Toninha Carrara (PO)
Quando acontece um acidente
O patrão, incoerente
Tem coragem de afirmar,
que a culpa é do trabalhador
Ora, culpa de quê, meu senhor?
Culpado pela sua própria dor,
Culpado por descuidar do amor
Culpado por ficar doente, de tanto trabalhar...
Culpado pelo acidente... por se machucar
No acidente de trabalho, o operário se martiriza,
a saúde se fragiliza, a vida se esvai.
Na insegurança, se queima, se corta, se envenena e cai
Não saiu de casa pra isto.
Saiu para ganhar a vida e não para tê-la roubada
O sistema de ganância do patrão,
que não investe em segurança e proteção
Quer provar que ele teve ação descuidada
E que é culpado pela própria vida tirada.
Mentira, calúnia, infâmia. Passa fora, patrão desavisado
Não vês que ninguém se machuca ou morre de caso pensado?
Mentira, calúnia, infâmia. Passa fora, maldoso patrão
Bem sabes que a culpa é tua, que economizas com proteção
Bem sabes que tirar a vida, para ti é cotidiano
Mal sabes que os trabalhadores pouco a pouco vão te desmascarar
Pois já começam a compreender e muitos a denunciar
A boa nova se espalha e tem que se espalhar
Que pelos acidentes, cabe às empresas se responsabilizar
Que elas cuidem direito de seus funcionários
para não morrer e não se machucar
Que morte em trabalho não é morte morrida.
É morte matada porque poderia, de todas as formas, ter sido evitada.
Corre patrão ......... Corre patrão!
Que operário cristão entende que a história não para na Cruz
A história da classe, assim como Jesus,
tem sua glória e vitória no Reino de Deus e na ressurreição!!!
Antônia Carrara
(Toninha)
É mãe de duas filhas.
Jornalista e professora aposentada.
Escritora e compositora popular.
Atua na Pastoral Operária desde os anos 1980.
É trabalhadora voluntária junto aos grupos de Economia
Solidária.
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