A
felicidade existe? Ou é apenas uma ilusão passageira? O que é a
felicidade então? Porque algumas pessoas têm tanta dificuldade de
se declararem felizes? Serão traumas passados?
Como
a pretensão deste texto não é discutir do ponto de vista
filosófico o conceito de felicidade, pois se assim fosse teríamos
que recorrer a vários filósofos, tais como: Tales de Mileto, de
onde vem a primeira citação, Demócrito de Abdera, Sócrates,
Antístenes, Platão, Aristóteles, entre outros e sim transitar em
seu universo a partir de algumas reações e percepções humanas,
trago apenas algumas divagações sobre a tal felicidade e o ato de
se considerar feliz.
Começo
afirmando que essa é uma daquelas temáticas que ao não se pensar
no assunto nada é nem nunca será, mas ao se concentrar em sua
dimensão é capaz de gerar conteúdo para um romance literário,
tamanha é a complexidade do que seja ser ou estar feliz. O próprio
ato de negar a felicidade em situações pontuais, é uma forma de
não se comprometer com ela ou com alguém que imagina ser o objeto
da possível felicidade em questão. Algo silenciosamente
penalizante.
Há
quem diga que a felicidade seja um pulsar desordenado no peito,
daqueles com gostinho de quero mais, ou ainda uma sensação de
alegria num momento de reflexão, que as vezes não de sabe explicar
de onde veio, por quanto tempo fará companhia e em que momento nos
deixará sem aviso prévio. O mais incrível é que para quem eu
pergunto, sempre me diz que a felicidade tem nome, cor, cheiro e até
gosto. Algo que sempre brinco dizendo que se for tudo isso eu também
quero e sempre.
Da
minha parte fica o convite: “Felicidade esteja à vontade para me
fazer companhia pelo tempo que quiser. Seja bem-vinda e pode entrar
que a casa é sua”. Ando mesmo precisando de pequenas doses de
felicidade, acompanhada por uma doce ilusão de que veio para ficar.
Por enquanto vou degustando cada momento bom que a vida me conceder e
acreditando que o melhor ainda está por vir. Não por acaso também
chamarei esses momentos, assim que forem acontecendo, de felicidade.
Quem
sabe a felicidade seja um processo de catarse para purificar alguns
momentos ruins que a vida sempre nos põe à nossa frente e se não
nos atermos e nos prevenir sucumbimos com eles. As vezes penso que a
felicidade necessita ser provocada para que aconteça. Algo leve e
suave como sentir a doce sensação que nos dá ao ganhar um presente
desejado sem esperar. Ou alguém por descuido da vida ou por acaso,
nos fizer uma surpresa daquelas que jamais imaginávamos.
Que
tal imaginar a felicidade como um passeio pelo passado, que se
mistura à vida presente propondo novos ares para um amanhã ainda
melhor, mesmo que para algumas pessoas, por baixo dos tapetes da vida
ainda exista muito pó acumulado de fragmentos e situações mal
resolvidas e se de fato for isso, seria de bom grado ler Catherine
Ponder em “As leis dinâmicas da prosperidade”, principalmente
buscando a Lei do Vácuo, onde ela afirma que ou fechamos as diversas
portas abertas ou semiabertas das nossas vidas, ou não conseguimos
sequer pensar em felicidade.
Uma
coisa é certa. Faz-se necessário uma alta dose de convicção para
querer ser ou estar feliz numa nova morada e vontade para caiá-la
com as cores da felicidade, tendo à frente na caminhada matinal, a
um toque no olhar, as diversas moradas do passado, com cores
diversas, com jardins floridos convidando a entrar e as lembranças
que cada uma delas vai proporcionando. Algo que nos leva a pensar,
que não conseguimos estar em dois lugares ao mesmo tempo. Apenas em
um deles.
Do
ponto de vista pessoal, parto do princípio de que não sei fingir e
portanto não consigo negar sentimentos, seja de felicidade ou de
tristeza, mesmo que sejam em ações e reações momentâneas a
determinadas situações, porque entendo que ao negar eu negaria
também minha própria essência. Seja o que for, ajo e reajo de
acordo com o momento ou então simplesmente me ponho em estado de
observação permanente e recorro a um silêncio necessário que me
faz refletir.
Faço
sempre uma analogia como as inúmeras viagens que tive o prazer de
fazer nos últimos anos. Nelas
tento registrar quase tudo. Curto o que o tempo me permite curtir e
vou tecendo aos poucos um cenário, há várias mãos, que deixarei
para a história. Uma coisa é certa. Depois dessas viagens nunca
mesmo serei o mesmo. Sou alguém totalmente analfabeto em termos do
exterior, que até gera algumas gozações, mas tenho o prazer de dizer que conheço o Brasil e que fiz
amigos e amigas por toda parte. Esse é o meu presente particular.
Em
regras gerais defino a felicidade como um estado de espírito,
temporário ou permanente pelo tempo que estiver presente. Algo
inquieto que nos invade o peito quando chega não por acaso e nos
deixa com um enorme vazio quando se vai. Bom mesmo é se declarar
feliz, pois essa sensação transborda pelo nosso rosto, respinga no
olhar e acaba colorindo a nossa caminhada.
Por
fim, creio que a felicidade seja fechar os olhos e deixar fluir os
pensamentos numa mente sem pesar e sem remorsos. Um crepúsculo que
nos permite sonhar de forma descompromissada anunciando que estar
feliz é por si só um ato de amor. Imagine ser feliz. Mesmo que essa sensação dure
apenas alguns segundos, mesmo assim, se for algo que venha do
coração, trará consigo as mais belas energias ou fantasias que a
nossa mente pode alcançar. A isso chamo de felicidade!
Que
bom seria se pudéssemos encomendar uma dúzia de "felicidade". Quem
sabe para comemorarmos o tudo ou o nada, pois quando se está feliz, sendo ou estando, que diferença isso faz?
Que
a felicidade contamine todos e todas que passarem por aqui.
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico
e Pesquisador em Gestão Pública e Social
Caro Toni,
ResponderExcluirSeu texto me fez refletir sobre esta sensação de felicidade, que bom seria se realmente pudéssemos encomenda-la na quantidade ideal para cada momento, e melhor ainda seria se conseguíssemos contagiar as pessoas no entorno.
A tão desejada felicidade, gostaria que todxs pudessem senti-la com muita intensidade.
Sejamos felizes felizes fel7zes...
Abraço
Nivea
Olá Nívea
ResponderExcluirDe fato, ah se pudéssemos encomendar a quantidade que quiséssemos e em que momento quiséssemos, mas a vida não é assim. Porém, otimista que sou, sempre acho que o melhor ainda está por vir. Obrigado pela leitura e pelo comentário.
Abraço Fraterno
Se eu fosse acreditar no que dizia D. Iria, minha mãe: "o amor ou a felicidade são uma flor roxa, que nasce no coração do trouxa!", seria tudo diferente. Mas depois de pensar em tudo que vivi - agora parafraseando o rei - "se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi. Pra mim a felicidade é ter conquistado o que conquistei, e, por ainda poder viver, lutar e sonhar! Parabéns, meu irmão Toni Cordeiro!
ResponderExcluirObrigado Grande Mano
ResponderExcluirVocê sempre vai fundo na questão.
Abraço
Eu estava pensando em como e gostoso mudar de casa! É sim. E sabe por que? Porque apostamos que agora vai ser diferente! Mas felicidade vai se embora...e sabe porque? Porque ela, q felicidade mora dentro de nós!!!! Parabéns! Daqui a pouco tudo passa e a casa se renova!!!
ResponderExcluirPois bem, acredito que a felicidade é um estado de espírito. Se temos saúde (entenda por saúde os aspectos físicos, emocionais, espirituais e mentais), então o resto a gente corre atrás. O importante é saber dirimir as situações difíceis... ser resiliente. Reinventar-se!
ResponderExcluirFelicidade é algo etéreo, como uma fada que nos escapa das mãos sem poder ser aprisionada. Usando outra música: felicidade não existe, o que existe na vida são momento felizes
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