Está
no imaginário popular que o ano só começa depois do carnaval e se não tem carnaval
como fica?
Num
ano normal o país já estaria em festa há algum tempo e ontem teria sido o
primeiro dia oficial dos desfiles e do carnaval de rua. Ensaios nas quadras das
escolas regadas por muita cerveja teriam embalado as madrugadas, ensaios dos
blocos, encontros sendo marcados para os dias de festejos e o país caminharia
para mais uma grande festa, nem tão popular assim, com uma grande parcela da
população, se esquecendo por alguns dias das mazelas que vivemos e outra grande
parte dizendo que é coisa do “capeta” e a vida seguiria.
Para
milhares de foliões e foliãs, que se preparam durante um ano para seus desfiles
de escolas e blocos, ou mesmo para pularem, ficará um grande vazio, pois será o
primeiro ano em 89 anos sem carnaval. Uma festa existente para as que as pessoas
extravasem suas neuras, além do ano poder de fato começar, embora o sistema
econômico tenha se apropriado da festa para tudo girar economicamente em torno dos
quatro dias de folia e quem não tem dinheiro não desfila nas escolas e nos
blocos principais, como bem fala a música “Visual”. Para quem é da folia,
realmente deve ser um ano sem graça.
De
certa forma eu entendo perfeitamente, pois senti o gostinho de como é
participar de um desfile e viver o clima do momento, mas quando me lembro de
que na terça de carnaval do ano passado eu estava enterrando meu pai, que
morreu com todas as características do vírus e que estamos chegando a 250 mil
mortes oficiais por COVID, sem contar quem não entrou na conta, a verdadeira
festa de carnaval é festejarmos o fato de estarmos e continuarmos vivos
celebrando o ato de viver. Por certo no ano que vem será outro momento e quem
sabe com a população toda vacinada com suas duas doses.
Não
é politicamente correto e um atentado à saúde púbica, uma pessoa com COVID não
respeitar o tempo de quarentena e transitar como se nada tivesse acontecendo.
Levaria o vírus para muita gente. Assim evitar as festas é o melhor que se faz,
pois o que não falta são pessoas infectadas por ai...
Há
quase um ano estamos vivendo momentos de inquietações, seja pela pandemia que
quando não mata deixa sérias sequelas ou pelas armadilhas preparadas pelo
genocida de plantão, que provocam males irreparáveis. Eu diria que o país está
muito mais pobre triste e do que estava no ano passado.
O
carnaval seria uma forma inclusive de protestos nos desfiles que já se
anunciava, mas por conta do abandono do país chegamos a essa situação
impensável. O desgoverno e também a contribuição por uma parte da população, que
desdenha da situação e continua a se expor, nos levou a esse caos.
Muitos
beatos e beatas dizem que o carnaval é uma festa pagã e, portanto repleta de
pecados. Creio que o verdadeiro pecado habita onde se escondem os preconceitos,
as discriminações, os racismos, a ostentação e outras performances de pessoas
que vieram ao mundo para servir ao deus dinheiro. Tudo que é em excesso faz mal
e o mundo que sonhamos vai ficando cada vez mais estreito.
Quem
veio ao mundo para servir e que tem uma causa para defender, sente no ar que
estamos num momento de plena carência humana, a partir de vários fatores.
Assim, uma saudação de bom dia, um ouvir, um se por à disposição e
principalmente um momento feliz junto, pode fazer toda diferença.
Quando
se tem controle emocional e respeito pela vida humana e por quem caminha
conosco, tudo vale a pena por a alma não ser pequena. Obrigado Fernando Pessoa!
Antonio
Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social
Tudo vale a pena quando deixamos de lado as pequenezas e mesquinharias. E o carnaval é, apesar dos detratores, uma festa cristã.
ResponderExcluirGrato minha amiga. Pois é. Deixar as pequenezas e mesquinharias é a grande tarefa.
ResponderExcluirAbraço
Isso! Tudo vale a pena, com consciência 🦋🌱
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