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quarta-feira, 28 de julho de 2021

Em tempos de desapego amar é revolucionário...

 


Imagem Disponivel em:
https://blog.cancaonova.com/metanoia/modernidade-liquida-entenda-o-conceito-e-aprofunde-se-no-assunto/

Ontem fui dormir cedo se comparado com as noites acordado até alta madrugada procurando o sono, mas em tempo para sonhar e deixar a minha imaginação criar o cenário e fazer o que não consigo dar conta acordado.Uma viagem pela fantasia em terras do Bem Virá.

Era uma manhãzinha de sol num vale florido em meio a duas montanhas. Uma delas representava a fala e os gestos e a outra o silêncio. Enquanto a fala tentava ser ouvida e entenida de todas as formas, o silêncio apenas escutava e ignorava, fazendo de conta que não era com ele. Mostrando que sabia dizer tudo o que queria sem nenhuma palavra ou um gesto. Bastava saber traduzir. 

Um cenário épico em meio há dias nublados e frios, onde o que mais gostaríamos era comermos pipocas quentinhas assistindo um bom filme, bem acompanhad@s.

O inusitado no sonho era um grande acontecimento que estava para ocorrer. Um duelo entre o Amor e o Desapego, simbolizando uma luta universal existente na natureza humana. Quando os seres humanos, por alguma razão, deixam de acreditar no amor, recorrem ao desapego e para a alternância de casos.

Para o duelo, o Desapego viria acompanhado da Mente, que vagava em suas lembranças passadas e o Amor trazia o Coração como aliado, que pulsava cada vez mais forte quando era correspondido. O vale estava agitado. A batalha prometia.

Dias e luas se passaram e o duelo foi marcado para quando o verão chegasse. Seria numa tarde de sol em plena luz do conhecimento. Como preparação, o Amor queria a selva para curtir, acompanhado por duendes e querubins, enquanto compunha uma ode em versos de amor e o Desapego um frevo ou um batuque nas planícies em orvalho, acompanhado por toda trupe que surfa de onda em onda, sem compromissos de amar.

Para aplacar a expectativa e ver se entrava na estória, o Tempo criou uma casinha branca no alto da colina, de frente para o por do sol e com um jardim florido, onde poderiam passar o verão em dias de sol e noites estreladas. Porém com um aviso: “Nada de se estranharem". Isso estava longe de acontecer, pois a única coisa que estava em disputa era se o amor ainda existia ou se o desapego o substituíra. 

Mente e Coração resolveram intervir, pois quando estão em sintonia um vai guiando o outro para as ações futuras. Decidiram que o duelo seria uma batalha poética, com o Tempo - Senhor da Razão, para mediar o evento. Quem tivesse mais capacidade de envolvimento seria o grande vencedor.

De repente eu me virei na cama e acordei antes do duelo acontecer. Querendo mais. Querendo saber quem iria vencer. Buscando respostas nas curvas dos rios, cheguei à conclusão de que a vida na "modernidade líquida" é isso ou um tanto disso.

Já dizia Bauman: “Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar”. Quem sabe seja isso que faz com que as relações se construam e se desfaçam da forma mais natural possivel, pois não existem mais para durar... 
Em outro trecho de sua obra ele afirma que escolheu chamar de “modernidade líquida”, a crescente convicção de que a mudança é a única coisa permanente e a incerteza a única certeza.

Esse sonho atípico me levou a uma profunda reflexão sobre o Amor. Numa "sociedade líquida" que habitamos, quem sabe tenhamos que recorrer ao Vinicius em seu Soneto da Fidelidade, para entendermos que tempo é esse que vivemos, quando afirma: 
“E assim quando mais tarde me procure quem sabe a morte, angústia de quem vive, quem sabe a solidão, fim de quem ama, eu possa lhe dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure”.

Diante dessa complexa forma de viver e de compartilhar sentimentos ou momentos, suspeito, que quando o amor é verdadeiro não há espaço para duelo, porque o amor é vital. Porém, se por acaso ou destino o duelo for necessário, a vitória do amor será cantada em prosas e versos por luas e luas a fio.

De fato! Amar em tempos de desapego é antes de tudo, um ato revolucionário. Quem amar verá!

Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Social


                                                                              


6 comentários:

  1. Nestes tempos neblusos o amar é uma revolução.

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    1. É isso! Revolucionar-se tendo o amor como elemento principal.
      O ato de amar é um exercício para o coração.
      Obrigado pela leitura e comentário,

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  2. Precisamos falar de amor; De toda forma de amor: amor líquido, amor sólido, desde que não seja possessivo e tóxico;
    Temos muita gente pregando o ódio e o caos. O contraponto do amor se faz vital para nossa sobrevivência;
    Grande post, companheiro Toni
    Abraços

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  3. Olá minha amiga poetisa.
    Teus textos dão valor ao meu blog. Grato
    De fato! Em tempos de ódio falar de amor é uma necessidade.
    O amor só fica fora de moda quem se embebeceu dele e saturou.
    Eu quero fazer do amor a minha morada.
    Grato pela leitura e comentário

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  4. Sem compromisso de amar, essa foi uma excelente ideia.😉👍🏽👍🏽

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  5. Olá meu irmão
    Pois é. Assim é a vida na sociedade líquida...
    Enquanto isso viajamos no mundo da fantasia em busca do que ainda nos move.
    Obrigado pela leitura e comentário

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