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Acadêmicos do Salgueiro no Carnaval 2023 : samba-enredo “Vermelha paixão salgueirense” - Carnaval no Brasil
Para muitos e muitas apenas
uma festa pagã. Para tantas outras pessoas um momento de pura descontração e também
de protestos nos enredos de algumas escolas de samba. Uma mistura de
sentimentos, fantasias e de ver o povo extravasar suas neuras.
Porém existe algo no ar além
dos aviões de carreira, como dizia o Barão de Itararé, quem banca ou quem
financia a estrutura das escolas de samba? Esse é um tópico que merece um
estudo especial, pois nele está contido dinheiro de toda ordem e origem, sem
contar que algumas escolas ainda têm “dono”, como já foi no passado com o jogo
do bicho...
Conta a história que o evento das escolas de samba começou
na década de 1920 com a popularização do carnaval e do samba e os desfiles oficiais
começaram em 1932, idealizado por Saturnino Gonçalves, sambista e primeiro presidente
da Escola Estação Primeira de Mangueira.
Quem criou o evento como concurso foi Mário Filho,
jornalista e dono de um jornal de esportes o “Mundo Esportivo”. O primeiro
concurso teve 19 blocos e teve a Mangueira em primeiro, Vai como Pode e Linha
do Estácio em segundo e Unidos da Tijuca em Terceiro. Daí em diante foi criado
o universo, com algumas mudanças como vemos hoje.
Voltando ao assunto dos diversos universos que divide esse
mundo da alegria, temos alguns eventos de fundamentais importância para que ele
ocorra, o papel das comunidades organizadas como conteúdo e os blocos
populares, que acaba pondo o povo pobre em contato com o samba e com esse
momento de descontração.
A música “Visual" de Beth
Carvalho, já em sua primeira parte, conta um pouco do que aconteceu com essa festa popular, onde o dinheiro interveio
diretamente:
“Depois que o
visual virou quesito. Na concepção desses sambeiros. O samba perdeu sua
pujança, ao curvar-se à circunstancia imposta pelo dinheiro. E o samba que
nasceu menino pobre, agora se veste de nobre no desfile principal. Onde o
mercenarismo impõe sua gana e o sambista que não tem grana, não brinca mais o
carnaval...”.
Assim como tudo no universo do capitalismo, foram criados
cenários ou faixas de participação, onde na classe especial e primeiro grupo desfila
um tipo de gente e nos demais a população pobre, que acaba ou fazendo sacrifício
para estar entre a “nobreza do carnaval” ou vai com todo amor e carinho para as
escolas menores e para os grupos.
Veja mais
sobre "Escolas de Samba" em: https://brasilescola.uol.com.br/carnaval/escolas-de-samba.htm
Antonio Lopes Cordeiro
(Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
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