Mensagem

Faça seu comentário no link abaixo da matéria publicada.

domingo, 24 de maio de 2020

O que pode ser diferente nessas eleições?

Vote em mim que sou diferente. Eu prometo! Esse é o grito silencioso disfarçado nas inúmeras promessas de campanha, para uma população viciada em barganhas eleitorais, onde o voto vira moeda de troca até para pequenos favores futuros e negociatas de toda ordem..

O que leva uma pessoa a se candidatar? O que busca além do ego? O que ou a quem seu mandato estará ligado? Estamos preparados(as) para votar?

As respostas a essas e outras perguntas nos daria um roteiro para se saber de que lado a pessoa candidata está, se ao lado do povo na luta ou mesmo no acompanhamento por seus direitos suprimidos e o resgate da cidadania ou se vai usar o povo para se beneficiar pessoalmente ou a seu grupo ou ainda resolver a sua vida pessoal. Uma coisa é certa. Ninguém se candidata pensando em não ganhar ou que a campanha seja um fracasso, independente de ser vitoriosa ou não. Quem se candidata acha que pode fazer a diferença.

A cultura política nos mostra que as campanhas eleitorais sempre foram pautadas por interesses de toda ordem dentro do espectro ideológico que abrange da extrema direita que vemos em ação no momento à extrema esquerda que tenta sobreviver em carreira solo imbricada em si mesma. Além disso, o eleitorado vota na pessoa e não no projeto, numa ação de puro personalismo, que instiga a vaidade e foge ao compromisso de um projeto.

Os guetos sozinhos não conseguem gerar representantes exclusivos, pois apesar dos recortes necessários para cada luta, a linguagem a ser estabelecida necessita representar a cidade dentro do limite ideológico que cada candidatura representa. Assim, é necessária uma linguagem estudada em detalhes para que se fale a língua do povo em seus diversos segmentos, sem perder a ternura e seu perder a identidade do núcleo de defesa.

O que pode ter de novo num processo eleitoral tão complexo como o que vivemos na atualidade, que mantenha a responsabilidade com a democracia? Faz-se necessário se dizer que defendemos a democracia direta e participativa, que é bem diferente da democracia representativa que anda muito mal das pernas pelas escolhas que o povo tem feito.

Quem sabe apostar nos candidatos e candidatas que apresentarem um projeto a várias mãos, como os mandatos coletivos, que é uma modalidade nova na cultura brasileira, onde um grupo de pessoas é eleito a partir de uma que encabeça, mas o grupo tem vez e voz ou mesmo no limite, os mandatos participativos que se pautarem por um conselho de mandato criado por segmento e regionalizado e com a coragem de discutir se esse conselho será consultivo e deliberativo ou apenas consultivo, que em regras gerais representa apenas um espaço de informação e de boas conversas, mas pouco serve.

A grande tarefa de quem aposta numa sociedade justa, fraterna e igualitária para todos e todas é esclarecer que além do candidato ou candidata existe sempre um projeto escrito ou não. É preciso saber que projeto é esse e a que setor da sociedade essa candidatura está ligada, que em regras gerais, numa sociedade de maioria negra, ou defende a Casa Grande ou a Senzala. Ou defende a classe trabalhadora ou o sistema. Não existe meio termo.

A eleição desse ano é tão complexa que estamos aprendendo a nos reunir e dialogar à distância e mesmo a eleição devendo acontecer em dezembro, é importante que saibamos que iremos a campo ainda com resquícios da pandemia, num cenário animador, o que muda toda trajetória. Teremos assim uma eleição restrita ao medo de tudo e de todos.

Que saibamos usar os espaços com uma comunicação que seja capaz de mostrar o que somos, o que defendemos, quem representamos, porém sem agressão que atice o ódio que é tudo que a direita e a extrema direita sonham. Que nos percamos dentro das nossas próprias contradições. Vamos à luta!

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social

3 comentários:

  1. Importante, para nós situarmos , temos que achar uma linguagem onde consigamos manter um diálogo, com quem vem comprando o diálogo de direita, mas sente que não está chegando a lugar algum..

    ResponderExcluir
  2. Eu conheço bem estes parâmetros ideológicos e progressistas, mas antes de qualquer consideração, a esquerda precisa fazer o dever de casa. Uma tarefa sem glória ou sem ganho político imediato, Um investimento na consciência nacional. Tivemos 14 anos pra redefinir os parâmetros e nada fizeram para a mudança de paradigmas! A esquerda tem de se reinventar!

    ResponderExcluir
  3. Penso, com muita tristeza que, o cenário assustador da pandemia com os seus mais contraditórios e até mesmo insensatos modos de como viver esta situação me indicam que teremos um processo eleitoral dos mais deseducadores e viciados já vividos.
    Estamos atravessando uma tempestade socio-economico-cultural avassaladora e com pouquíssimos espaços honrosos para nos abrigar. A esquerda, os movimentos sociais e libertários, as organizações tradicionais dos trabalhadores etc, estão profundamente fragilizados e bombardeados pela artilharia neoliberal.
    Temos que entrar nesse processo eleitoral que se avizinha para reafirmarmos os princípios e valores do socialismo, do solidarismo, do humanismo e por aí vai. Por outro lado, neste mesmo processo eleitoral tempestuoso será uma oportunidade apropriada para denuncia do desgoverno Bolsonaro e suas ramificações em forma de movimento (bolsonarismo) ramificado pelos demais entes da Federação.
    Um dos verbos muito utilizado neste período apontando para o pós pandemia é o verbo "reinventar". Tudo deverá ser reinventado. Nada será como antes. Portanto, temos tb que reinventar o modo de fazer campanha, o método de conquistar o voto, o modo de fazer política.
    Só não podemos mudar o nosso sonho, a nossa utopia.
    Vamos com tudo!

    ResponderExcluir

Faça seu comentário sobre o Post