E
de repente muita gente que não tinha tempo nem mesmo para um bom dia virtual,
descobriu de forma forçada que agora tem todo do mundo e não sabe o que fazer
com tanto tempo, pois se encontra em completo confinamento humano provocado por
essa pandemia. Quero a minha liberdade de ir e vir de volta com total segurança
como nos velhos tempos de um mês atrás...
Parece
inacreditável que em pleno século XXI foi necessário se chegar ao caos para duas
situações bem distintas. Parte da população se encontra totalmente alienada e
entregue a sorte guiada por falsos líderes políticos e religiosos e parte dela veio
a descobrir que tudo que foi feito foi muito pouco diante do que ocorre na atualidade
e o pior é não saber o que vai ocorrer amanhã. O começo, o meio e o fim
dependem da tempestade cessar, a água baixar e a solidariedade servir de
consolo para tantas perdas humanas que ainda virão.
Nem
nas cabeças mais nobres e privilegiadas de quem é da elite política, seja da
esquerda ou da direita, previa-se que um vírus pudesse parar o mundo, que
girava a 360 graus, sempre com a preocupação, do ponto de vista capitalista, de
manter a pirâmide econômica e social cada vez mais alinhada, se preservando a
distância segura entre ricos e pobres e a esquerda preocupada com a disputa de
pequenos poderes e não com um projeto que a unificasse e mostrasse uma saída
viável, principalmente no Brasil, diante desse governo fascista e neoliberal,
que se apossou do hiato deixado com a ilusão do poder.
Por
outro lado há projetos sérios em discussão, mas ficam restritos a pequenos
grupos de pessoas privilegiadas, seja nas rodas de conversas privadas, trancadas
a sete chaves ou confinadas nas redes sociais trocando mensagens. Não há
sintonia com as bases, tanto da sociedade, dos partidos e até dos mandatos. A
população fica rodopiando à sorte como se estivesse num grande carrossel. Esse
a meu ver é o maior desafio da atualidade. Convencer a população que ainda é
possível mudar. Falar a linguagem do povo e organizar a sociedade excluída para
descer ao asfalto em busca de seus direitos.
A
pergunta que não quer calar é: o que fazer diante de uma situação como essa que
ninguém se planejou? Ou ainda: o que restará para ser administrado, visto que
até as próximas eleições estão comprometidas com a atual crise?
Como
pesquisador diria que nesse momento não tem muito a ser feito de forma racional
e prática pela questão dessa pandemia, que ainda não se sabe avaliar sua
dimensão. Porém, é possível se planejar, criar uma frente de esquerda e de
pessoas sensatas que consigam dialogar internamente e com os principais setores
atingidos pela crise e se preparar para o que ainda virá.
O
momento é de mudanças profundas na forma de pensar e agir. Além de mudanças de
atitudes por parte da militância política. Os agrupamentos, partidos de
esquerda e as tendências, se fazem necessário estarem mais acessíveis, pois muitos
e muitas agem como se fossem seitas. Totalmente fechadas para o mundo além de
suas fronteiras. Será que já possuem quadros suficientes? Desaprenderam de
trabalhar formas de cooptação? Muita gente continua em off por falta de opção,
de uma conversa ou ainda de um convite.
Costumo
dizer que tem dois caminhos para quem veio ao mundo com o propósito de lutar
por uma causa. O primeiro é se alinhar a quem manda ou determina do ponto de
vista das decisões políticas ou na ausência dessa condição ou possibilidade,
lutar para que sua história de vida seja a mais convidativa possível para
outras gerações. Algo que ao mesmo tempo seduza pela ordem coletiva e trabalhe
os sonhos de quem com ela se identificar.
Que
possamos estar juntos no amanhã para darmos o próximo passo.
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública Social
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública Social
A humanidade vai se reinventando à cada dia. Sempre temos esperança num dia melhor e no progresso do nosso povo. Embora os 'ventos da mudança' soprem mais forte ou mais delicadamente. Ainda levará um bom tempo até a DITA EVOLUÇÃO!
ResponderExcluirMeu caro amigo e irmão. De fato ainda levará um em tempo, pois o embrutecimento do mundo moderno afastou essa possibilidade espontânea. Porém quem sabe o medo nos eleve a um grau maior. Grato pela leitura e pelo comentário.
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