Começo essa nova conversa no meu cantinho predileto perguntando: Qual é
o teu desejo? Ele é secreto ou pode ser compartilhado com quem Alma contigo? Até
onde os teus desejos te levam? Até que ponto os desejos interferem diretamente
numa relação se não puderem ser compartilhados?
Do outro lado do nosso mundo imaginário, uma sociedade pálida, sem cor,
sem brilho e principalmente sem amor ou em completo desamor, onde os guetos
tecnológicos substituem as brincadeiras de rodas, de pião, de bolas de gude, de
pipas no ar e a construção de pequenos sonhos que se criavam num leve pensar do
que seríamos quando crescesse.
Já dizia
Bauman: “Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar”. Quem sabe seja isso que
faz com que muitas relações se construam e se desfaçam da forma mais natural possível,
como se nunca tivessem acontecido, pois não existem mais para durar... Em
outro trecho de sua obra ele afirma que escolheu chamar de “modernidade
líquida”, a crescente convicção de que a mudança é a única coisa permanente e a
incerteza a única certeza.
Porém, do outro lado do universo há um céu azul nos convidando a pipar.
É preciso que ocupemos sem licença o mundo que ajudamos a criar, enfrentando a
discriminação e os preconceitos, cantando para alguém que nos queira ouvir,
lutando de mãos dadas pelos nossos direitos e, sobretudo lembrando que vida e
morte são irmãs gêmeas de acordo com as nossas crenças e mesmo o dinheiro ou a
aparência corporal não evita a morte, mas enquanto o coração pulsar há
esperanças de uma vida melhor e uma história única ou exclusiva a se contar.
Diante das nossas emoções, dizem as fadas e os duendes de plantão, que
podemos ser o que quisermos ser, no micro universo que idealizamos ao sonhar
com duas almas se encontrando para vadiar, seja em noites estreladas ou numa
estradinha qualquer de uma floresta encantada, que pintamos em nossas
imaginações. Chamam isso de amor. Eu prefiro me metamorfosear sempre a ser
aquela velha opinião formada sobre tudo... Por isso continuo embalando meus sonhos na estrada da vida...
Como um recado ao futuro, vou plantando as flores do amanhã, com a esperança de vê-las crescer,
florir e dar frutos, com o compromisso de regar todos os dias, adubar a terra e
cuidar para que as ervas daminhas não tome conta, com o desejo de quando o
verão chegar encontrar um quintal florido como um brinde da primavera, com
borboletas e até alguns pássaros dando vida ao jardim da alma.
Quando o sol novamente reaparecer e a lua der o ar da graça,
aproveitaremos que estão brincando no cosmo e poderemos até sair às ruas saudando a
liberdade de andarmos sem medo e agradeceremos o dia, à noite, à madrugada e
principalmente ao raiar de um novo dia, com a esperança de realizarmos todos os nossos desejos com quem nossas naturezas e os nossos corações pedirem. Quem viver verá!
O amanhã é sonho. É fantasia. É a ponte para os
nossos desejos. É a busca incontida de qualidade de vida. É um caminho a ser
trilhado por amor e por amar e também uma aposta nos encontros humanos. Por
isso requer sonhos, vontades, lealdade, transparências nas etapas, carinhos e
planos discutidos passo a passo, que contenham nossas expectativas, mesmo que
não aconteçam. O amanhã é uma mistura de brincadeira de roda em noite
enluarada, com outras formas de brincar de vida na ciranda do tempo.
O que mantém as pipas no ar? É a magia do momento. É um clima bom e um
vento favorável. É o amor pelo ato de pipar, além da disposição e vontade de
quem pipa, de querer continuar com essa gostosa brincadeira, pulando os
obstáculos, vencendo os desafios e enfrentando as adversidades que possam
ocorrer, principalmente a partir da crença de que o melhor clima e horizonte
para as pipas continuarem no ar, ainda estão por vir.
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
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