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sexta-feira, 31 de março de 2023

Política, Religião e Futebol se discute sim...

 


Política, Religião e Futebol se discute sim...

Em respeito a todos e todas que foram torturadas e mortas pela ditadura militar sangrenta, além dos que lutaram até o fim contra o golpe de 64: Hoje é um dia para se lutar e não esquecer. Ditadura nunca mais!

Venho de uma geração católica que teve a Teologia da Libertação como o fundamento religioso de fé e resistência às ditaduras sangrentas militares que exterminaram pessoas na América Latina e teve na igreja progressista um ponto de encontro com a esperança.

Uma igreja que assumiu na época a Opção pelos Pobres, a partir dos Encontros de Puebla e Medelim e a igreja templo movida pelo dinheiro resolveu perseguir os mentores intelectuais dessa Teologia e os puniu de várias formas, criando uma vertente da igreja light proibida de falar em política que fica saltitando nas praças em nome de Jesus e de costas para a exploração e a todas as formas de violência que assola o país.

Essa forma de ser da igreja católica conservadora direitosa, aliada principalmente às igrejas pentecostais, odeia o Papa Francisco, odeia política, odeia Lula e o PT e odeia quem pensa, tudo em nome do comunismo que por total ignorância política, nem imaginam o que possa ser. Eu tenho é muita pena dessa gente sem história.

O resultado desastroso disso foi votarem, elegerem e apoiarem um genocida fascista, que não respeita nem mesmo a filha que tem, mas se tornou o mito dessa gente.

Foi no combate às ditaduras, na luta contra todas as formas de discriminação, preconceitos e violências que chegamos até aqui. Ao contrário dessa geração alienada que votou num monstro como herói, lemos Paulo Freire, estudamos muito os clássicos, discutimos muito o melhor da política, participamos ativamente dos principais momentos políticos de enfrentamentos por direitos, justiça e liberdade e caminhamos para a construção de uma nova sociedade justa, fraterna e igual para todos e todas.

Mesmo que nos chamem de utópicos, é a utopia que nos move, alimentada todos os dias pelos sonhos de um novo mundo. Pelo menos quando não mais existirmos, saberão que erramos muito e pedimos desculpas a quem magoamos, mas saberão também que deixamos uma história escrita por várias mãos e sentidas por vários corações.

Creio que viver seja isso. Não ter a vergonha de ser feliz e estar sempre a serviço das causas humanistas e que servirão de flores no caminho das lutas que virão para que os jardins nasçam primeiro nos corações de quem ama a vida e se sensibiliza com milhares de pessoas que são exploradas e se submetem a viver numa subvida...

Um aviso à nação alienada seguidora do monstro sem alma e sem luz: Discutir política, religião e futebol, entre outros assuntos, faz bem à cabeça e principalmente ao que vocês vão deixar de herança cultural para os filhos e as filhas de vocês. Que tal?

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social

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