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quinta-feira, 17 de outubro de 2019

O tempo da comunicação e a falta de tempo para se comunicar...


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Quem somos? O que queremos para o amanhã? Quem estará conosco nessa viagem? Que momentos ainda serão eternos em nossa caminhada? Como fazer com que tudo tenha sentido? De onde vem a emoção e a razão que habitam em nós? O problema está nas diversas formas de comunicação ou na falta dela?

A forma como as pessoas se comunicam na atualidade ou não, acaba sendo um grande problema, tanto corporativo, como principalmente pessoal. O que fazer com tanta informação? O que se procura? O que isso afeta as diversas formas de relacionamento?

Olhando para o extenso cardápio de opções disponíveis de comunicação fico pensando como a minha geração sobreviveu sem nada disso, a começar pela TV que era para poucos, passando pelo telefone que a linha custava um absurdo, sem internet, sem celular e tantas outras ferramentas que hoje são triviais. Imagine no tempo das cavernas até o pombo correio, que evolução. Uma dúvida da atualidade é se as redes sociais são instrumentos que aproximam ou distanciam os casais? Como resolver essa equação?

Na atual vida moderna estamos cercados por todos os tipos de ondas, onde as eletromagnéticas comandam grande parte das nossas vidas, nos prendem a atenção e nos jogam a responsabilidade da escolha do universo a interagir. 

Uma longa caminhada onde a atenção maior fica para o infinito que as redes sociais oferecem. Uma extensa variedade de notícias, uma relação diária com centenas de pessoas próximas e situações bem ou mal resolvidas que podem comandar o nosso dia a dia, o nosso querer e a nossa forma de se comunicar ou não, principalmente com quem está próximo de nós. Algo que pode ser tudo ou nada. Depende da análise e do tipo de enfrentamento de cada situação.

Apesar de estarmos em plena era da comunicação e do conhecimento, a impressão que se dá é a de que a maioria das pessoas que usa as redes não se comunica, apenas transitam por elas e por todo acervo disponível, não gerando novos conhecimentos.

Quem sabe ainda estejamos enfiados numa das maiores crises de identidade que já se viveu. Algo que afeta seres humanos das diversas camadas sociais, de todos os credos, de todas as idades adultas e de todos as matrizes ideológicas e partidárias. Uma crise pelo modo de viver e em busca de portas que apontem saídas. Uma crise que se inicia pela intervenção das diversas mídias na disputa pelo público e deságua na vida pessoal de muita gente. Muitos e muitas confundindo muitas coisas e acabam em nada.

O resultado de tudo isso é uma sociedade dividida pelos seus valores, pela questão religiosa, pela questão ideológica, mas também pelas diversas formas de relacionamento e busca de prazer, que nem Freud seria capaz de explicar alguns comportamentos atuais.

Mudou-se ao longo do tempo a forma de convivência, de relacionamentos e porque não dizer as diversas formas de amar. Radicalizando diria até que o amor está em crise também, pois as pessoas não sabem mais o que buscar em nome de diversos sentimentos que não podem ser confundidos com o amor.

Além de tudo isso, as pessoas são avaliadas pelo que tem, pelo que mostram ter e pela diversão fácil em detrimento de milhares de outras pessoas que sonham apenas em viver.

A minha inquietação vem com o tempo. O tempo de escuta. O tempo da vontade que se confunde com o tempo da espera. O tempo do querer que se digladia com o tempo do poder. O tempo do plantio que aguarda ansioso pelo tempo da colheita, mas e se a chuva não chegar? Logo a chuva que tem o poder de destruir em alguns casos e salva milhares de vidas de outro

As inquietações fazem com que algo se mova dentro de mim. Razão e emoção disputam cada momento. Meu canto procura um canto para ser sempre ouvido e se alegra quando tem destino certo, porém a comunicação, essa musa do século XXI, em muitos momentos se torna uma densa barreira que divide os mundos. Em que mundo será que estamos?

Como filho do sol espero sempre a chuva chegar, mas não posso esquecer a realidade da seca. Rezo pedindo chuva, mas minhas orações nem sempre são ouvidas. Sinal que ainda preciso de muita fé ou meu merecimento anda muito curto. Hoje apostei no tempo que a chuva ia chegar e ela chegou e bem de mansinho molhou toda plantação. Quem sabe isso seja a minha nordestinidade (se não tem acabei de inventar), que está aguçada.

Hoje para comemorar tudo isso ainda tem a noite, com suas estrelas, uma lua por companhia e a vontade que a minha voz chegue sempre ao infinito do céu estrelado, que ecoe até aquela estrela e que por um minuto ela se desloque como uma estrela cadente em minha direção. Será que isso é querer demais?

Na dúvida vou esperar o sol nascer e com ele a esperança de um lindo dia e fazer tudo de novo em busca da chuva e se por ventura ela chegar novamente, vou me banhar num banho de chuva, sem pressa, em pleno quintal, só para sentir o gostinho dessa aventura do passado.

Que infinita seja a minha fé. Que paciente seja a espera do que ainda poderá vir e diante de tantas paisagens diversas e vontades infinitas, aguardo pacientemente a calmaria, depois da chuva para pintar o melhor cenário que eu puder gerar, mesmo que seja apenas para colorir o meu quarto, mas quem sabe um arco-íris não dê o ar da graça…

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social


3 comentários:

  1. Nordestinidade ou paulistanidade, pedimos a chuva que faz brotar o ramo verde. Que acalme o sol inclemente. Que nos faça respirar a liberdade.

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  2. Com o tempo, as ondas passam ... as ondas vêm ... o tempo muda, os comportamentos também. Onde está a verdade, a certeza, o jeito certo de fazer as coisas? As informações são muitas e talvez por isso se tenha gerado tanta intolerância. Nunca na historia se teve tanta informação e tão poucas orações (entenda -se orações os frutos do amor: como compaixão, misericórdia, bondade, doçura)...

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