É momento de refletir. Em especial nos últimos anos
e na atual conjuntura que na interarticulação dos movimentos sociais indo às
ruas defender direitos dos trabalhadores, saem em também com um número
expressivo de milhares de brasileiros na desqualificação do projeto nacional
posto.
Não haverá neste artigo uma defesa por si do
governo Dilma, mas do reconhecimento das políticas sociais, combate a corrupção
e enfrentamento da pobreza que assolava milhões de famílias no país. Na
contramão dessas conquistas, relativos declínios de direitos trabalhistas,
porém o foco da Direita brasileira não está na perca de direitos, mas no ódio
enraizado aos pobres.
Fato é que entre os melhores ou piores momentos do
Brasil no recorte dos 12 últimos anos, o que mais cresceu por parte da
burguesia brasileira foi a visão preconceituosa em relação aos homossexuais,
mulheres, juventude além de expressões racistas e criminalizadoras aos
movimentos populares.
Não se trata de erros ou acertos, para a Direita
apenas a possibilidade de odiar as diferenças, basta para disseminar palavras
de ódio e desejar um país pior para justificar sua despolitização quando o
assunto é de interesse coletivo.
Em um breve resgate temporal, lembremos que a “cura
gay”, as palavras racistas nos estádios, a resistência em aceitar que as
empregadas domésticas tenham direitos trabalhistas e até a pena de morte diária
de jovens negros pela polícia se legitimaram socialmente na última década.
Na contramão do maior período democrático, pós-golpe
militar, a burguesia no seu ódio aos pobres deseja a volta da mesma. Desejam de
forma democrática o fim da democracia.
Creio que é momento de refletir, de ousar. Ao ler
sobre o teatro alemão, as peças shakespearianas nos ensinam que toda tragédia
exige uma por si a revolução.
Na atual conjuntura não está em jogo a perda de um
governo, mas a perda de direitos sociais. Não é uma questão de maiorias e sim
de desejos individuais contra conquistas coletivas. É momento de ousar,
construir a defesa dos direitos sociais conquistados e contrapôr o ódio
disseminado pela mídia golpista e pela elite brasileira que utiliza do
analfabetismo político na classe média seu escudo para manutenção de seus
privilégios.
No conjunto da classe trabalhadora e dos movimentos
sociais ouvimos um grito: Constituinte para mudar o sistema político. Quando?
Já!.
Leonardo Koury: Poeta mineiro, petista e militante dos movimentos sociais
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluir