Ao
olharmos pelas frestas de uma janela em dia nublado a procura de sol, nos causa
espanto a quietude diante do medo, mesmo que esse medo se disfarce em momentos de
lazer ou em passeios para dar vida ao nosso ego. De repente sentimos que nos
encontramos de frente pra vida em toda sua plenitude e é nesse momento que descobrimos a necessidade
da força interior para avançarmos à frente.
Enquanto
os hospitais andam cheios de pessoas que provarão o calvário e muitas perderão a
própria vida, uma grande parte da humanidade é forçada à labuta, outra parte desfruta do
lazer como se o perigo tivesse estacionado na casa ao lado e outro grande setor
desafia a morte, como se a vida fosse gerada, em série, num grande laboratório,
sem contar com quem se encontra indiferente a tudo.
Somos oriundos e oriundas do mesmo núcleo composto por um óvulo e um espermatozoide e
muitas vezes por dois ou três, que entram apressados, porém de estados emocionais
completamente diferentes uns dos outros e das outras e isso faz com que a vida seja todos os
dias uma grande aventura para o ato de viver ou uma grande disputa pela própria
natureza de ser e do ser, que dá o tom e a cor do momento.
Quem
sabe a vida seja uma miragem com rios e montanhas, composta por doces ilusões,
misturadas com uma bebida qualquer, onde em quase transe se comete todas as
insanidades que ela permite e ao voltarmos à realidade nos deparamos com momentos de
pura ventania onde tememos que a nossa história de vida seja comprometida e
jogada ao vento como poeira do tempo, pois nada ficou ou restou.
A
vida pode ser também um mar ou um paraíso de escolhas, onde na busca do prazer, o sexo e a
poesia disputam lado a lado a razão e a emoção do estar com alguém e aí descobrimos que se
aproxima a hora da grande escolha pelo caminho que nos levará ao amanhã e quem seguirá conosco. Porém, onde
estará o amanhã? Quem sabe na palma da mão fechada que guarda um segredo ou no
coração que pulsa mais forte querendo revelar o caminho que gostaríamos de seguir.
Ao
olhar um ferrinho de passar roupas que era uma brincadeira de criança e foi
transformado numa ferramenta de trabalho, vem à lembrança de que muitas vezes a
vida aparece como uma leve brincadeira do faz de conta, onde brincamos de
heróis e heroínas num mundo de fantasias, onde tudo é possível e permitido, basta que
tenhamos tempo e disposição para brincar.
Noutras
vezes a vida aparece nas histórias e advertências feitas por nossas
avós e nossas mães, nos alertando para as ilusões, as armadilhas e os contratempos
onde seremos avaliados pelo que temos e não pelo que somos. É nessas horas que descobrimos quem veio para ficar em nossas vidas.
O que não deveríamos esquecer jamais? De que com o tempo as aparências mudam, a idade chega e já não somos tão desejáveis assim. Caminharão conosco por amor apenas quem ficou até mesmo diante da maior tempestade. Quem sabe seja por isso que se faz necessário lembrar da nossa responsabilidade com quem cativarmos e sabemos que é por nós que seu coração pulsa mais forte. Quem sabe ainda num momento de reflexão qualquer ou mesmo nas baladas na calada da noite regadas de muita bebida, possamos parar, pensar e agir antes que o dia amanheça e o sol se ponha.
Dizem
que a vida é um feixe de luz com várias mutações durante o trajeto. Ao
nascermos uma mistura de cores, quando amamos vira arco-íris, quando
envelhecemos a cor do céu nos representa e quando morremos a luz sai de nós e
se transforma numa estrela, para que a existência perdure.
O
que vou fazer amanhã? Vou brincar de ser menino com asas e me imaginar voando, voando... e
pousando onde o meu coração faz morada e pulsa mais forte. Vem comigo...!
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Somos poeira de estrela 🌟
ResponderExcluirSomos o que somos misturados um uma dose do que gostaríamos de ser.
ExcluirGrato pela leitura e cmentário. Abraço