Sonhos,
fantasias, utopias, crenças, ilusões, paixões, amor e tantas outras subjeções
que habitam nossas cabeças e nossos corações e quem sabe sejam elas que acabam
alimentando a nossa própria razão de viver. Quando uma pessoa para de sonhar ou
de amar está morta para a vida e quem morre para a vida morre também para si
próprio.
O objetivo dessa prosa em final de ano
é caminhar por veredas onde a construção dos sonhos, das fantasias e das
utopias se dá. Onde se busca o alimento necessário para se acreditar no ato de
viver e no de amar. O amor que é a última instância da nossa sensibilidade,
onde habita o ser, o ter e o viver. Onde se produz expectativas abstratas e
onde nossa imaginação anda muito mais rápido que a velocidade do ar. O mesmo ar
que respiramos e que nos dá vida, que às vezes o dividimos com alguém para que
forme um par. Um ciclo que faz o coração bater mais forte com a possibilidade
da realização do que se sonha e se entristecer quando tudo não passa de uma
bela ilusão.
Às vezes nos deparamos com pessoas tão
certinhas em termos de projeto de vida, que até imaginamos que elas tenham
saído das histórias em quadrinhos diante da realidade de cada um de nós e isso,
primeiro nos assusta pela comparação e segundo nos remete a fazermos uma
reflexão para se saber o que foi, o que é ou o que ainda poderá ser em termos
de vida, mesmo que dependamos da sorte, da junção de acertos, do bom uso do
tempo, para que alguma coisa extraordinária ocorra, além da possibilidade de
que nada ocorra em contrário e torcermos para que estejamos aqui para
comemorarmos as vitórias e conquistas obtidas. Algo exclusivamente ligado ao
destino e ao acaso. A vida é apenas um sopro que não temos o menos controle.
Em regras gerais, algumas dessas pessoas
certinhas foram mais eficazes na busca dos melhores resultados, das melhores
práticas e souberam se planejar para o tempo vindouro. Enquanto isso quem está
muito distante dessa realidade sente os dias de vida fugirem das mãos e uma
sensação de derrota logo aparece para questionar se ainda dá tempo ou não. Aí
vêm os sonhos e as utopias nos dizendo que enquanto há vida há esperanças e
reais condições de acontecer. O que não se pode é desistir.
Em profunda reflexão me vem sempre à cabeça a
conversa que tive com Paulo Freire em 1989, que ele fechou dizendo: “Nunca
esqueça que somos seres movidos por sonhos, que temos que alimentá-los todos os
dias para que não morram e quem move os sonhos são as nossas utopias, que se
constituem numa longa caminhada de crenças rumo ao futuro e à nossa própria história
de vida”.
Por um lado caminhamos pelos nossos
pensamentos sem certeza alguma. Buscando às vezes o que nem imaginamos existir,
mas por outro, acreditamos nos sonhos e nos alimentamos deles como se
tivéssemos bem perto de suas realizações e é isso que nos faz continuarmos
caminhando. Dormimos no hoje e acordamos no amanhã. Uma passagem simbólica que
junta num curto espaço de tempo passado, presente e futuro.
Um intervalo no tempo onde uma viagem interior
acontece através dos sonhos, sem termos o mínimo de controle sobre ela e sobre
eles. Quando acordamos lembramos apenas de uma pequena parcela desses sonhos,
ou às vezes nenhum deles. Quem sabe as respostas para a maioria das nossas
perguntas estejam naqueles sonhos que se perderam no sono profundo e sobra
apenas a vontade de que essas respostas do que almejamos possam estar no
próximo sonho que tivermos e lembrarmos.
Mais um final de ano se aproxima e
nosso imaginário é levado a construir sonhos para o novo ano. Algo inerente aos
seres humanos que ainda conseguem sonhar.
Um momento onde mente e coração andam
de mãos dadas comemorando o que se conquistou até o momento e um nutrindo o
outro para que novas coisas boas possam dar o ar da graça no ano que se
aproxima. Precisamos entender apenas que coisas novas só poderão acontecer em
nossas vidas se nos dispusermos a fazer coisas novas.
Que nunca paremos de sonhar. Que
sejamos alimento para novos sonhos. Que sejamos refúgio para quem nos procura, luz
para quem nos segue e amor para quem enxerga em nós uma nova forma de amar. Boa
caminhada para todos e todas rumo ao que se sonha...
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
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