, para abrandar de vez os efeitos das tempestades e aprender com elas, vou mesmo
é buscar meu violão que está na casa de um grande amigo e simplesmente tocar
nas noites mal dormidas. A música é companheira da alma. Aí sim vou cantarolar
o que me der prazer ou ainda que me faça esquecer os desencontros e as
reviravoltas que a vida dá. Também quem manda ser pura emoção? É preciso
aprender com pessoas que são pura razão a maior parte do tempo. Essas com
certeza sofrem e sofrerão muito menos.
Buscando
afirmação ao que escrevo, parto do princípio de que ninguém é, está ou estará totalmente
seguro de forma definitiva de qualquer decisão tomada ou qualquer situação que seja,
principalmente àquelas voltadas às questões emocionais. Ou ainda questiono quem
acha que está e estará sempre à frente das situações. O que hoje é por reação,
poderá ser amanhã por ação, devido aos revezes da vida. Caso tudo isso ocorra
porque queremos ser o agora, com base no ontem, mas não nos esqueçamos do
amanhã. Sempre haverá o dia seguinte, a noite seguinte e com eles virão as dúvidas insanas...
Devemos
sempre lembrar que a terra gira, os astros caminham pelo universo e ninguém é o
que foi ontem. Bom mesmo é estarmos preparados e preparadas para as travessias
da vida, no sentido de refazer caminhos se necessário for, com o intuito do se encontrar
e ser feliz. Mais vale um arrependimento consciente do estrago feito, do que
uma certeza incômoda que seguirá conosco pelo resto da vida. Dúvidas do porque se permitir
e mais dúvidas ainda do porque não se permitir...
Clarice
Lispector por Clarice Lispector, certa vez escreveu: “Viver em sociedade é um desafio porque às vezes ficamos presos a
determinadas normas que nos obrigam a seguir regras limitadoras do nosso ser ou
do nosso não ser...Quero dizer com isso que nós temos, no mínimo, duas
personalidades: a objetiva, que todos ao nosso redor a conhece e a subjetiva...Em alguns momentos, esta se mostra tão misteriosa que se perguntarmos - Quem
somos? Não saberemos dizer ao certo”!!!
Fecho essa
conversa declarando ter coragem suficiente de mudar quantas vezes for necessário, de criar
novos valores e principalmente de pedir desculpas, tantas vezes forem necessárias para
quem eu estiver incomodando ou fazendo sofrer. Tudo isso no sentido de ser mais
autêntico comigo mesmo, mais amoroso com quem amo e mais verdadeiro quanto à
minha essência. Refaço-me a cada momento que aceito o que fizer bem ao meu coração.
Olá futuro, estou de olho em você!
Olá futuro, estou de olho em você!
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública e Social
Segundo Ortega y Gasset. "eu sou eu e minhas circunstâncias". Ninguém é uma ilha. O desafio é nos adequarmos à realidade, ao convívio em sociedade, sem abrir mão dos princípios que nos movem.
ResponderExcluirMuito bem caro Albiero. Uma nota providencial...
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