Há
um ano estamos acuados e com medo sob o efeito da pandemia e em pleno crescimento
desordenado. O que esperar diante de tudo
isso? O que estamos enfrentando? As festas clandestinas de carnaval? O efeito de
ônibus, trens e metrô lotados levando e trazendo o povo do trabalho? A rebeldia
das festas, comemorações e bares lotados? A volta das aulas e das reuniões e
atos presenciais? Os cultos com igrejas lotadas? Ou tudo isso junto?
Nesse
momento não faz a menor diferença do tipo de rebeldia, descaso ou descrença que
estamos falando. A verdade é uma só. Mesmo com os números oficiais subnotificados
com apenas às pessoas que fizerem o teste, o Brasil chegou ao seu limite na
saúde, com hospitais lotados e no seu maior nível de mortes, perdendo em
números apenas para os Estados Unidos.
Imaginem
nessa seara se não fosse o SUS – Sistema Único de Saúde, que garante
atendimento para a maioria da população. Defender o SUS é como defender a
própria vida e ter a solidariedade como elemento fundamental.
Estamos
diante da maior tragédia humana que o país já passou e num cenário de total incerteza
à nossa frente. Poucos testes, pouca vacina, pouca vontade política, um presidente
genocida que dialoga com a morte e a reverência necessária do capital ao deus
mercado, que se impõe mesmo diante do caos. Só uma mudança de comportamento da população,
aliada com a atuação de governadores e prefeitos de forma direta, com vacina
pública para todos e todas poderá mudar o triste ciclo em curso.
Cá
nos bastidores da vida real a única toada tem sido as eleições de 2022. Algo
que preenche o universo de vaidade de algumas pessoas, além de despejar
dinheiro no mercado para a indústria das eleições e de quebra dá uma amenizada
na parte emocional, pois tudo se decide pela emoção e não pela razão. Sobrou
algo para mirarmos nessa terra de ninguém?
Sobrou
sim! Para quem foi forjado, ou forjada na luta e tem uma causa como referência
de vida, no capitalismo sempre haverá um front de exclusão e desrespeito a ser
enfrentado, para que os direitos da classe trabalhadora e de outros segmentos oprimidos
pelo sistema não desapareçam, além das lutas específicas que necessitam de
apoio e reforços para continuidade.
Garantia
da saúde pública com vacina para todos e todas, defesa do SUS, garantia de
continuidade da renda emergencial e Fora Bolsonaro e toda sua trupe, são as
bandeiras prioritárias para o momento político que vivemos.
A
grande tarefa é a construção de um projeto coletivo visando uma nova sociedade,
o enfrentamento contra a usurpação de direitos e a busca imediata por melhores
condições de vida, especialmente para quem mais precisa, com o empoderamento
das mulheres, da juventude que pensa e luta, dos negros e das negras, da comunidade
LGBT e de outros segmentos organizados.
Por
onde começar? Por juntar pessoas inquietas e sonhadoras, para a criação de um
espaço de cidadania, aberto a todas e a todos que queiram participar, onde seja
possível misturar cultura com necessidades específicas, uma dose alta de solidariedade
e ouvir as pessoas e aí tudo isso poderá virar um novo Projeto Coletivo, Compartilhado
e Participativo, onde a participação nas eleições de 2022, necessariamente nasça
nesse ambiente ou a partir dele. Com isso evitaremos que muita gente seja
usada, apenas como “garrafinhas”, a serem trocadas por algum desejo alheio.
Como
a luta não é geográfica e sim nacional, precisamos dialogar além das questões
locais. Criarmos um ambiente comum para uma avaliação permanente das conjunturas,
construirmos ações organizadas, focarmos nos nossos sonhos e planejarmos juntos
e juntas um novo amanhã. Que tal?
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
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