Escrever
num blog tem algo de fascinante, principalmente pelo fato de termos a
liberdade de escolhermos o tema que quisermos e não ter que passar
por nenhum julgamento, seja literário ou político-ideológico,
restando apenas uma prestação de serviço de qualidade aos leitores
e leitoras que acompanham essa aventura literária desde 2013.
O
tema escolhido de hoje é um caminhar por essa dualidade de
sentimentos, tão distintos e tão antagônicos, que compõem as
nossas vidas. Viver entre a Emoção e a Razão é, antes de tudo,
algo que nos desafia em busca de equilíbrio.
Enxergo
a Emoção e a Razão como dois lados de uma mesma moeda, que
convivem com os seres humanos e tomam assento onde forem chamadas,
porém de comportamentos e resultados completamente diferentes uma da
outra, que faz com que identifiquemos cada ser humano, a partir do
tratamento que se dá entre uma e outra.
Enquanto
a Emoção nos joga no centro do universo de todas as emoções e a partir dele sentimos diretamente todos os efeitos do sol, da chuva,
do sereno, do frio, do calor e principalmente dos efeitos do
silêncio, além da entrega emocional ser intensa; a razão por sua
vez tangencia tudo isso a partir da sua capacidade de enxergar a
linha do horizonte, vista de cima e se antecipar a qualquer
tempestade. Enquanto a Emoção nos bambeiam, a Razão sobe no
telhado só para provar que não depende de nada para existir.
A
Razão nos ensina o desapego, que do ponto de vista emocional é tudo
que se precisa para deixar a vida nos levar, sem a preocupação do
que venha a nos seguir ou nos habitar. Por outro lado a Emoção nos
empurra ladeira abaixo e em muitas situações precisamos de uma mão
invisível que não nos deixe cair. A Razão é fogo que queima quem
se aproxima e a Emoção é chuva e tempestade, que requer um lugar
seguro para não sermos arrastados e arrastadas pela correnteza.
Há
quem diga que a Razão mora no alto de uma colina só para ter o
controle da natureza, evitando atropelos e descendo do morro, apenas
quando lhe dá na telha. Por outro lado, dizem que a Emoção mora
numa casinha colorida, onde a felicidade habita, porém, sempre
preocupada com a enxurrada em tempos de tempestade, que ponha abaixo
a construção que levou anos para ficar pronta.
Como
avaliar o que nos faz mais bem? Como enxergar se há tempos distintos
para que uma ou outra conviva com nosso bem-estar? Como saber a
melhor hora para usarmos a Emoção e qual a hora de chamar a Razão?
Prefiro
fazer isso cantando para uma sereia que me desafia, antes de eu ser
induzido por ela a entrar na água, sem saber nadar e sucumbir como
nas lendas que crescemos ouvindo. Meu canto surge como uma defesa nos
momentos mais inusitados e ancora naquela canto onde tudo começou.
De
onde vem a minha segurança? Vem dos tempos vividos, das emoções
que sempre transbordaram em minha vida e da vontade de voltar naquela
noite estrelada que ficou na história, vencendo todos os medos e me
apegando apenas na possibilidade de andar em plena escuridão de mãos
dadas com uma fada madrinha que saiu das histórias em quadrinho e me
fez companhia. Parece loucura não é? Aprendi nas curvas da vida que
todo mundo que é sadio ou sadia necessita de uma alta dose de
loucura para deixar que a Emoção venha por onde a Razão nem
desconfia.
É
muito bom ter várias histórias para contar, pois isso alimenta
nosso ego e descreve, passo a passo várias etapas das nossas vidas,
mas muito melhor é estar de corpo e alma dentro de uma lenda e
escrever todos os dias um novo capítulo do que ainda nem
desconfiamos como será o desfecho. Ao permitir que a vida siga
conosco no comando, vamos assistindo um grande duelo diário entre
nossas emoções e a nossa razão, onde no final sobreviverá quem
nos der o maior tempo de prazer que possamos ter.
Do
ponto de vista particular, sou muito mais emoção que razão e isso
me faz um ser dramático em tantas horas, e outro extremamente
apaixonado pelo ato de viver.
Ser
Emoção é viver se equilibrando entre o topo e a base, entre o riso
frouxo e o choro contigo, mas de uma emoção sem igual quando a
chuva passa e aparece no alto um arco-íris a ser contemplado. Só aí
que podemos avaliar que a emoção entra pelo coração e invade alma
a dentro, fazendo com que tudo valha a pena. Só assim descobrimos
que quem vive de amor se banha naquela fonte ocupada por uma lenda
que diz que amor foi dormir muito pobre e a noite sonhou que tinha
ficado rico. Ao acordar deu de cara com um vasto jardim e pessoas
apaixonadas colhendo flores para seus amores.
Bem-vinda
a dose de Razão necessária para que a Emoção não tome conta do
meu ser.
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico
e Pesquisador em Gestão Social
Bem interessante esse duelo rsrsrsrs
ResponderExcluirAs emoções precisam ser sentidas, e a razão entra como ponto de equilíbrio para nos dar um Norte, para que possamos evitar a embriaguez emotiva de nosso coração....
Quem for Mestre, viva o paralelo...
PARABÉNS AO ESCRITOR 👏👏