Uma
das formas que gosto de me referir à vida, é como um eterno carrossel. Vamos
girando às vezes meio sem destino e nem nos damos conta de que passamos pelo mesmo
ponto da vida diversas vezes durante nossa existência. Falta-nos em muitas situações habilidade
no trato com o que é essencial, em outras nos falta clareza para discernir o
que nos faz bem, mas principalmente nos falta sabedoria para decifrar os
inúmeros enigmas da vida. Quem sabe entender, por exemplo, que não há nada eterno, mas
se for algo que nos faça vibrar de emoção, teríamos que preservar e cultivar
como se a vida fosse acabar amanhã.
Há
quem diga que viemos ao mundo a passeio e de fato uma grande parte da população
vive exatamente dessa forma, como se estivesse apenas numa enorme aventura. As
pessoas de posse econômica regando a vida com muita bebida, comidas finas e diversidades
de lazer e uma grande parte da população as imitando, mesmo sem posse. Na
contramão dessa história a população pobre e carente apenas sobrevivendo com
enorme dificuldade.
Uma
visão dos que estão no topo e no meio da pirâmide econômica e social e os que
estão na linha de baixo na base da pirâmide. Enquanto uns esbanjam o que tem e outros
fazem o mesmo ser nada ter para buscarem autoafirmação, a maioria do povo
brasileiro luta a vida toda para se sustentar de pé. Como humanos deixamos
muito a desejar, pois na maioria das situações o que prevalece é o prazer
individual, quando a grande necessidade de sobrevivência digna é coletiva e aí
eu pergunto qual é a sua? O que vieste fazer nessa vida?
Para
uma parte da população gotas de orvalho nas caminhadas matutinas em momentos de
lazer e para uma grande parte trovoada e tempestades. Justamente para aquela parte
da população que ficou presa no tempo tentando se afirmar ou nada aconteceu
como o planejado. O pior é que muitas dessas pessoas se culpam pelo que chamam
de fracasso.
Porém,
de que culpa e fracasso, estamos falando? Que mundo é esse que condena uma
grande parte da população em detrimento de uma minoria abastada que esnoba
competência, mesmo sem tê-la? Quanto tempo nos resta para mudar uma realidade
que nos persegue? Em quem de fato podemos confiar se no fundo a luta pelo que
chamam de poder confunde e iguala tudo? Por onde anda nossa esperança perdida
na última tempestade, que praticamente perdemos tudo? São grandes perguntas que
requerem grandes respostas, mas algumas delas jamais as teremos.
Outro
dia me pus a observar a janela da vida e vi lentamente à vida passar. Olhei
para trás e de repente me veio um medo enorme de não dar conta da gigantesca
tarefa que me envolvi. Além disso, ouvi uma voz que me dizia: “Cuidado no
futuro você vai estar só”. Busquei forças no infinito, olhei atentamente para quem
me insultava e disse: “Não sabemos ao menos o que vai ocorrer conosco daqui há
segundos, imagine saber o que vai acontecer num futuro distante, que é a nossa
esperança de sobrevivência. Minha força vem de dentro e não a partir do que
ocorre ao lado”! Por um ato de insubordinação pessoal aos diversos padrões que
a vida estabelece e por teimosia constante, resolvi caminhar com quem comigo
vier de coração.
Serei
eu um iceberg como me disseram outro dia? Como serei lembrado quando completar
minha existência? Que projeto de vida deixarei? Tem alguém que me conhece de
fato? A única certeza que tenho na atualidade é a de que uma parte de mim é uma
busca permanente nas ilusões abstratas da vida, mas a outra parte é pura convicção
e é essa parte que produz todas as certezas que tenho e as que eu venha a ter.
Que
sempre eu permaneça alinhado junto às pessoas que sonham e lutam por uma vida digna
para a humanidade excluída do sistema e principalmente junto daquelas que jamais
esconderão um sorriso sincero de prazer quando vir os morros descendo ao
asfalto para retomarem o que lhes foram tirados à força pelas pessoas que
ocupam a parte de cima da pirâmide. Eu estarei lá!
Sou
o que a minha imaginação quiser e o que os meus sonhos alcançar. Sou luta. Sou vida.
Sou certeza, mas também interrogação. Para alguém posso ser amor e para outras
pessoas posso ser solidão. O canto que entoou hoje vem do meu ego ferido, mas
também das promessas de novos momentos que apontam para o por do sol.
Sou
a loucura que vaga nas mentes sonhadoras dos loucos e das loucas que sonham em
conquistar o Olimpo e socializá-lo com quem estiver caminhando lado a lado conosco
e de mãos dadas. Vem conosco!
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública Social
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública Social
Isso mesmo Toni, totalmente de acordo com suas colocações.
ResponderExcluirTalvez o melhor texto de Toni que tive a oportunidade de ler. Bem oportuno diante dos desafios que estamos enfrentando. Quero te dizer que: como louca darei a mão aos loucos e seremos uma multidão de força, coragem e amor!
ResponderExcluirQue texto maravilhoso! Força ,energia e esperança é tudo que cabe em me depois dessa leitura. Gratidão Tony!
ResponderExcluirDelícia de leitura
ResponderExcluirMto real..nos vemos neste texto
Sensibilidade 😀
Uauuuu Sr Cordeiro...
ResponderExcluirAmei seu posicionamento
"Minha força vem de dentro e não a partir do que ocorre ao lado"...
Admirável força que esbanjas...
Gratidão por suas palavras.