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quarta-feira, 20 de março de 2019

A crença nos leva onde a nossa mente permitir...

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Não gosto de dias e noites nublados, tampouco de escuridão. Sinto-me perdido quando isso ocorre. Uma sensação de solidão me vem à cabeça e atinge também o coração. Creio que isso ocorra porque minhas imperfeições impedem que minha luz própria dê conta sozinha de tantas jornadas de forma permanente. Ela se acende normalmente quando meu coração está em paz e se apaga a cada vez que uma tristeza faz questão de dar o ar da graça. 

Descobri na caminhada de vida que sou filho do sol, amante das estrelas e enamorado por uma lua que insiste em se esconder. Para que meu astral esteja completo, preciso de um dia de sol radiante e um céu de brigadeiro que me ofereça suas constelações e a lua resolva brilhar na imensidão.

Quando estou em introspecção e sinto que necessito de mudanças, por um instante paro tudo o que estou fazendo e me volto à crença de que não há lógica que me faça desacreditar que tudo vai dar certo e recorro ao infinito da minha existência em busca do que ainda não encontrei totalmente.

Já concentrado, sigo passos que caminham à minha frente, mesmo sem saber ainda quem me conduz e para onde me leva, mas sinto que são passos leves e suaves que me convidam à abundância plena da minha vida e sigo sem questionar. Lentamente me deixo envolver e de repente sinto que estou totalmente envolvido.

Fecho os olhos e procuro tirar tudo o que me incomoda da minha mente. Como se estivesse renascendo para uma nova vida ou retomando parte dela que ficou pelos caminhos. Deixo-me deslizar por verdes planícies, onde eu possa sentir o toque da vegetação, o cheiro das flores encontradas e sinta o frescor de uma brisa que me dá boas vindas ao mundo de todas as possibilidades. Nesse momento é como se estivesse saindo do mundo físico e me permitindo que as diversas forças do bem ajam sobre o meu ser.

Ensaio uma canção só cantarolando para que eu não perca a concentração e vou me deixando conduzir. Sinto que alguém me chama, embora não consiga decifrar ainda suas palavras e nem ver, mas resolvo continuar e crer na confiança de seus passos e dos porquês de eu ter aceitado essa viagem.

Permito-me a tudo que eu possa encontrar no caminho, mas sei que tudo que eu encontrar fará parte de uma nova história da minha vida, que está apenas começando. Logo de início encontro pássaros que parecem flutuar me seguindo para que eu não me sinta só. Um deles paira no ar bem à minha frente e eu claramente vejo uma beleza infinita de um detalhe da natureza que só enxerga quem se permite enxergar. De repente me sinto totalmente envolvido por uma força estranha que me puxa para frente, como se me dissesse que o melhor eu ainda não experimentei e está logo à frente.

Apesar da longa caminhada já não me sinto cansado e nem só. Sinto-me apto para seguir mundo afora. Lentamente vou abrindo os olhos e movido por um novo olhar, vou acreditando que tudo se transforma, que tudo nasce e morre, mas o que fica, caso seja bem vivido, é o suficiente para acreditarmos que algo maravilhoso aconteceu e está acontecendo e simplesmente sigo em frente sem olhar para trás, com a esperança de que em breve tudo será diferente e seremos personagens principais de uma nova história que nos propomos a construir. Algo como se representasse a evolução de cada um de nós.

Hoje, após um longo dia de reflexão, descobri meditando que o que eu precisava para completar o ciclo da minha existência com a abundância necessária para ser feliz, está aqui dentro de mim e que eu posso convidar alguém para caminhar comigo ao futuro da minha existência, desde que seja algo que se produza a quatro mãos, duas cabeças e dois corações.

Viver é isso. Sofrer às vezes, pelo revezes da vida, chorar quando a saudade transbordar do coração, mas se permitir sorrir sempre quando a vida abrir caminhos para dias ensolarados e noites estreladas, porque é exatamente nesses dias e nessas noites que o que acontecer conosco ficará marcado para sempre no DNA da nossa existência.

Que venha o dia de amanhã trazendo com ele o sol, estrelas e uma bela lua a iluminar o meu caminho e a minha vida até onde o futuro permitir.

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública Social

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