Israel Gonçalves
Os partidos políticos são
fundamentais para uma sociedade democrática. Estudar as ações dos partidos
internamente e na esfera pública é uma forma de compreender seus objetivos e
suas incoerências. Um dos principais partidos do Brasil é o PSDB e analisá-lo é
entender seu projeto político, ou a falta dele, para o país.
Nas eleições para a Câmara dos
Deputados Federais os caciques do PSDB, Aécio Neves, José Serra e Aloisio Nunes
tiveram que ligar para seus deputados para votarem em Júlio
Delgado (PSB). Muitos dos deputados tucanos queriam votar em Eduardo Cunha
(PMDB), que ganhou o pleito. Esse fato mostrou como o PSDB no Congresso é
indisciplinado. Outro fato é a derrota de Aécio Neves, nas eleições de 2014, pois
como não tem projeto para o país, tenta se camuflar deixando a barba crescer e
se confundir com o ex-presidente Lula da Silva. Seria piada se não fosse real.
Já o governador do Paraná, Beto
Richa (PSDB), vivencia uma das piores crises na área da educação. Os cerca de
50 mil professores do Estado estão em greve há semanas e mais de 900 mil alunos
estão sem aulas. Os servidores públicos da educação também aderiam à greve. O
secretário da Fazenda, segundo a Folha de São Paulo do dia 26/02/2015, afirmou
que foi falha na gestão e, por isso, o cenário econômico é de crise. O
governador, para ser reeleito prometeu muitos benefícios aos professores, porém
gastou além do orçamento no primeiro mandato, prejudicando suas promessas de
campanha. O valor da dívida com os professores já chega a 116 milhões de reais.
No município de Limeira/SP,
cidade com 208 mil eleitores, o conflito interno do PSDB está sendo discutido
via Justiça. O que acontece é que a diretoria do PSDB local não quer aceitar a
filiação de 290 eleitores. Estes nomes são indicados pelo assessor
peessedebista empregado no gabinete do prefeito municipal. A questão é mais complexa do que aceitar ou
não fichas de filiação. O fato é que a atual diretoria do PSDB é oposição ao
governo municipal e busca, por meio da convenção partidária, uma candidatura
própria para 2016. Todavia, o PSDB tem cargos dentro da estrutura administra do
governo, o que inviabiliza o discurso crítico do PSDB ao governo do município.
Podemos entender que na esfera
federal o PSDB não tem disciplina partidária. Na estadual o partido não
consegue fazer gestão quando é governo e provoca uma das maiores greves da
história do Estado do Paraná. No município citado o partido silencia sobre
fichas de filiação e se contradiz no discurso. Esses fatos são evidências de que
o partido não tem projeto político para o Brasil, onde governa se instala a
desordem e internamente é autoritário e se contradiz, pois não aceita novos
filiados, mantendo o velho staff que manda no partido e critica uma
administração de que faz parte.
Israel
Gonçalves é cientista político, professor universitário e autor do livro: O
Brasil na missão de paz no Haiti. Editora: Nova Edições Acadêmicas (2014).
E-mail:
educa_isra@yahoo.com.br
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