Vote em mim que sou diferente. Eu prometo! Esse é o grito silencioso disfarçado nas inúmeras promessas de
campanha, para uma população viciada em barganhas eleitorais, onde o voto vira
moeda de troca até para pequenos favores futuros e negociatas de toda ordem..
O que leva uma pessoa a se candidatar? O
que busca além do ego? O que ou a quem seu mandato estará ligado? Estamos
preparados(as) para votar?
As respostas a essas e outras perguntas nos
daria um roteiro para se saber de que lado a pessoa candidata está, se ao lado
do povo na luta ou mesmo no acompanhamento por seus direitos suprimidos e o
resgate da cidadania ou se vai usar o povo para se beneficiar pessoalmente ou a
seu grupo ou ainda resolver a sua vida pessoal. Uma coisa é certa. Ninguém se
candidata pensando em não ganhar ou que a campanha seja um fracasso, independente
de ser vitoriosa ou não. Quem se candidata acha que pode fazer a diferença.
A cultura política nos mostra que as
campanhas eleitorais sempre foram pautadas por interesses de toda ordem dentro
do espectro ideológico que abrange da extrema direita que vemos em ação no
momento à extrema esquerda que tenta sobreviver em carreira solo imbricada em
si mesma. Além disso, o eleitorado vota na pessoa e não no projeto, numa ação
de puro personalismo, que instiga a vaidade e foge ao compromisso de um
projeto.
Os guetos sozinhos não conseguem gerar representantes
exclusivos, pois apesar dos recortes necessários para cada luta, a linguagem a
ser estabelecida necessita representar a cidade dentro do limite ideológico que
cada candidatura representa. Assim, é necessária uma linguagem estudada em
detalhes para que se fale a língua do povo em seus diversos segmentos, sem
perder a ternura e seu perder a identidade do núcleo de defesa.
O que pode ter de novo num processo
eleitoral tão complexo como o que vivemos na atualidade, que mantenha a
responsabilidade com a democracia? Faz-se necessário se dizer que defendemos a
democracia direta e participativa, que é bem diferente da democracia
representativa que anda muito mal das pernas pelas escolhas que o povo tem
feito.
Quem sabe apostar nos candidatos e
candidatas que apresentarem um projeto a várias mãos, como os mandatos
coletivos, que é uma modalidade nova na cultura brasileira, onde um grupo de
pessoas é eleito a partir de uma que encabeça, mas o grupo tem vez e voz ou
mesmo no limite, os mandatos participativos que se pautarem por um conselho de
mandato criado por segmento e regionalizado e com a coragem de discutir se esse
conselho será consultivo e deliberativo ou apenas consultivo, que em regras
gerais representa apenas um espaço de informação e de boas conversas, mas pouco
serve.
A grande tarefa de quem aposta numa
sociedade justa, fraterna e igualitária para todos e todas é esclarecer que
além do candidato ou candidata existe sempre um projeto escrito ou não. É preciso
saber que projeto é esse e a que setor da sociedade essa candidatura está ligada,
que em regras gerais, numa sociedade de maioria negra, ou defende a Casa Grande
ou a Senzala. Ou defende a classe trabalhadora ou o sistema. Não existe meio
termo.
A eleição desse ano é tão complexa que
estamos aprendendo a nos reunir e dialogar à distância e mesmo a eleição
devendo acontecer em dezembro, é importante que saibamos que iremos a campo
ainda com resquícios da pandemia, num cenário animador, o que muda toda trajetória.
Teremos assim uma eleição restrita ao medo de tudo e de todos.
Que saibamos usar os espaços com uma
comunicação que seja capaz de mostrar o que somos, o que defendemos, quem
representamos, porém sem agressão que atice o ódio que é tudo que a direita e a
extrema direita sonham. Que nos percamos dentro das nossas próprias
contradições. Vamos à luta!
Antonio Lopes Cordeiro
(Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Importante, para nós situarmos , temos que achar uma linguagem onde consigamos manter um diálogo, com quem vem comprando o diálogo de direita, mas sente que não está chegando a lugar algum..
ResponderExcluirEu conheço bem estes parâmetros ideológicos e progressistas, mas antes de qualquer consideração, a esquerda precisa fazer o dever de casa. Uma tarefa sem glória ou sem ganho político imediato, Um investimento na consciência nacional. Tivemos 14 anos pra redefinir os parâmetros e nada fizeram para a mudança de paradigmas! A esquerda tem de se reinventar!
ResponderExcluirPenso, com muita tristeza que, o cenário assustador da pandemia com os seus mais contraditórios e até mesmo insensatos modos de como viver esta situação me indicam que teremos um processo eleitoral dos mais deseducadores e viciados já vividos.
ResponderExcluirEstamos atravessando uma tempestade socio-economico-cultural avassaladora e com pouquíssimos espaços honrosos para nos abrigar. A esquerda, os movimentos sociais e libertários, as organizações tradicionais dos trabalhadores etc, estão profundamente fragilizados e bombardeados pela artilharia neoliberal.
Temos que entrar nesse processo eleitoral que se avizinha para reafirmarmos os princípios e valores do socialismo, do solidarismo, do humanismo e por aí vai. Por outro lado, neste mesmo processo eleitoral tempestuoso será uma oportunidade apropriada para denuncia do desgoverno Bolsonaro e suas ramificações em forma de movimento (bolsonarismo) ramificado pelos demais entes da Federação.
Um dos verbos muito utilizado neste período apontando para o pós pandemia é o verbo "reinventar". Tudo deverá ser reinventado. Nada será como antes. Portanto, temos tb que reinventar o modo de fazer campanha, o método de conquistar o voto, o modo de fazer política.
Só não podemos mudar o nosso sonho, a nossa utopia.
Vamos com tudo!