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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Alguém sabe me falar se tem algum projeto em andamento, além de 2022?

 

Imagem Disponível em: https://blogs.correiobraziliense.com.br/denise/sinais-para-2022/

É exagero afirmar que na classe política, o único projeto que tem em pauta na atualidade são as eleições de 2022? Estão todos e todas movendo suas peças no tabuleiro da sociedade e já com alguns nomes em destaque em campanha. A corrida já começou.

Em regras gerais não há nada de mal nisso, para um país que tem eleições a cada dois anos, além de muita luta no passado pelo direito de votar. O problema é que as eleições se tornaram uma indústria que move o mundo do capital e acaba não cumprindo seu papel político, com raras e boas exceções. A desinformação e o desinteresse da população são cada vez maiores. A maioria vota em seus opositores e ainda saem às ruas para defendê-los sem saber quem são. É como a barata votando no chinelo ou inseticida.

Há uma intencionalidade de desconstrução de tudo que foi conquistado e produzido visando direitos. A ordem do sistema econômico é cuidar do empresariado e detonar a esquerda, porque senão não haverá trabalho. Não importa em que condições.  Como resultado, vemos a trágica situação do país. Desemprego, subemprego, precarização da saúde e da educação e as ruas cheias de pessoas que não tem mais como atuar em sociedade, entregues à sorte e ao destino. Além de um grupo de empresas deixando o pais.

A fome e a miséria também voltaram. O país de Bolsonaro se transformou num puxadinho do capital internacional e de braços dados com a milícia. A pandemia toma conta do país e o genocida brincando de ser eterno. O inacreditável é saber que a popularidade dele está mantida e o dinheiro público comprando os votos que ele precisa para se manter, como foi o caso das eleições da Câmara e do Senado, infelizmente com a contribuição de parte da esquerda brasileira. Algo que dá um calafrio só de pensar...

É bom que se diga que há uma confusão intencional de várias vertentes, no sentido de se descaracterizar os campos ideológicos, confundindo a cabeça do povo. Como entender o que é na atualidade ser de direita, centro, extrema direita ou esquerda? Ao olhar o mapa de composição política nos municípios para o cargo de prefeito ou prefeita, a única coisa que me vem à mente é de um personagem do Viva o Gordo, que ficava um tempo no espaço e quando voltava não acreditava no que escutava sobre o país e dizia: “Me tira o tubo”.

Tem um fato que é determinante para tudo isso. Uma eleição a cada dois anos impõe que a agenda principal esteja focada em como participar e organizar o processo eleitoral. É um mundo de negócios e das negociatas. Uma mistura que confunde a cabeça do povo. Como a pauta já é 2022 mina as pequenas chances de organização da população, em busca de seus direitos. Fica tudo em nome da democracia. Porém de que democracia mesmo estamos falando?

O que fazer diante desse cenário? Nossos representantes têm, apenas eleitores ou também base eleitoral? É possível construir um projeto antes de um nome a representar? Como cobrar de forma qualificada em quem votamos?

Na política não tem mágica. Quem defende o capital nunca vai defender a classe trabalhadora. Quem vive com seus ranços de homofobia, racismo, machismos e outros, nunca vai entender as lutas especificas e os enfrentamentos políticos.

Um projeto popular de formação e organização, envolvendo os principais setores que sofrem com o processo de exclusão e discriminação, poderia ser um começo e ai sim escolher pessoas do projeto ou intimamente ligadas a ele para representar os anseios e expectativas de setores que normalmente são usados como “garrafinhas” em troca de uma parcela de poder ou um cargo político.

Bem vindo e bem vinda ao mundo onde uma reflexão vale um conto...

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social


2 comentários:

  1. A luta agora é da vacina para todos e do fora Bolsonaro e Mourão. Sobre 2022, com esse governo corremos o risco de um terceiro golpe. Não estamos vivendo numa democracia, não tenhamos ilusões.

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  2. Bem isso Lurdinha. Essa é a pauta do momento, porém temos que preparar o terreno para uma mudança de cenário. Temos um ano e meio para isso. Formação e Organização como um início de conversa. Grato pela leitura e comentário. Grande abraço.

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